segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Comunidade 1° de Maio pede socorro

Os moradores da Rua 3, na Comunidade 1° de Maio, em Madame Machado, estão apavorados com a possibilidade da queda de novas barreiras. Só nessa rua foram três deslizamentos na madrugada de domingo, em uma distância de cerca de 10 metros entre eles. Eles reclamam principalmente da indefinição dos engenheiros da Defesa Civil, que ora dizem não ter risco para os moradores, ora recomendam que as pessoas saiam das casas e procurem lugar mais seguro.

Segundo a recepcionista Marta Rocha da Silva, de 46 anos, o primeiro engenheiro a visitar o local foi Jaime Mendonça, que teria dito não ter problema de cair mais terra e recomendou apenas o corte de duas árvores que estavam prestes a cair. "Ele chegou a dizer que era pra gente colocar um pau lá em cima do morro e ficar observando se ele ia tombar para algum lado. Mas como a gente fica um dia inteiro olhando lá pro alto do morro? E de noite?", indagou.

Entretanto, conforme contou Marta, um outro engenheiro, Danilo Marcolino, alertou os moradores para que saíssem das casas o quanto antes. Ele teria dito que toda a rua estava interditada, porque podem ter mais deslizamentos, que ameaçam atingir as casas. De acordo com ela, o engenheiro chegou a dizer que tem muitas rachaduras, e que se fosse a família dele que estivesse lá, ele já teria tirado todos de lá.

"O meu marido e outros vizinhos foram lá em cima do morro e eles disseram que tem umas rachaduras muito grandes. Aí eles marcaram com duas estacas e bandeiras, mas quem tinha que ir lá em cima, com as botas deles, ver como está a situação do morro, é a Defesa Civil, mas eles ainda nem fizeram isso. (...) Eu sei que a nossa situação é melhor do que a de muita gente. Mas se não falarmos ninguém faz nada. Estamos com medo!", relatou Marta.

Os outros vizinhos também denunciam a falta de água e dizem que quando ela chega em algumas casas está barrenta. Segundo Marisa Rocha da Silva, eles estão sendo obrigados a beber água da chuva, porque não chega mais água. A água é coletada da calha que acompanha as telhas de amianto.

"Eu fervo e dou para as meninas que estão grávidas beberem. (...) A Prefeitura está distribuindo água na Madame Baixa, mas não tem como a gente trazer aqui pra cima nas costas. E disseram que o caminhão pipa não vem mais, porque parece que parte da estrada está afundando.", revelou Marisa.

A Prefeitura informou que o abastecimento de água no bairro Madame Machado e no Conjunto 1° de Maio será reforçado com a perfuração de um poço artesiano pelo Consórcio Águas do Imperador. "Também estamos reforçando, diariamente, o atendimento das localidades com carros pipas", afirmou Márcio Gomes, superintendente da Águas do Imperador.

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