terça-feira, abril 29, 2014

Mercado imobiliário apresenta queda também em Petrópolis

Foto: Alexandre Carius
Apesar dos inúmeros empreendimentos que estão surgindo na cidade, o setor imobiliário apresenta queda nas vendas. No Brasil, o motivo é a sequência de estímulos do governo federal na área de infraestrutura, em especial do Programa Minha Casa Minha Vida. Mas, segundo a Associação dos Corretores de Imóveis de Petrópolis (Ascip), na cidade, a preocupação é com relação a Copa do Mundo. O presidente da Ascip, Jairo do Carmo Machado destacou que muitas pessoas estão achando que o preço vai cair depois do evento, embora em Petrópolis, os valores dos imóveis não devam ser impactados. O metro quadrado na cidade, de acordo com a Ascip, está custando cerca de R$ 6 mil. 

Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que o setor imobiliário apresentou quatro meses consecutivos de queda nas atividades e que, o maior problema enfrentado é com relação a demanda. No último trimestre de 2013, o problema foi enfrentado por 18,14% dos empresários do setor. A pesquisa da CNI revelou que este ano o problema foi apontado por 27,8% dos entrevistados. Além disso, foram citadas a carga tributária (45,3%), a falta de trabalhadores qualificados (41,5%) e o alto custo da mão de obra (26,9%). 
Jairo afirmou que os preços dos imóveis na cidade estão estabilizados há 1 ano. “Temos a procura, mas as pessoas estão resistentes na hora de fechar o negócio. Elas estão com a perspectiva de que os preços vão cair depois da Copa. Mas, essa queda vai ser, no máximo, de 5%”, destacou. Já os imóveis novos, ele acredita que enfrentarão mais dificuldades na hora da comercialização, porque estão vindo com valores mais altos, acima de R$ 300 mil. Outro ponto ressaltado pelo presidente da Ascip é que as novas ofertas atendem, em sua maioria, a classe média. “Quem tem de R$ 180 a R$ 250 mil para investir em um imóvel, encontra mais dificuldade”, comentou. Além disso, ele  ressaltou que a maioria das pessoas compram as casas por meio de empréstimos bancários. 
O Centro Histórico ainda aparece como a área mais valorizada da cidade. “Tenho um apartamento em Itaipava com 3 quartos e 2 vagas para estacionamento a R$ 480 mil. No Centro pelo mesmo valor o imóvel é com 2 quartos e 1 vaga”, explicou. 
Esta diferença de preço se dá, segundo ele, porque as ofertas estão maiores em Itaipava e arredores. Recentemente, foi lançado o Residencial Sesmarias, no Samambaia, com 192 apartamentos, o valor de cada imóvel varia em torno de R$ 350 mil. Os apartamentos são compostos por 2 quartos, sendo uma suíte, cozinha, sala e dois banheiros. No condomínio tem vaga para garagem e área de lazer. 
Além desse, existem pelo menos dois sendo construídos em Corrêas. Em Nogueira, a  construção de um condomínio de alto luxo na Avenida Leopoldina, vem sendo discutida entre moradores do bairro, que temem o espraiamento da água do rio e os empresários responsáveis pelo empreendimento que alegam que a obra está licenciada e que a distância prevista do aterro a margem do rio, de 50 metros, está sendo respeitada. A previsão é que sejam construídos 216 apartamentos no local, em uma área que equivale a, aproximadamente seis campos de futebol. 
Na Rua Washington Luiz, o empreendimento Quinta de Altiora, já está sendo construído. No local, serão vendidos apartamentos de 2 e 3 quartos, todos com lareira e com vagas para carros. 
Em Itaipava, as obras de um novo condomínio na Estrada União e Indústria, também está a todo vapor. O All Suítes oferecerá apartamentos de 2, 3 e 4 quartos. 
Em contrapartida, as construções estão a todo vapor. José Maria Rabelo, presidente do Sindicato da Construção Civil e do Mobiliário, afirmou que está faltando mão de obra para suprir a demanda da cidade. “Com a construção da nova subida da serra, pelo menos 800 homens devem ser empregados nos próximos três anos. O deslocamento deles para esta área, vai impactar diretamente nas construções leves, como dos novos empreendimentos. Até o fim do ano José Maria estima que o setor empregue mais 30% dos trabalhadores. “Temos muito empreendimentos em andamento, como na Castelânea, o projeto do Minha Casa Minha Vida, no Carangola; o condomínio em Nogueira, entre 
outros. A previsão é que o mercado de obras fique ainda mais aquecido nos próximos meses”, 
destacou. 
O presidente do Sindicato das Indústrias de Construção Civil, Ricardo Francisco observou que existe um aquecimento do setor na cidade e que muitas empresas cariocas subiram a serra para empreender em Petrópolis. “A maioria dos empreendimentos foram licenciados em Correâs e Itaipava”, disse. Mas, Ricardo afirmou que diferente das outras cidades do país, o município tem uma demanda reprimida, principalmente com relação a comunidade carente que deve ser atendida nos próximos anos pelos programas do Minha casa Minha vida. “Existem mais de 1 mil pessoas com carta de crédito para compra, mas não conseguem porque não encontram imóveis legalizados”, acrescentou  a respeito de outro problema enfrentado pelo setor imobiliário. 
Sobre a queda na demanda, ele acredita que o motivo é o período de início de ano, quando são cobrados os impostos tanto dos imóveis quanto dos carros. “Este ciclo acontece anualmente e a partir de abril deve haver um reaquecimento”, concluiu. 
Fonte:Tribuna de Petrópolis 

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