quarta-feira, agosto 10, 2005

Seqüestro de defunto

Estava todo mundo no velório do Broquenildes, quando a capela foi invadida por cinco camaradas:
- Aí, moçada, é seqüestro!
A viúva, célere:
- Eu não posso ser seqüestrada, por causa de que o falecido faleceu e não pode mais pagar porcaria nenhuma de resgate!
O chefe do bando, apontando o defunto:
- Nós vamos é levar é ele!
Um gordão, assustado:
- Céus, vão seqüestrar um defunto!
Um dos bandidos, apontou a AR-15 para o gordão:
- Se falar mais alguma coisa, vai levar um tiro bem no meio dos cornos!
Uma velhinha, preocupada:
- Se os senhores levarem o defunto e a gente pagar o resgate, prometem que devolvem ele vivo?
O chefe do bando:
- Vivo eu não garanto! Mas que vamos levar o defunto, lá isso vamos! E vocês vão ter que pagar o resgate, senão não vai ter enterro!
Um magricela, meio doido:
- Lá no cativeiro vão amarrar ele pra não fugir?
O chefe do bando quase atira no magricela:
- Quer gozar a gente?
A velhinha, no ouvido do magricela:
- Não diz mais nenhuma besteira pra não levar tiros de todas as direções.
Um negão levantou a mão para falar:
- As suas pessoas estão perdendo tempo! Ninguém aqui vai se coçar pra pagar resgate pela pessoa de um defunto que não valia nada!
O gordão ficou tiririca da vida com o negão:
- Se os caras querem seqüestrar o defunto, tudo bem, porque tem maluco pra tudo! Mas sem essa do senhor falar mal do extinto!
O magricela ficou do lado do negão:
- Não valia nada mesmo! Tomava porre todos os dias, não respeitava as áreas de lazer das nossas patroas e botou o bloco na rua me devendo vinte paus! Podem levar! Assim a gente economiza a grana do enterro!
Os bandidos desistiram e o velório seguiu tranqüilo.

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