quarta-feira, agosto 31, 2005

Numero Phi

Todos nós já ouvimos falar em número PI. É o irracional mais famoso da história, com o qual se representa a razão constante entre o perímetro de qualquer circunferência e o seu diâmetro. Não confundir com o número Phi.

O número Phi (letra grega que se pronuncia "fi") apesar de não ser tão conhecido, tem um significado muito mais interessante.

Durante anos o homem procurou a beleza perfeita, a proporção ideal. Os gregos criaram então o retângulo de ouro. Era um retângulo, do qual havia-se proporções... do lado maior dividido pelo lado menor e a partir dessa proporção tudo era construído. Assim eles fizeram o Pathernon... a proporção do retângulo que forma a face central e lateral. A profundidade dividia pelo comprimento ou altura, tudo seguia uma proporção ideal de 1,618.

Os Egípcios fizeram o mesmo com as pirâmides cada pedra era 1,618 menor do que a pedra de baixo a de baixo era 1,618 maior que a de cima, que era 1,618 maior que a da 3a fileira e assim por diante.

Bom, durante milênios, a arquitetura clássica grega prevaleceu. O retângulo de ouro era padrão mas depois de muito tempo, veio a construção gótica, com formas arredondadas que não utilizavam o retângulo de ouro grego. Mas em 1200... Leonardo Fibonacci um matemático que estudava o crescimento das populações de coelhos criou aquela que é provavelmente a mais famosa seqüência matemática a Série de Fibonacci.

A partir de 2 coelhos, Fibonacci foi contando como eles se aumentavam a partir da reprodução de várias gerações e chegou numa seqüência onde um número é igual a soma dos dois números anteriores

1 1 2 3 5 8 13 21 34 55 89...

1+1=2
2+1=3
3+2=5
5+3=8
8+5=13
13+8=21
21+13=34
E assim por diante.

Aí entra a 1ª "coincidência"; proporção de crescimento média da série é... 1,618. Os números variam, um pouco acima às vezes, um pouco abaixo mas a média é 1,618, exatamente a proporção das pirâmides do Egito e do retângulo de ouro dos gregos

Então, essa descoberta de Fibonacci abriu uma nova idéia de tal proporção que os cientistas começaram a estudar a natureza em termos matemáticos e começaram a descobrir coisas fantásticas.

-A proporção de abelhas fêmeas em comparação com abelhas machos em uma
colméia é de 1,618;

-A proporção que aumenta o tamanho das espirais de um caracol é de 1,618;

-A proporção em que aumenta o diâmetro das espirais sementes de um girassol é de 1,618;

-A proporção em que se diminuem as folhas de uma arvore a medida que subimos de altura é de 1,618;

-E não só na Terra se encontra tal proporção. Nas galáxias as estrelas se distribuem em torno de um astro principal numa espiral obedecendo à proporção de 1,618 também.

Por isso, o número Phi ficou conhecido como A DIVINA PROPORÇÃO. Porque, os historiadores descrevem que foi a beleza perfeita que Deus teria escolhido para fazer o mundo.

Bom, por volta 1500 com a vinda do Renascentismo à cultura clássica voltou à moda... Michelangelo e principalmente Leonardo da Vinci, grandes amantes da cultura pagã, colocaram esta proporção natural em suas obras. Mas da Vinci foi ainda mais longe; ele como cientista, pegava cadáveres para medir a proporção do seu corpo e descobriu que nenhuma outra coisa obedece tanto a DIVINA PROPORÇÃO do que o corpo humano... obra prima de Deus

Por exemplo:

-Meça sua altura e depois divida pela altura do seu umbigo até o chão; o resultado é 1,618.

-Meça seu braço inteiro e depois divida pelo tamanho do seu cotovelo até o dedo; o resultado é 1,618.

-Meça seus dedos, ele inteiro dividido pela dobra central até a ponta ou da dobra central até a ponta dividido pela segunda dobra. O resultado é 1,618;

-Meça sua perna inteira e divida pelo tamanho do seu joelho até o chão. O resultado é 1,618;

-A altura do seu cranio dividido pelo tamanho da sua mandíbula até o alto da cabeça. O resultado 1,618;

-Da sua cintura até a cabeça e depois só o tórax. O resultado é 1,618; (considere erros de medida da régua ou fita métrica que não são objetos acurados de medição).

Tudo, cada osso do corpo humano é regido pela Divina Proporção.

Seria Deus, usando seu conceito maior de beleza em sua maior criação feita a sua imagem e semelhança?

Coelhos, abelhas, caramujos, constelações, girassóis, arvores, artes e o homem; coisas teoricamente diferentes, todas ligadas numa proporção em comum.

Então até hoje essa é considerada a mais perfeita das proporções. Meça seu cartão de crédito, largura / altura, seu livro, seu jornal, uma foto revelada.

(lembre-se: considere erros de medida da régua ou fita métrica que não são objetos acurados de medição).

Encontramos ainda o número Phi nas famosas sinfonias como a 9ª de Bethoven e em outras diversas obras.

Então, isso tudo seria uma coincidência?...ou seria o conceito de Unidade com todas as coisas sendo cada vez mais esclarecido para nós?

segunda-feira, agosto 29, 2005

Gisela

Ola turma toda! obrigada pelo brinde, nos aqui tambem lembramos das comemoraçoes com voces. Meu aniversario foi maravilhoso, passeamos pela ilha de Capri. Chiquerrimo, nao e? Falta mesmo um acento nesse teclado... Tudo otimo por aqui , estamos tentando aproveitar ao maximo essa belissima terra do Mario, mas a saudade da cervejinha do Brasil e grande.Vamos beber juntos assim que chegarmos. Hoje chegamos em Pistoia( perto de FlorençA) e estamos a caminho da Cote D'Azur. O tempo esta maravilhoso e a viagem muito tranquila. Beijos e abraços em todos , Gisela e Carlos

sexta-feira, agosto 26, 2005

O caridoso

Clausterébio caminhava pela rua quando viu um mendigo e não perdeu tempo:
- Toma uma esmola pra garantir o seu café da manhã, bom homem.
O mendigo agradeceu, se foi e o Clausterébio começou a sonhar alto:
- Com essa o meu SPC lá no céu tá limpo! Aposto que até garanti uma suíte no hotel de São Pedro!
Só que o Clausterébio sonhava em voz alta, e um baixinho que ia passando ouviu e tratou de entrar de sola:
- Pensa que é assim? Não é dando uma merreca que se consegue um lugar no céu, não senhor! Pensa que aquilo lá é a casa da mãe Joana?
Um negão ouviu tudo e disse ao baixinho:
- A sua pessoa tem razão! A pessoa de São Pedro não pode ser subornada assim sem mais nem menos!
Clausterébio virou fera:
- Eu não subornei ninguém! E quando botar o bloco na rua vou pro céu, sim, por causa de que dei R$ 1 de esmola!
A essa altura já tinha um monte de vizinhos em volta e uma velhinha aproveitou:
- Uau! Quando o senhor chegar lá será que pode dar um recado pro meu falecido? Diz pra ele que eu continuo fiel e que nunca que vou botar chifres nele!
Clausterébio se sacudiu todo:
- Vira essa boca pra lá! A senhora vai chegar lá muito antes de mim, ora essa!
O negão:
- Um ponto a menos no seu SPC do céu, por causa de que rogou praga pra pessoa da velhinha! Pensa que os burocratas lá de cima não ouviram?
Um magricela:
- E, com esse ponto a menos, no máximo o senhor vai chegar ao purgatório!
Clausterébio desandou a dar pulinhos:
- Vou pro céu, vou pro céu! Aposto até que vou ser recebido lá com banda de música e o diabo a quatro!
O negão:
- Outro ponto a menos, por causa de que falou na pessoa do diabo!
O magricela:
- Ih, desse jeito o senhor vai acabar no inferno!
Clausterébio ficou uma arara:
- Inferno os colarinhos, pô!
A velhinha:
- Céus, ele falou pô! Agora nem ao inferno ele vai chegar!
Clausterébio já não respondia por si:
- Querem saber? Vão...
Nem completou porque todo mundo caiu dentro e o Clausterébio levou a maior piaba. Tá vai não vai, lá no Carlos Chagas.

quinta-feira, agosto 25, 2005

Tem culpa eu?

Nos meus tempos de letrista frustrado, empresário de banda frustrado e divulgador de banda frustrado foi que eu tive o primeiro e único contato com o Zé Dirceu. Andava cheio de CDs na bolsa quando, numa viagem para São Paulo, dei de cara com o Zé no avião, em plena campanha eleitoral do Lula. O nome do disco, como já falei em texto anterior, era Pizzaria Brasil e falava de todos os escândalos que tinham acabado em pizza no país. A música-tema, achava eu, tinha tudo a ver com a campanha do PT. Não tive dúvidas: cerquei o Zé no saguão do aeroporto e passei o CD, com a recomendação que ele escutasse a faixa 1. Não é que, dois dias depois, chegou e-mail do Zé agradecendo o CD, dizendo que tinha gostado muito e passando seus e-mails e telefones de contato? Que cara legal, pensei. (Calma, gente!!! Juro que nunca telefonei ou passei e-mail pro ilustre deputado.)
Hoje, nos meus tempos de humorista frustrado, em retribuição, sempre que posso faço uma piada com o cara. Inventei o apelido Zé Desceu, usado agora por inúmeras colunas e blogs pelo país. Já fiz o ex-ministro ser comido pela Mary Pozah, minha personagem prostituta, com quem, logicamente, broxou. Foi queimado inúmeras vezes pela Maria Joana, minha colunista doidona, ganhando inclusive duas vezes o troféu de ''maconheiro da semana'' pelas drogas que fez. Já foi ingrediente para inúmeras receitas difíceis de engolir do Nadim Nuprat, meu colunista gourmet. Foi filme. Foi enterrado vivo. Foi tipo de motel, tipo de gripe, tipo de vírus, tipo de posição sexual, tipo de cheque, tipo de pizza. Ganhou a vida como Josefa Dirceu, a escort girl. Teve até publicada a primeira edição do Dirceunário do Zé.
Confesso que ainda tenho uma certa dificuldade em aceitar que aquele cara legal da minha época de letrista frustrado possa ter virado esse monstro, corrupto, diabólico, arrogante, maquiavélico, mafioso, chantagista e ladrão dos meus tempos de humorista frustrado. Alguma coisa ainda não bate. Sinceramente, ainda espero que daqui a 20 anos, quando sair a biografia do Zé Dirceu contando tudo, a gente descubra que existia uma outra verdade. Ele até pode ser muito culpado. O que eu não entendo é como eu ainda posso ser tão inocente.

quarta-feira, agosto 24, 2005

Notícias D´além Mar

Carlos:
Aqui tudo bem so estou tendo dificuldade para me conectar com o lap top aqui a conexao via modem e analogica e ele nao reconhece Estamos agora em Tropea Calabria acabamos de chegar da Sicilia amanha iremos dormir em Sorrento e ver o Vesuvio , estivemos no vulcao Etna e sobrevivemos e nao presenciamos nenhum terremoto Quanto aos incendios sao em Portugal estamos a acaminho deles Estou com saudades da nossa cerveja das sextas e tambem de todos um abraco Carlos Alberto Carneiro e Gisela PS DESCULPE A FALTA DE ACENTOS E QUE ESTA MERDA DE TECLADO E EM ITALIANO E ESTA DIFICIL DE ENCONTRAR OS ACENTOS E ESTOU PAGANDO EM EURO

terça-feira, agosto 23, 2005

Por que eu não nasci espanhol e torcedor do Barça?

Essa crise do governo me parece muito com a situação do Flamengo no campeonato brasileiro. É sempre a mesma coisa: sai da zona de perigo, entra na zona de perigo. Repara só: assim como o Flamengo, o governo leva sempre uma vassourada na quarta e outra no fim de semana. E o pior é que, pelo visto, vamos ficar nesse cai ou não cai até a última rodada do campeonato, até a última semana de governo. Por que eu não nasci espanhol e torcedor do Barça?
O discurso do Palocci, por exemplo, não foi nada mais que uma sofrida vitória sobre o Paysandu, o lanterninha do campeonato. Só serviu para acalmar a torcida até a próxima quarta-feira. Agora é esperar que venham o Cruzeiro e o Buratti.
Se a gente reparar bem, vai ver que o PT e o Flamengo sempre foram muito parecidos: os mais queridos, a maior militância do país, as bandeiras vermelhas, as estrelas no peito. E hoje, na tristeza, se parecem mais ainda. O Marcio Braga é o nosso Lula. Entrou cheio de esperança. Prometeu tudo. Fez nada. E agora não se elege nem para síndico de edifício no Flamengo. O Celso Roth é o Zé Dirceu, tanto que acabou levando a culpa toda. Já o Júnior Baiano é o Dilúvio Soares rubro-negro. Suas jogadas irresponsáveis e bisonhas levaram o partido, quer dizer, o time todo pro buraco. Fez mais merda ainda quando foi para o banco. Demorou muito, mas finalmente foi afastado do elenco. O Jean lembra o Ingenoíno. É o Jeanoíno. Deu uns ataques e depois sumiu. De uma hora para a outra, os dois estavam vendidos. O Diego é uma espécie de Seuvinho Pedreira. Só que enquanto o Diego leva Gol, o outro leva Land Rover. Já o Obina é o Meirelles. Não sai do banco de maneira alguma. Sem falar que a maioria dos jogadores recebe um mensalão absurdo. Pensaram que eu estava me esquecendo do Marcos Velório? Não dá. Isso é o que mais tem na Gávea hoje. Basta ver os empresários altamente suspeitos que não saem da sede do clube trazendo negócios de outro mundo. Fazer, o quê? Bola pra frente.

segunda-feira, agosto 22, 2005

Golpe de vista

Forçava a vista diante da televisão pra assistir ao noticiário sobre o Flamengo, quando a mulher dele deu o alarme:
- Um mosquito, um mosquito deste tamanho na parede!
Forgenildo virou-se, célere:
- Que parede?
A sogra, que lia jornal na sala, não perdoou:
- Com mil oculistas, ele não está enxergando nem a parede! E ainda fica se recusando a usar óculos, caramba!
Forgenildo tentou consertar:
- Eu estou perguntando em qual parede, minha senhora! Sabia que a sala tem quatro?
A mulher dele:
- Não disfarça! E trate de matar o mosquito, senão ele descobre que você tá mal da vista e lhe dá a maior picada! Aí, você pega dengue e não vai poder assistir ao jogo do Flamengo!
A sogra:
- Acho melhor a gente chamar os vizinhos, porque a besta do meu genro nunca que vai acertar o mosquito!
Forgenildo desandou a dar pulinhos:
- Fique sabendo que eu tô vendo o mosquito muito bem! Ele até tá com a camisa do Flamengo!
A mulher dele:
- Sua besta, aquele é o pingüim da geladeira fantasiado de torcedor! E desde quando tem mosquito daquele tamanho?
Ele era duro na queda:
- Então é aquele ali! Deixa comigo!
Levantou-se com o jornal dobrado e tropeçou na mesinha, fazendo o maior estrago. A mulher entrou em pânico:
- Deixa, que eu e a mamãe cuidamos dele, seu imprestável! Assim você acaba destruindo a casa!
Forgenildo, falando para a cristaleira:
- O homem da casa sou eu, sou eu! Por isso, deixem o mosquito comigo!
A mulher dele:
- Pô, me confundir com a cristaleira é demais!
A sogra chamou a filha num canto:
- Só tem um jeito de obrigar a besta do seu marido a ir ao oculista.
Forgenildo ouviu:
- Não vou, estou enxergando muito bem!
Mas não adiantou, porque as duas pegaram ele de jeito. Forgenildo, depois de medicado, fez exame de vista

sexta-feira, agosto 19, 2005

O risco das longas jornadas no trabalho para a saúde

LONDRES - Pesquisadores americanos deram o motivo que faltava para não ficar até tarde no trabalho. Um estudo realizado na Universidade de Massachusetts - divulgado na quinta-feira pela BBC Internacional - alerta para os riscos que as longas jornadas de trabalho trazem para a saúde. De acordo com a equipe de pesquisadores, profissionais que fazem hora extra são 61% mais propensos a ficar doente ou se machucar, independentemente de idade ou sexo. Para piorar a situação, trabalhar mais de 12 horas por dia triplica esse risco. Uma jornada de 60 horas semanais eleva em 63% as chances de sofrer algum problema de saúde. A pesquisa foi feita com base em mais de 110 mil registros de jornadas de trabalhos nos Estados Unidos, entre 1987 e 2000. Cada jornada é referente ao que a pessoa passou em uma firma. Assim, o estudo teve avaliar algumas pessoas por mais de uma vez. Os resultados foram publicados na revista especializada Occupational and Environmental Health Journal. Segundo Allard Dembe, um dos autores da pesquisa, o risco independe de o trabalho ser ou não pesado. - Os resultados sugerem que os empregos que exigem muitas horas do profissional não se tornam mais maléficos à saúde apenas porque são mais intensos - disse. - Nossas descobertas são condizentes com a hipótese de que várias horas dentro das empresas precipitam acidentes de trabalho devido a problemas como fatiga ou estresse. Entre os resultados, os pesquisadores verificaram mais de cinco mil casos de machucados e doenças, que variaram de cortes e queimaduras a lesões musculares e estresse. Mais da metade desses casos aconteceu em lugares onde é comum trabalhar longas jornadas ou fazer hora extra. Os pesquisadores identificaram 5.139 doenças e lesões relacionadas ao trabalho - estresse, cortes, queimaduras e lesões musculares, entre outros problemas. Com base no estudo, Dembe disse apoiar iniciativas que propõem redução da jornada de trabalho. Para Dembe e sua equipe, pesquisas epidemiológicas sobre o risco para a saúde das longas jornadas de trabalho abrem portas para mudanças viáveis.

Último desejo

Estavam todos distraídos no velório do Alfunonério quando uma velhinha foi ao caixão:
- Vou dar mais uma espiada no infeliz!
Tirou o pano da cara do defunto e caiu sentada no chão da capela:
- Pintaram um bigodinho nele! Mas que sacanagem!
Todo mundo correu em direção ao caixão:
- Putz, é verdade!
Um magricela:
- Vai ver o bigodinho cresceu depois que ele botou o bloco na rua!
Um baixinho:
- E bigodinho cresce em defunto, sua besta?
A velhinha:
- É claro que algum pilantra pintou... finha fenfafura! Feguem a finha fenfafura!
A dentadura tinha caído no caixão. Um mulatinho:
- Deixa que eu pego, porque trabalho no necrotério!
Pegou, devolveu à velhinha e voltou ao assunto do bigodinho:
- Como é que a gente vai descobrir quem foi o verme de pobre que pintou o bigodinho no extinto?
O magricela:
- É só a gente fazer uma chamada e saber quem tá faltando aqui na capela!
Uma gordona:
- Nem precisa fazer a chamada, porque eu vi o Oriovoneldo saindo daqui há uns 10 minutos! Acho que foi comprar cigarros!
Um primo do falecido:
- Mas é claro que não foi o Oriovoneldo! Ele é um cara sério, o mais sério da família!
O mulatinho:
- Os sérios são os piores!
Acabou de falar e chegou o Oriovoneldo:
- O que é que tá acontecendo aqui? Roubaram o defunto? Hoje em dia estão roubando tudo que encontram pela frente!
Cercaram o Oriovoneldo:
- Ninguém roubou ninguém! É que pintaram um bigodinho no Alfunonério e nós queremos saber quem foi!
Oriovoneldo era mesmo um cara sério:
- Fui eu! É que ele sempre desejou ter bigodinho, mas o dele nunca crescia! Então, ele pediu pra eu pintar um bigodinho nele, pra ele ser enterrado assim!
Um sujeito enorme:
- Então, a sua pessoa vai entrar na porrada, porque o falecido, quando vivo, sempre disse que gostaria de dar na sua cara!
E a multidão atendeu ao último desejo do extinto, mandando o Oriovoneldo para o hospital.

quinta-feira, agosto 18, 2005

Despencando

Serão dolorosos para o governo os resultados das próximas pesquisas de opinião.
Ontem, em gabinetes de Brasília, comentava-se que o Ibope teria apurado números indicando, pela primeira vez, a derrota de Lula frente a três potenciais candidatos tucanos (Serra, Alckmin e FH) à sucessão presidencial.
A vantagem do prefeito de São Paulo na disputa já estaria na faixa dos 20 pontos percentuais.

quarta-feira, agosto 17, 2005

Aparências

Orozimbélio entrou na loja de artigos femininos e uma baixinha se agarrou a ele:
- Às ordens! O que o senhor pedir, nós temos! Estamos aqui para servir a clientela! O que o senhor pedir eu...
Orozimbélio, com voz de trovão!
- Contenha-se, minha senhora! Quero ser atendido por um homem, um homem!
Um careca afastou a mocinha!
- Deixa comigo, que o negócio parece ser coisa de homem para homem!
E abriu um sorriso para o Orozimbélio:
- Pois não! Ré, ré, ré...
Orozimbélio ficou tiririca com o vendedor:
- Tá rindo do quê, sua besta? Já viu o tamanho da minha mão?
Realmente, o Orozimbélio não tinha mão; aquilo era raquete. A camisa estava aberta, mostrando o peito cabeludo. A voz era ameaçadora:
- Vim aqui pra comprar um presentinho pra minha patroa. Odeio essas frescuras, mas aniversário de casamento é aniversário de casamento!
O vendedor achou melhor parar com aquele risinho irônico e entrou numa de discreto:
- Eu compreendo, senhor! O que deseja?
Orozimbélio, sem jeito:
- Bem, eu queria ... acho que uma camisola rosa curta, tem?
O vendedor:
- As mais sexy possíveis! O tamanho da senhora sua esposa, por favor!
Orozimbélio deu um tapa na testa:
- Com mil socos na cara, esqueci de trazer!

terça-feira, agosto 16, 2005

Varejo tem desafio de administrar hábitos e interesses de consumidores

As mulheres permanecem, em média, um minuto e dez segundos em frente às prateleiras de produtos para cabelo dentro dos hipermercados. Os homens não demoram mais do que 50 segundos para escolher o xampu. Quando se trata de cerveja, no entanto, os homens gastam um minuto e meio neste corredor, onde 90% dos "freqüentadores" são do sexo masculino, segundo estatísticas levantadas pela Sense Envirosell, consultoria especializada em pesquisa de hábitos de consumo.
Além dos descompasso entre homens e mulheres, há também os filhos. Interessadas no poder de persuasão das crianças, as indústrias e as redes de supermercados fizeram de tudo para atraí-las, colocando os produtos nas gôndolas à altura dos olhos e ao alcance das mãos dos pequenos. Enlouquecidas atrás dos filhos, as mães não conseguem, no entanto, gastar muito tempo na seção de xampus e cosméticos. E esta é uma categoria cujas vendas estão crescendo em canais mais segmentados, como as drogarias.
Administrar os diferentes interesses dos consumidores tem sido um desafio para os supermercados, já que eles vendem de tudo - de arroz a batom - e precisam agradar a todos. E a missão caberá aos gerenciadores de categorias de produtos dentro das lojas.
A intenção desses profissionais é converter o "shopper" - termo utilizado para designar a pessoa que tem interesse em comprar um determinado produto - em um comprador de fato. Além de criar ambientes mais agradáveis e diferenciados para os cosméticos, por exemplo, as empresas também estão desenvolvendo mais produtos para o público masculino.
"As mulheres, com a emancipação, reivindicaram a participação dos homens nas compras domésticas. Mas isso mudou. Em muitos casos, eles preferem mandar os maridos de volta para casa", afirma Maria Cristina Mastroprieto, diretora da Sense Envirosell.
Segundo Claudio Czapski, superintendente da Associação ECR Brasil, entidade da qual participam indústrias e varejistas, um dos maiores problemas hoje para uma gestão eficiente de categorias é o lançamento excessivo de produtos. Com tantos xampus, as mulheres, por exemplo, podem ficar cada vez mais perdidas, levando-as a desistir da compra.
Uma pesquisa feita na Inglaterra comparou as vendas de geléias em dois supermercados. Em um deles, havia só seis sabores, enquanto no outro eram encontradas 25 opções. "As vendas no primeiro supermercados foram bem melhores do que as do segundo. Nem sempre a diversidade de produtos é a melhor estratégia para o varejo", diz Czapski.
No ano passado, cerca de 11 mil itens foram lançados . Isto que dizer que, durante um ano, as lojas de auto-serviço foram inundadas com uma média de mil lançamentos por mês, ou 30 ao dia. Para os gerenciadores de categorias, a enxurrada de lançamentos tende a se transformar em uma grande dor de cabeça.Com o gerenciamento eficiente de produtos - como por exemplo a colocação dos coador ao lado do café - as varejistas conseguem elevar em até 40% as vendas de uma determinada categoria.

Discurso

A oposição diz que o presidente Lula, em seu último pronunciamento à nação, perdeu a oportunidade de dar as respostas que a sociedade tanto queria ouvir. Esses caras são engraçados. O que eles queriam que o Lula dissesse? Acho que o Virgílio sonhava com um discurso mais ou menos assim:
''Companheiros, é lógico que eu sabia de tudo. Estou me fazendo de idiota só para tentar salvar a minha pele. Eu e o Zé Desceu somos unha e carne. Bolamos tudo isso juntos, enquanto enchíamos a cara de cachaça e churrasco. O Ingenoino, o Sushiken, o Seuvinho Pedreira e o Dilúvio completavam o bando. Ficamos 25 anos esperando para chegar ao governo só para poder enfiar a mão. Estamos roubando muito mais que qualquer outro porque precisamos recuperar o tempo perdido. O Delúbio bota o PC Farias no chinelo. Que caixa 2 maravilhoso que ele montou, hein?! E ainda tem muito mais para ser descoberto. Muito mais, mesmo!!! Isso que o Duda falou ainda é fichinha. O Marcos Velório levou a maior parte da grana lá pra fora para ninguém desconfiar. Já devemos ter feito um rombo de R$ 1 bi nos cofres públicos. O plano era perfeito. Ninguém ia desconfiar de nada se o safado do Esperto Jefferson, achando que tinha ganhado pouco na parada, não tivesse colocado a boca no mundo. Agora, a oposição, que é formada somente por gente honesta e íntegra e que nos últimos governos não fez nada parecido, começou a descobrir os nossos podres. Até hoje não acharam nada contra mim, mas é só questão de tempo. Estou até pensando em desistir da reeleição para ver se eles desistem do meu impeachment. Eu gostaria de encerrar o meu pronunciamento conclamando o povo brasileiro para que vá às ruas pedir a minha renúncia porque sou, além de ignorante e despreparado, um dos maiores corruptos que este país já teve. Fora, Lula!!! O que este país precisa hoje é da honestidade de um Bornhausen, de um ACM e de um FHC.''

segunda-feira, agosto 15, 2005

As amargas lágrimas

NEM SEI SE A EXPRESSÃO AINDA ESTÁ dentro do prazo de validade, mas sou uma manteiga derretida. Ou um chorão inveterado. Não é preciso muito esforço para minhas glândulas lacrimais serem acionadas. Mas consigo separar bem os motivos que me levam ao choro. O choro provocado pelas saudades de um ente querido que não está mais entre nós não é o mesmo que acontece quando assisto a um episódio de “Os Waltons”. Choro em filmes para adolescentes, choro assistindo a programas de calouros, choro quando meu candidato ganha uma eleição (choro quando ele perde também). Choro quando o Brasil ganha a Copa do Mundo (quando perde também), choro em jogo de vôlei, choro quando vejo exemplos de superação nas Olimpíadas. De um modo geral, conheço todas as formas do meu choro. Sei quando choro como um camelo ou como Madalena arrependida. Pensei que, nessa altura do campeonato, não teria mais a experiência de um choro desconhecido. Mas tenho me surpreendido ultimamente com o que me tem levado a chorar. Dei para me pegar chorando enquanto assisto ao “Jornal Nacional”. Talvez seja um choro de indignação provocada pelos motivos que justificam a capa desta edição da Revista. Mas acho que não. Tento me identificar com a classe de 68 que se mostra decepcionada com o PT no poder. É um esforço em vão. Era velho demais para ir às ruas com os caras-pintadas e moço demais para participar das passeatas da geração politizada dos anos 60 (tenho amigos mais jovens do que eu que participaram ativamente, mas eram precoces, não tenho dúvida). Não fui às ruas para pedir liberdade. Estava no comício das Diretas, mas como repórter. Um observador. Às vezes me envergonho de não ter tido uma participação maior na luta contra o regime militar. Se bem que trabalhei de graça para um jornal da imprensa alternativa que fazia campanha pela anistia. Ampla, geral e irrestrita, é claro. Também organizava debates em cineclubes para discutir “Os companheiros”, de Monicelli, “O bandido Giuliano”, de Francesco Rossi, “Barravento”, do Glauber... E tenho uma vaga lembrança de que devo ter posto meu nome em dois ou três abaixo-assinados que protestavam contra aquela coisa toda. É pouco diante de tanta gente que tombou. Mas é alguma coisa. E já me dá o direito de também chorar ao ver no que o Brasil se transformou. Não choro por um projeto político não-realizado. Choro de vergonha. Lembro-me ainda do sentimento de impotência que cercou as décadas de 60 e 70. Será que a essa ditadura é para sempre? Será que a gente nunca vai conhecer a democracia? E me lembro mais ainda da esperança renascendo pouco a pouco até reaparecer plena com a eleição de Lula. Sempre houve delúbios e valérios por aí. Mas eu acreditava que, num ambiente especial, eles tenderiam a desaparecer. E aí, ligo a televisão, vejo o “Jornal Nacional” e reencontro o mesmo tipo de escândalo, o mesmo tipo de corrupção, o mesmo tipo de tráfico de influência de cinco anos atrás, de dez anos atrás, de 15 anos atrás, de 20 anos atrás. E os delúbios e valérios com toda a força. Como se, na verdade, nunca tivessem encontrado um ambiente tão fértil para se reproduzir. Como se eles fossem o verdadeiro Brasil e aquele país sonhado desde as primeiras palavras de ordem pedindo liberdade, anistia, eleições diretas só existisse mesmo nos sonhos. Choro porque o Brasil parece condenado a viver, para sempre, entre os golpes dos delúbios e valérios.

sexta-feira, agosto 12, 2005

Quem dá mais?

Com preços de R$ 650 a R$ 3 mil o lote - são 35 ao todo -, a Receita Federal apregoará mercadorias Fendi e Dior, dia 25, no auditório Hélio Costa, localizado na sede administrativa da Infraero, no Galeão.
Detalhe: tudo é original.
E a venda exclusiva para pessoas físicas.

quinta-feira, agosto 11, 2005

Mau humor

Eu sou novo nesse negócio de escrever humor. E talvez por isso ainda sofra tanto. Eu me sinto como aqueles catadores de comida, restos e objetos quebrados no lixão. Fico esperando de madrugada os caminhões descarregarem todo aquele lixo repugnante do dia anterior, ainda fresquinho, para de lá tirar o alimento e os materiais para a minha coluna diária. Acho um pedaço velho de pizza, o bagaço de um dos laranjas podres do Esperto Jefferson, um resto estragado de Lula, umas migalhas do pastelão que rola no Congresso, uma porção de pamonhas. Tutu que é bom, nada. Acho também as sobras de legumes e frutas podres a partir das quais preparo cuidadosamente minha pouco apetitosa salada: uma porção de abobrinhas que os políticos falaram, os pepinos que o Dilúvio Soares deixou, o abacaxi do Zé Desceu, o resto das batatas que foram assadas pela crise e a banana que eles sempre dão pra gente. Volto para casa, coloco essa nojeira toda num prato e, mesmo fedendo horrores, como sem lavar ou esquentar. E aí vem o mais cruel: transformar a dor de barriga em riso, o estômago embrulhado em piada e a vontade de vomitar num texto engraçado.
Hoje eu não consegui. Azia. Mas amanhã eu sei que vou estar melhor.

quarta-feira, agosto 10, 2005

Seqüestro de defunto

Estava todo mundo no velório do Broquenildes, quando a capela foi invadida por cinco camaradas:
- Aí, moçada, é seqüestro!
A viúva, célere:
- Eu não posso ser seqüestrada, por causa de que o falecido faleceu e não pode mais pagar porcaria nenhuma de resgate!
O chefe do bando, apontando o defunto:
- Nós vamos é levar é ele!
Um gordão, assustado:
- Céus, vão seqüestrar um defunto!
Um dos bandidos, apontou a AR-15 para o gordão:
- Se falar mais alguma coisa, vai levar um tiro bem no meio dos cornos!
Uma velhinha, preocupada:
- Se os senhores levarem o defunto e a gente pagar o resgate, prometem que devolvem ele vivo?
O chefe do bando:
- Vivo eu não garanto! Mas que vamos levar o defunto, lá isso vamos! E vocês vão ter que pagar o resgate, senão não vai ter enterro!
Um magricela, meio doido:
- Lá no cativeiro vão amarrar ele pra não fugir?
O chefe do bando quase atira no magricela:
- Quer gozar a gente?
A velhinha, no ouvido do magricela:
- Não diz mais nenhuma besteira pra não levar tiros de todas as direções.
Um negão levantou a mão para falar:
- As suas pessoas estão perdendo tempo! Ninguém aqui vai se coçar pra pagar resgate pela pessoa de um defunto que não valia nada!
O gordão ficou tiririca da vida com o negão:
- Se os caras querem seqüestrar o defunto, tudo bem, porque tem maluco pra tudo! Mas sem essa do senhor falar mal do extinto!
O magricela ficou do lado do negão:
- Não valia nada mesmo! Tomava porre todos os dias, não respeitava as áreas de lazer das nossas patroas e botou o bloco na rua me devendo vinte paus! Podem levar! Assim a gente economiza a grana do enterro!
Os bandidos desistiram e o velório seguiu tranqüilo.

terça-feira, agosto 09, 2005

Trair e caçar, é só começar

Como eu já disse algumas colunas atrás, na Comissão de Ética se fala muito mais na comissão do que na ética. Mesmo assim, ela começa a dizer a que veio. Para o Zé Desceu, ela está dizendo que ''um dia é da caça e o outro é da cassação''. Para o Mabel, está dizendo que ''a rosquinha dele está assando''. E para o Jefferson, que ''quem canta os males não espanta''.
E já são 18 nomes na fila para o processo. Como diria meu pai: ''Chegou aos 18, já pode caçar''. Já está ficando grandinho. Pelo menos a crise está servindo para mudar o dia-a-dia dos deputados. Antes, eles estavam coçando. Agora, estão caçando.
Aliás, esta lista parece um grande jogo de xadrez. Tem bispo, cavalo, rei e um monte de peão.
E o PT resolveu culpar, em parte, a imprensa pelo escândalo do mensalão. O problema é que, até agora, o único veículo que atrapalhou de verdade o PT foi o Land Rover do Silvinho.
Este Conselho de Ética do PT, eu não sei não. Se eu pudesse daria outro conselho pra eles. Aliás, uma frase do texto chamou minha atenção: ''O futuro do PT passa pela reafirmação de seus valores e de seu patrimônio histórico, reconhecidos pela maioria da população''. Eu escreveria de uma forma um pouco diferente: ''O futuro do PT passa pela reafirmação de seus valores não contabilizados e do patrimônio histórico arrecadado que ainda não são conhecidos pela maioria da população''.
E, segundo matéria da Folha, no mercado mundial só existia um caso conhecido em que uma operadora de telefonia comprou uma produtora de TV. No caso, a Telefônica comprando a holandesa Endemol, produtora que criou o Big brother. Viu só? E a gente criticando a Telemar por ter comprado a Gamecorp, produtora do Big son.

segunda-feira, agosto 08, 2005

Duro e banguela

Amantegaldo tomava seu cafezinho num bar da Central do Brasil, quando um baixinho com cara de pilantra se aproximou e comentou:
- Perdão, mas não pude deixar de notar que a sua boca está despida de dentes!
Amantegaldo teve que concordar:
- É verdade! O último sobrevivente eu tirei na semana passada! Tô na base da sopa!
O baixinho era um artista:
- Tsc, tsc, tsc. Isso é lamentável!
E mostrou o que pretendia:
- Tenho a solução para o seu problema!
Amantegaldo acendeu os olhos, cheios de esperança:
- O senhor é um desses protéticos que ficam por aí fazendo caridade?
O baixinho não gostou nem um pouco daquele negócio de caridade, mas se segurou:
- Não, meu caro amigo! Sou apenas um pequeno empresário informal e tenho dentaduras de todos os tipos e tamanhos para quebrar o seu galho! Mediante, é claro, uma insignificante quantia!
Amantegaldo ficou pasmo:
- Putzgrila! O senhor andou arrombando tumbas? Ah, dentadura de defunto eu não quero não!
Um careca, que ouvia o papo, se meteu no rolo:
- E por que não? Só não pode é comprar a dentadura de um cara que antes de botar o bloco na rua era falador, porque se fizer isso vai pegar essa mania desgraçada e falar mal de todo mundo!
O baixinho interrompeu o careca:
- Mas as dentaduras que eu vendo foram fabricadas por mim! Não tem nada de defunto nessa transa!
E se voltou para o Amantegaldo:
- Já pensou o senhor chegando em casa e rindo com a boca cheia de dentes pra sua patroa, cheio de amor pra dar?
Amantegaldo se entusiasmou e capitulou:
- Mas deve custar caro pra dedéu!
O baixinho, célere:
- Nada! Quanto tem aí no bolso? É só me dar a mixaria, que eu vou em casa aqui pertinho e trago umas três, certo de que uma delas vai se encaixar que é uma beleza na sua boca!
Amantegaldo deu os R$ 20 que tinha e ficou esperando o baixinho voltar com as dentaduras. Isso foi na semana passada e ele continua esperando até hoje.

sexta-feira, agosto 05, 2005

Ouro de Atenas em Itaipava

O cavaleiro brasileiro Rodrigo Pessoa, que lidera o ranking mundial de saltos e é o medalhista de ouro do torneio individual de hipismo das Olimpíadas de Atenas-2004, será a principal atração da etapa final do I Campeonato Serra e Mar de Hipismo, amanhã, às 15h, no Manége Domar, em Itaipava, Petrópolis. Rodrigo chegou de manhã ao Rio e ontem mesmo já foi para a pista começar a se entrosar com o cavalo Prosper Phillip Domar, que ele irá montar na prova. Evento incluirá duas provas de alto nível Esta é a primeira vez, nos últimos quatro anos, que Rodrigo disputa uma prova no país. É também a primeira vez que um torneio hípico realizado no Brasil conta com a participação de um campeão olímpico da modalidade. Em Itaipava, Rodrigo terá chances de ganhar amanhã, pois sua montaria, Prosper Phillip Domar, é o principal cavalo de Fábio Leivas da Costa, que é o campeão antecipado do Serra e Mar, que terá amanhã sua quarta e última etapa. — Ver o Rodrigo competir aqui e ter um campeão olímpico em Itaipava é algo histórico. A presença dele é super importante para a credibilidade do evento, e com ele aqui, a presença de público será grande. A presença dele será um sucesso — previu Fábio, que na etapa de amanhã vai montar a égua Petit Fleur. O Serra e Mar é o maior evento hípico do Estado do Rio. A programação de amanhã prevê duas provas. Às 12h30m, haverá o GP de amadores, com obstáculos de 1,20m e desempate com no mínimo oito conjuntos. O GP principal será às 15h, com obstáculos de 1,40m e 25 conjuntos. O desempate terá no mínimo oito conjuntos que levarão para a segunda passagem os pontos perdidos no primeiro percurso. — A pista é pequena, e Rodrigo está mais acostumado a este tipo de percurso por saltar em provas indoor (em áreas cobertas, como na Copa do Mundo). Nós brasileiros estamos mais acostumados às pistas grandes — comentou Fábio.

quarta-feira, agosto 03, 2005

Filosofia e caixa dois no Flor do Lavradio

Não há nada melhor do que sanduíche de boteco. O de carne assada, por exemplo, é divino quando é o Seu Manoel que o faz, com um pãozinho crocante por fora e macio por dentro, quentinho, cortado em dois, na diagonal, com um chope geladim, hummm... O Magu, Harald Magnussen, nosso plumitivo sueco, perdido nesta terra de malucos, adora. Aliás, a carne assada feita pela Otília, com um molho grosso de ferrugem acompanhando um feijão bem adubado, desse com lingüiça (de Minas) e paio (da Santa Terrinha, trazido pelo Seu Manoel em pessoa), e um arroz soltinho com um leve tempero de coentro e mais umas batatas coradas são de comer rezando.
Magu estava se fartando e provando uma pimentinha esperta, combinação de vários tipos de pimenta (dedo-de-moça, de cheiro, malagueta e rosa), azeite extra-virgem e uma pitada de cachaça, tudo posto para ''marinar'', resultando num tempero que ressalta o gosto em lugar de matá-lo, coisas que fazem o nosso sueco esquecer os arenques defumados e frios que costumava comer em sua terra.
- Por que o Brasil não pode ser que nem esta comida? - perguntou Magu, meio ao ar, mas não escapou da atenção de Fefeu, o Filósofo, que estava de bom humor naquela manhã (aliás, ele está sempre de bom humor, a filosofia tem dessas coisas).
- Ora, sueco, se o Brasil fosse diferente, a comida também seria. Essa comida de que você gosta é irracional. Como imaginar uma rabada, uma buchada, uma feijoada ou uma moqueca a 40° C? Vocês lá na Suécia é que deveriam comer isso e não nós. Aqui é assim; sobre o que você está escrevendo?
- Pois imagine, Fefeu, que estou com um problemão. O Valdemar, aquele ex-deputado do PL, o da mulher perua, que fugiu com a mobília do partido e que negava ter recebido dinheiro do Jefferson, renunciou ao mandato depois de negar o que havia negado e ainda foi elogiado pelo Severino. Como eu vou explicar isso para os meus leitores, pior ainda, como o editor vai aceitar isso?
- Explica pra ele que aqui no Brasil é assim, se você for deputado e cometer um crime pelo qual possa perder o mandato e direitos políticos, você renuncia antes de ser cassado e um ano depois volta reeleito pelo povo e fica tudo como antes.
- Ué? Mas ele não recebeu dinheiro não contabilizado? Ele não fez caixa dois? Não sonegou? Isso não é crime? E o povo vota nele de novo? Que povo é esse?
- Pelo jeito não é crime, pelo menos aqui no Brasil. Você não vê o Marcos Valério? Ele andou distribuindo dinheiro sem recibo à vontade, quase 50 milhões e a Justiça se recusa a prendê-lo. Quanto ao povo, meu caro, você nem parece sueco. Nunca lhe contaram por que a gente tem a política e o povo que tem e o Japão tem furacão, maremoto, vulcão e terremoto a toda hora?
- Não.
- É porque quando o mundo foi criado, o Japão escolheu primeiro - respondeu Fefeu.
- Quer dizer que caixa dois pode?
- Pode, sem qualquer dúvida.
Em um canto do boteco, Apolônio, o Indignado, brandia um exemplar do JB e vociferava:
- Vejam só que absurdo! Está aqui na primeira página: ''A matemática dos escândalos: de R$ 3 mil a 4 bilhões'', pode um negócio desses?
- Claro que pode - interveio Rosalvo, o Despreocupado, que até então estava em silêncio - Trata-se de cumprimento de promessas de campanha. Vocês vivem acusando e não percebem quando as promessas de campanha são integralmente cumpridas... Vocês deviam é agradecer.
Apolônio interrompeu:
- Escuta aqui, você ficou maluco? Que promessas de campanha?
- Simples, o homem não tinha prometido um ''espetáculo do crescimento''? Quer crescimento mais espetacular do que esse? - disse Rosalvo, deixando o boteco às pressas antes que Apolônio lhe acertasse um copo na testa.
''Mooora/ na filosofia/ pra que rimar/ amor e dor...'', cantava Lindalva em sua microcozinha, fritando uns bolinhos de bacalhau que... Huuuummm...

Fritz Utzeri

terça-feira, agosto 02, 2005

Os primeiros 10 quilos

Só tem uma coisa pior que fazer regime: é você perder 10 quilos e ninguém perceber. Sabe lá o que é isso? Tanta chicória por nada. Um mês sem batata frita e o máximo que perguntam é se você cortou o cabelo. Isto é, com certeza, uma das coisas que mais desmotivam um gordo. Se a vontade de comer uma moça não for muito maior que a vontade de comer Leite Moça, o gordo simplesmente manda o regime para o espaço.
É nos pequenos detalhes que você percebe que um gordo está começando a emagrecer. Por exemplo: quando a calça começa a subir. Explico: antes da calça começar a cair, ela sobe. Aos poucos vai voltando para a altura da cintura, de onde nunca devia ter saído. É que o gordo, para não perder a calça quando engorda e, principalmente, para não pular de número e ter que encarar uma calça feita sob encomenda, começa a usá-la lá embaixo. Você não repara, mas por trás daquela camisa larga pra fora existe uma calça mais ousada que a da Gang, com metade da bunda para fora. Sem falar que muitas vezes está aberta até a metade do fecho-éclair.
Outra dica importante: o gordo, de uma hora para outra, começa a aparecer com umas camisas esquisitíssimas, orgulhoso, crente que está abafando. O que também é simples de ser explicado: é que, uns 10 ou 15 quilos atrás (o que em alguns casos pode equivaler a uns 30 anos), aquelas camisas ainda estavam na moda. Empolgado que finalmente elas começam a fechar, o gordo nem se toca que está trocando um mico por outro. Começam as chacotas.
Não é à toa que é nessa fase que 90% dos gordos acabam desistindo. Chegar a um mês e meio de regime não é para qualquer um. Sério, é um desafio digno de prêmio. Mas, como os amigos e parentes não notam o esforço solitário do gordo, ele resolve se premiar. O problema é que, geralmente, o prêmio é sair do regime. Ele se convence de que é um vencedor e que, por isso mesmo, é merecedor de um estrogonofe com batata frita. E, como já saiu do regime, qual o problema de mandar um sorvete de chocolate como sobremesa? É o começo do fim.

segunda-feira, agosto 01, 2005

O entendido

Ornecrildes estava no ônibus, quando os três camaradas armados anunciaram o assalto:
- Todo mundo pianinho, que isso aqui é um revólver 38 e eu não estou para brincadeiras neste meu primeiro assalto.
Ornecrildes deixou todo mundo espantado ao se levantar para contestar o assaltante:
- Que 38? Isso aí é um 32, que daqui dá pra ver!
Um comparsa do bandido contestado:
- Mas o buraco que ele faz é igual. E ninguém tá aqui pra discutir calibres!
O assaltante que fora contestado:
- Peraí, essa eu quero esclarecer! Quando eu comprei o revólver, o cara que me vendeu disse que era um 38!
Ornecrildes:
- Com todo respeito, você foi passado pra trás!
Uma velhinha, em pânico:
- Por favor, moço, assalte logo a gente, que eu tenho que saltar no outro ponto!
O bandido:
- Negativo! Agora eu quero saber que negócio é esse de ser passado pra trás!
Um dos comparsas:
- Não vai nesse papo, chefia! Eles querem ganhar tempo!
O assaltante estava injuriado:
- Que se dane! Se isto aqui for mesmo um 32, eu mato aquele cara que me vendeu!
Ornecrildes não perdeu tempo:
- Se eu fosse o senhor, ia lá agora resolver esse papo! Tremenda sacanagem o que fizeram com o senhor!
Um baixinho:
- O senhor tá atrasando o assalto! Pensa que é o que?
Ornecrildes:
- Não posso permitir que um consumidor seja enganado dessa forma!
O assaltante:
- Se eu não encontrar o cara, juro que vou dar queixa à polícia!
Um dos comparsas não agüentou mais:
- Dar queixa à polícia? O chefe endoideceu! E tudo por culpa aí do cara que disse que o revólver não é 38!
O baixinho:
- Ele é nosso! Podia ter provocado um tiroteio aqui dentro ao discordar do chefe de vocês!
Os assaltantes resolveram dividir:
- Vocês batem primeiro que nós damos a surra de misericórdia!
Ornecrildes apanhou dos dois lados e agora está discutindo com o enfermeiro no hospital:
- A agulha dessa seringa não é nova! Quem vendeu pro senhor deu o maior golpe!