quarta-feira, dezembro 24, 2008

Passagem cara e muita espera por ônibus



Moradores do Quitandinha, Castelânea e Valparaíso esperam pelo coletivo que chega lotado em frente ao prédio do antigo Fórum.


Jaqueline Ribeiro
Redação Tribuna


Quem depende do transporte público, principalmente para trabalhar, reclama não somente do aumento na tarifa de ônibus, reajustada em 10% no último domingo, mas também do tempo que precisa esperar para conseguir embarcar nos coletivos após o trabalho. Moradores das regiões do Quitandinha, Castelânea e Valparaíso, por exemplo, que precisam esperar pelo coletivo em frente ao prédio do antigo Fórum, diariamente sofrem com a longa espera para conseguir pegar o ônibus.
Usuários contam que no fim da tarde a situação fica ainda mais complicada com o engarrafamento que se forma naquele trecho. Com isso, os coletivos demoram ainda mais para atravessar os poucos metros entre as ruas Washington Luiz e a esquina da Imperador com a Praça Arthur Sá Earp.
“Isso aqui é uma pouca vergonha. Às vezes ficamos aqui duas horas esperando. Eu já estou aqui há 1h55m, e isso acontece todos os dias, não é agora porque estamos em época de Natal, não. Minha irmã, por exemplo, sai do trabalho às 18h e só consegue chegar em casa depois das 20h. É um absurdo, ainda por cima aumentam o preço da passagem em 10%. Alguém precisa rever isso, porque o nosso salário não tem esse mesmo reajuste, como a passagem pode ter? Como é que fica a situação da pessoa que ganha salário mínimo?”, desabafa a dona-de-casa Aurizélia Fernandes Thomaz, que mora na Rua Honduras, no Quitandinha.
Pensamento semelhante tem a cozinheira Maria das Graças Melo, que na tarde de ontem esperou mais de uma hora e meia para embarcar no ônibus da linha Espírito Santo. “Os ônibus demoram muito. Passamos mais tempo esperando pelo ônibus do que trabalhando. A pessoa já chega em casa estressada com isso, demora demais”, diz.
A moradora do Valparaíso, Ana Villas Boas, também reclama do serviço e lembra que hoje em Petrópolis o usuário paga uma tarifa igual à da capital, onde os quilômetros percorridos são bem maiores. “Estou esperando o ônibus da linha 206, que saiu do bairro 17h10, já são quase 18h e ele ainda não passou. Eu considero um absurdo a passagem ter aumentado. Aqui o percurso é muito pequeno. No Rio o passageiro anda muito mais e paga praticamente o mesmo preço”, diz.
As mudanças dos pontos de ônibus também desagradaram os usuários, que agora se vêem obrigados a pegar o ônibus que vem do bairro e seguir até o ponto final no Centro, para só então seguir em direção ao bairro. “O ponto de ônibus ficou muito longe, então o jeito é pegar aqui e ir até o final. Quando cheguei aqui, vi um ônibus para o Siméria passando do outro lado (em direção ao bairro), mas não tem ponto por aqui, então o jeito é esperar aqui (no Fórum) e ir até o final. É ruim porque com isso a gente perde muito tempo”, conta a doméstica Aparecida Guimarães.
Quando chove, a situação dos usuários é ainda mais complicada. O atraso dos ônibus deixa os pontos lotados, e com os abrigos pequenos nem todos conseguem escapar da chuva. “É muito difícil a situação de quem precisa de ônibus em Petrópolis. Quando chove, o trânsito fica mais complicado, os ônibus demoram ainda mais, isso aqui fica uma confusão só”, reclama a aposentada Eliana Deolindo Cassemiro.

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