Mais Atenção para o Piabanha

A situação crítica dos rios do estado, que é motivo de preocupação do Ministério Público, também inclui o rio Piabanha, que nasce em Petrópolis e cujos níveis de poluição são comprometedores. A prática de utilizar os rios como esgotos, que tantos prejuízos ambientais trazem ao longo dos anos, e a demora de muitas empresas em estabelecer procedimentos de tratamento de efluentes, ainda podem ser constatada.

Alguns sinais de mudança promissores vem acontecendo, como a construção de estações de tratamento do esgoto doméstico, a partir da privatização dos serviços de abastecimento de água e coleta de esgoto; e a ação firme do Ministério Público, exigindo que os órgãos ambientais cumprissem seus deveres e obrigando empresas a tratar os seus efluentes. Ainda assim, há muito a ser feito.

Maior rigor no controle das ocupações nas margens dos rios, por exemplo, seria um pré-requisito para conter a destruição das matas ciliares, apontada pelos especialistas como um grave problema ambiental e fator adicional em deslizamentos e erosão das margens. Proibida por lei, a ocupação, quando tolerada pelos administradores públicos, ganha ares definitivos a partir do momento em que as moradias são construídas, ainda que sob risco de mortes em períodos de enchentes. É um problema que deveria contar com o apoio de todos os poderes, inclusive o Judiciário.
Petrópolis, destaque nacional pelo seu patrimônio arquitetônico, também poderia ganhar um reconhecimento adicional pelo seu empenho na preservação dos seus recursos hídricos. A água, conforme o mundo inteiro já percebeu, é um bem valioso e que precisa ser conservado. Para que isso se torne uma ação local, no entanto, é preciso o empenho de toda a comunidade.