O PERIGO INVÍSIVEL DOS AGROTÓXICOS

Ministério da Agricultura revela que 61 hortaliças, legumes e frutas produzidas no país contém agrotóxicos irregulares



Leandro Rabelais



Muitas vezes a dieta alimentar se concentra em uma alimentação rica em verduras, legumes e frutas. Mas por debaixo da "condição saudável" destes alimentos, um perigo pode estar escondido. O uso indiscriminado de agrotóxicos irregulares foi detectado pelo Ministério da Agricultura em pelo menos 61 tipos de alimentos.



O levantamento foi feito em conjunto com o Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ibama. A ação faz parte de uma instrução normativa que pretende regulamentar o mercado destes produtos direcionados as culturas conhecidas como "minor crops". Esses alimentos tem pouca ou nenhuma proteção fitossanitária contra pragas registradas junto aos órgãos de controle.



Os produtos em questão são o abacaxi, o maracujá, a melancia, a batata doce, o agrião, o almeirão, a couve-flor, a rúcula e a mandioca, juntamente com o alface, tomate e a berinjela, consumidos diariamente por milhares de pessoas.



Os agrotóxicos foram projetados na Primeira Guerra Mundial e utilizados de forma mais contundente na Segunda Guerra Mundial como arma química. Com o fim da guerra, o produto desenvolvido passou a ser utilizado como "defensivo agrícola".

Os agrotóxicos chegaram ao Brasil em meados da década de 60. Foi introduzido através da imposição das indústrias de venenos e do governo brasileiro. O financiamento bancário para a compra das sementes só era feito mediante a compra do adubo e do agrotóxico por parte do agricultor.

A política impositiva do governo levou a uma grande contaminação ambiental, sem que o problema da fome fosse contido. Hoje, no mundo, 1/5 das crianças não ingerem a quantidade suficiente de calorias e proteínas que precisam. Cerca de 2 bilhões de pessoas no planeta sofrem de anemia. A cada ano, 30 milhões de pesssoas morrem de fome e 800 milhões sofrem de subalimentação crônica.



INTOXICAÇÃO POR AGROTÓXICOS



O Brasil está posicionado entre um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo, tanto aqueles de uso agrícola como os domésticos. A falta de fiscalização no uso destas substancias químicas tóxicas e o desconhecimento da população em geral sobre os riscos e perigos à saúde, demonstram altas taxas de intoxicações no país. De acordo com a Organização Nacional de Saúde, para cada caso notificado de intoxicação, 50 deixariam de ser informados.

O perigo começa no campo, com os agricultores que pulverizam os agrotóxicos nas lavouras. A falta de uso de ferramentas e de proteção devida por parte dos produtores pode ocasionar invalidez e até morte. Logo após o perigo chega à mesa do consumidor dos grandes e médios centros urbanos. Os vegetais e frutas disponíveis no mercado, de aspecto agradável podem esconder resíduos de agrotóxicos utilizados na lavoura.
Fonte:Diário de Petrópolis