sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Presidente da Serla vistoria áreas atingidas

presidente da Superintendência Estadual de Rios e Lagoas, Marilene Ramos, voltou ontem a Petrópolis para fazer vistoria no Rio Santo Antônio, que durante o carnaval teve a maior cheia dos últimos 50 anos e deixou um rastro de destruição ao longo da Estrada do Gentio, da BR 495 e do bairro Madame Machado, em Itaipava. Em entrevista coletiva no Centro de Cidadania em Itaipava, ela disse que os equipamentos enviados para a dragagem do rio - uma draga e dois caminhões - já estavam na cidade e começariam os trabalhos à tarde. Após um sobrevôo rápido na tarde de terça-feira, quando acompanhou o governador Sérgio Cabral, Marilene Ramos disse que identificou muitos pontos de desabamentos, que poderão voltar a assorear o rio. Ela explicou que o trabalho deverá ser feito em três etapas. "Precisamos, primeiro, desassorear o rio, retirar entulhos e limpar o entorno, para evitar que a terra que desceu dos barrancos seja levada para dentro do rio", disse Marilene, lembrando que o trabalho deve ser rápido, porque se ocorrer uma nova chuva, a situação poderá se agravar porque o rio está muito obstruído. Na segunda etapa – a ser realizada em médio prazo – a Serla vai identificar locais de risco e áreas que possam sofrer com a erosão, e cadastrar as construções às margens do rio. A terceira ação será a execução do projeto de recuperação do Rio Piabanha, que prevê a recuperação da cobertura florestal e da vegetação ciliar às margens do Rio.

Acompanhada de técnicos da Superintendência e do prefeito Rubens Bomtempo, Marilene Ramos vistoriou a foz do Rio Santo Antônio e chamou atenção para a cor barrenta nas águas que se destacavam no encontro entre os dois rios. "Podemos ver que a cor da água está barrenta, por causa da quantidade de terra que desceu das encostas", disse. Após a vistoria em solo, a equipe sobrevoou a área atingida para analisar os danos em toda a bacia do rio e identificar outros pontos críticos.
Sobre ações para conter as ocupações irregulares, citadas pelo governador Sérgio Cabral, como principal motivo da tragédia, Marilene disse que o problema das ocupações faz parte de um processo histórico que vem sendo controlado. "Reverter este processo é complicado. Precisamos aumentar a fiscalização", admitiu, considerando a atuação efetiva mais difícil quando envolve pessoas de baixo poder aquisitivo. " As famílias instaladas no local não podem ser retiradas das casas sem receber outra moradia. Imóveis de pessoas com alta renda normalmente não estão próximas ao rio. Normalmente estes casos são de aterros feitos para aumentar o terreno dos imóveis ou muros", disse, acrescentando que o número de fiscais em Petrópolis foi ampliado.

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