O comandante do 26oBPM, coronel Calixto Barbosa, disse que o policiamento ostensivo foi intensificado na região de Itaipava e que suas equipes estão investigando os assaltos. "Aumentamos o policiamento, principalmente à noite e temos equipes trabalhando para identificar e prender esses bandidos", afirma o comandante da PM. Atualmente o 26o. Batalhão de Polícia Militar de Petrópolis dispõe de um efetivo de 429 homens para fazer o policiamento ostensivo na cidade, que tem 319.182 habitantes. Isso significa, um policial para casa 744,01 habitantes.
Diante de recorrentes assaltos e arrombamentos que vem acontecendo em Itaipava, comerciantes estão amedrontados e organizam um movimento para chamar atenção das autoridades para a necessidade de coibir o crescimento da violência naquele distrito. A reunião está marcada para às 11h do dia 14 (quarta-feira) no bar e creperia, Nucrepe. "Itaipava é uma região freqüentada por formadores de opinião, por artistas, uma área nobre da cidade, que precisa de mais atenção. Convidamos as autoridades políticas e de segurança para participar desta reunião. Nosso objetivo é encontrar uma solução, não é atacar ninguém. Convidamos autoridades políticas e de segurança a participar da reunião", diz a comerciante Andréa Noronha, uma das sócias do Nucrepe.
Em menos de 40 dias, pelo menos sete assaltos foram registrados na região de Itaipava. Os alvos dos foram: uma das sócias da creperia, além de lojas de conveniências, mercadinho, restaurante, casa loteria e pelo menos dois caminhoneiros. "Eles estão assaltando descaradamente os estabelecimentos, às vezes à luz do dia (...) por enquanto sem mortes, mas será que vão esperar alguém morrer para fazer alguma coisa?", preocupa-se.
O caso mais recente aconteceu há uma semana, quando a sócia de Andréa, foi rendida quando voltava do trabalho. A comerciante foi abordada pelos assaltantes por volta de 5h30 da manhã do dia 2, quando chegava em casa, no bairro Santa Mônica, acompanhada das duas filhas, de 13 e 16 anos. Armados e encapuzados, dois bandidos teriam ameaçado uma das filhas da comerciante com um revólver e chegaram a agredir a comerciante com uma coronhada na cabeça. Eles fugiram levando dinheiro, cheques, cartões bancários e documentos, além de aparelhos celulares e chaves da casa e do carro da vítima.
Andréa conta que os comerciantes de Itaipava estão apreensivos. Ela acredita que a discussão pública do assunto é fundamental. "Muita gente não tem coragem de falar, porque acha que o movimento vai diminuir em Itaipava, que as pessoas vão deixar de vir pra cá, mas é a nossa vida que está em risco, a nossa segurança, precisamos que alguma coisa seja feita para evitar que situações como esta se repitam", disse, lembrando que o assalto à sua sócia não foi o único. "Muitos assaltos estão acontecendo. Tenho um amigo que, em um domingo à tarde, teve a família levada como refém, até que ele entregasse o dinheiro de sua loja", lembra.
Os arrombamentos também preocupam empresários daquela região. Na semana passada, em apenas uma madrugada, 14 boxes da Feirinha de Itaipava e uma loja de tintas (Abrafer) foram invadidos. A loja de tintas, teve duas motos e aparelhos celulares furtados. "Foi o terceiro arrombamento em pouco mais de um mês", contou a gerente, que temendo represálias prefere não se identificar. Ela acrescenta que para evitar novos ataques, foram instaladas grades e câmeras de segurança na loja, além da contratação de um segurança. "Estamos assustados porque os ladrões continuam agindo... toda semana ficamos sabendo de novos arrombamentos", disse.
Autoridades de Segurança
Após avaliação estatística, o titular da 106aDP, delegado Antônio Carlos Rocha, disse que a população não deve ficar alarmada. "Fizemos um levantamento estatístico dos casos registrados durante o primeiro quadrimestre deste ano, e comparando com o ano passado, vimos que tivemos apenas cinco furtos, e cinco roubos à mais. Se considerarmos o crescimento populacional, este aumento não é tão significativo", avalia. De acordo com o delegado Rocha, em 2007 a delegacia de Itaipava registrou 142 furtos entre os meses de janeiro e abril. No mesmo período deste ano, o número subiu para 147, cinco à mais. O mesmo aconteceu em relação aos roubos, que passaram de 17 para 22, no mesmo período. O delegado ressaltou ainda a importância do aumento de policiamento ostensivo. "Itaipava precisa ter um policiamento ostensivo melhor. Nós (Polícia Civil) temos uma atuação posterior ao crime", disse o delegado, lembrando que os policiais da 106a.DP estão trabalhando para identificar e prender os criminosos.
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