quinta-feira, janeiro 29, 2009

Portão principal do Museu foi reaberto


Depois de seis anos fechado, dificultando uma das mais belas vistas de Petrópolis, o portão principal do Museu Imperial foi reaberto hoje (28). Uma solenidade marcou a reabertura do portão principal, simbolizando a entrega dos jardins e do Palácio de volta aos petropolitanos. De acordo com o diretor do Museu Imperial, Mauricio Vicente Ferreira Júnior, essa é uma ação que garante a aproximação do visitante com o Museu Imperial.



"O objetivo é facilitar o acesso dos petropolitanos ao belo jardim projetado pelo paisagista parisiense Jean-Baptiste Binot, em meados do século XIX. Nossa intenção é que o visitante perceba que esse é um espaço aberto, para ser usufruído. O Museu Imperial quer continuar sendo parte da história de vida dos petropolitanos", comentou Maurício Ferreira. Durante o evento, o diretor convidou o trineto do segundo imperador do Brasil, d. Pedro Carlos de Orleans e Bragança, a ministrar um curso de educação ambiental nos jardins do Museu Imperial.



Segundo o presidente da Fundação e Cultura e Turismo de Petrópolis, Charles Rossi, que esteve presente na solenidade, o Museu Imperial é referência para a cultura e o turismo de Petrópolis. "Petrópolis tem uma história fincada aqui. Uma identidade marcada pelo nosso maior ícone, o Museu. Por isso, já estamos fazendo diversas parcerias com o Museu a fim de utilizar o conhecimento da diretoria e toda a sua equipe para outros pontos turísticos importantes da cidade", garantiu.



De acordo com a coordenadora técnica do Departamento de Museus, Rose Miranda, a abertura do portão não é apenas um ato administrativo. "Essa medida traduz a sensibilidade da nova diretoria e de sua equipe em restituir aos moradores e visitantes a visão de um monumento emblemático e representativo de Petrópolis e do nosso país. Portas abertas significam novos caminhos, novas possibilidades. No caso do Museu Imperial acredito significar uma dimensão social que valorize a comunidade e a nação", afirmou.



Inspirada pelo gesto poético da abertura do portão, Rose recitou um texto do poeta e museólogo Mário Chagas. "Os museus são janelas, portas e portais. Elos poéticos entre a memória e o esquecimento. Entre o elo de dentro e o de fora. Entre o aberto e o fechado. Entre o olhar e o olhado. Elos políticos entre o sim e o não. Entre o talvez e o não sei. Poesias, utopias, sonhos, conflitos, pesadelos, gotas de sangue, suor e lágrima: tudo o que é humano tem espaço no museu", disse.



A solenidade marcou também a instalação da Estátua do Imperador, que retrata d. Pedro II em uniforme de gala. Com 2,85m, a escultura foi restaurada pela equipe do Museu, sob coordenação da técnica do Laboratório de Conservação e Restauração, Eliane Marchesini Zanatta, e assessoria técnica do engenheiro Luiz Roberto Martins de Miranda, que é professor da Coppe/ UFRJ e especialista em corrosão de objetos históricos.





A estátua, feita a partir do original de Francisco Manoel Chaves Pinheiro a pedido da prefeitura de Petrópolis, foi entregue ao Museu na abertura dos jardins ao público, em 16 de março de 1941.



Participaram da solenidade autoridades religiosas, militares, políticas, membros da equipe do Museu Imperial, representantes de instituições de ensino e de órgãos de turismo da cidade.







Passeio pela história



Museu Imperial devolve os jardins para o público com reabertura do portão principal







Passear pelos jardins do Museu Imperial é reviver a época do Império e conhecer um pouco mais sobre os gostos de d. Pedro II. Foi sob orientação pessoal do imperador que os jardins que circundam o Palácio foram construídos pelo paisagista parisiense Jean Baptiste Binot em 1854. Nesta quarta-feira - dia da semana em que os petropolitanos passaram a usufruir da entrada gratuita ao Museu -, o portão principal (fechado desde novembro de 2002) foi reaberto e a beleza dos jardins devolvida aos visitantes.



Com cerca de 100 espécies de árvores e flores, vindas de mais de 15 regiões do mundo (México, Japão, Argentina, Índia, Equador, China, Austrália, Madagascar, entre outras) e grama francesa, os jardins conservam até hoje as linhas paisagísticas, tanto em relação aos canteiros como a disposição das espécies vegetais.



O cinturão verde que envolve o Palácio possui desde árvores exóticas, como as bananeiras de Madagascar e árvores de incenso, a flores como camélias, jasmins, manacás e flores do imperador. Como complemento, pedestais de granito onde foram colocados bustos de figuras mitológicas, ganharam também três chafarizes e quatro fontes. Entre elas, a Fonte do Sapo, de onde os moradores retiravam água, na época do império, por acreditarem que era de melhor qualidade.
Fonte:Diário de Petrópolis

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