quinta-feira, fevereiro 15, 2007

MANUAL COM 28 PÁGINAS ENSINA A EVITAR GOLPE DO FALSO SEQÜESTRO PELO TELEFONE

O falso seqüestro, assim como outros golpes, nasceu da necessidade de presidiários obterem créditos para seus celulares pré-pagos para que possam se comunicar de dentro da carceragem com o restante da quadrilha. Agora, como forma de aterrorizar ainda mais suas vítimas, os bandidos estão fazendo pequenos teatros utilizando o choro de uma criança, gritos e pedidos de socorro.

Dessa forma, as vítimas entram em pânico e acabam cedendo às exigências dos bandidos. Foi o que aconteceu com um empresário petropolitano na última sexta-feira. Ele estava no Rio de Janeiro, quando recebeu a ligação. Segundo consta no registro de ocorrência, uma criança chorando muito, pedia socorro dizendo: "Pai, pai. Eles me prenderam. Me jogaram na mala do carro e me machucaram".

Com o susto e por não ter conseguido conversar com a criança, o empresário acreditou que o filho de seis anos tivesse sido seqüestrado. Na ocasião, o suposto seqüestrador pegou o telefone e passou a dizer que estava com o garoto e, como pagamento do resgate, queria a quantia de R$ 10 mil, além de R$ 1 mil em créditos para telefone celular.

O falso seqüestrador ainda afirmou que, caso suas exigências não fossem cumpridas, a criança seria morta com pancadas de barra de ferro. Para dar ainda mais realidade à ação, enquanto conversava com o empresário, pessoas que estariam próximas ao bandido falavam o tempo todo e chegaram a ordenar que alguém verificasse se o menino estava com sede ou queria comer alguma coisa.

Em desespero, o empresário rapidamente partiu para a compra dos cartões. Durante todo o tempo o marginal se manteve na linha. A vítima já havia gastado cerca de R$ 250 quando percebeu que podia estar caindo num golpe e então desligou o telefone. Logo conseguiu contato com sua residência e descobriu que o filho estava em casa, brincando.

Em janeiro, o chefe de Polícia Civil do Estado classificou como epidemia os casos de falso seqüestro e preparou uma cartilha para evitar que a população continue caindo nesse tipo de golpe. Com 28 páginas, o manual foi distribuído em todas as delegacias do estado. Entre as sugestões estão: quando receber uma ligação como essa, antes de tomar qualquer atitude, a pessoa deve primeiro consultar os órgãos competentes; não atender ligações telefônicas estranhas, que geralmente são feitas a cobrar; quando alguém pedir informações particulares sobre familiares e veículos, não informe antes de confirmar o caso e, havendo a possibilidade de identificar o número do telefone de origem da ligação, a recomendação é manter contato com a Polícia, para denunciar..

Nenhum comentário: