segunda-feira, setembro 03, 2007

Águas do Imperador acha legal cobrar esgoto de quem não recebe nem água

O superintendente do Consórcio Águas do Imperador, Marcio Salles Gomes, disse que a empresa vai cumprir a notificação da Comdep, suspendendo por 90 dias a cobrança de esgoto das residências que não são clientes. Marcio Salles explicou que os não clientes são aquelas residências que não recebem abastecimento de água e não têm coleta de esgoto na região do Quitandinha.

Ele frisou que a cobrança é legal e está fundamentada em lei municipal e no Contrato de Concessão. O superintendente disse que durante o prazo de 90 dias a empresa e a Comdep vão se reunir em busca de um entendimento e que prestará todas as informações sobre o cadastro de quem é cliente da empresa.

Na próxima quarta-feira, o presidente do Indeccon, Marcio Tesch, vai se reunir com representantes do Consórcio Águas do Imperador para discutir o assunto, já que foi procurado por moradores do Quitandinha revoltados com a cobrança de esgoto. "Muitos que não pagavam esgoto tratado passaram a pagá-lo. Para o caso dos que já pagavam o esgoto na conta, a cobrança passou a ser feita dentro do percentual de 93% do valor da tarifa da água, valor esse previsto em contrato, sem contar outros casos de pessoas que não pagavam sequer o esgoto e passaram a pagá-lo em função do novo critério de cobrança", comentou Marcio Tesch.

O vereador Albano Filho (Baninho) disse que ontem foi procurado por outros moradores do Quitandinha que estão revoltados com a cobrança. "Na segunda-feira, quando tomei conhecimento do problema procurei o presidente da Comdep, Hélio Dias, e o informei sobre a cobrança. Desde o primeiro momento, me mobilizei junto ao Governo Municipal para que fossem tomadas medidas para reverter a situação".

Na Câmara Municipal, além da cobrança do esgoto, os vereadores querem rever o contrato de concessão, pois consideram absurdos os valores cobrados pelo Consórcio Águas do Imperador e pela forma como vem tratando os petropolitanos. Entre os críticos da empresa está o vereador Osvaldo do Vale (Vadinho), que na legislatura passada tentou aprovar uma lei para impedir a empresa de cortar água de famílias carentes.

Na época, seu projeto foi rejeitado na Câmara e por isso está apoiando, assim como outros vereadores, a criação da Comissão Especial de Inquérito (CEI) e o projeto do vereador Roberto Naval, cujo objetivo é impedir o corte de quem ganha até um salário mínimo e meio. Segundo uma fonte da Câmara, a bancada de apoio ao prefeito Rubens Bomtempo está discutindo a abertura da CEI, anunciada na sessão de quinta-feira, quando a maioria dos vereadores manifestou-se contrária às cobranças realizadas pela Águas do Imperador.

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