A partir de março a
Defesa Civil de Petrópolis passa a contar, efetivamente, com os dados do
Projeto Gides - Gestão do Risco de Desastres e Programa de Resposta, que vem
sendo montado há três anos de forma pioneira no país. O Gides oferece a
metodologia japonesa para enfrentar desastres naturais e tem a implementação de
técnicos do Japão em missão permanente no país até a sua efetivação.
Os agentes da
Secretaria de Defesa Civil encerram nesta quarta-feira (08.02) reunião de dois
dias de mais uma série de encontros de grupos de trabalho que une Brasil e
Japão. A ideia é colocar em prática o método nos primeiros dias de março. Ele
engloba acompanhamento do índice pluviométrico com a saturação e movimentação
do solo simultaneamente. O sistema já é usado no Japão, porém ainda é inédito
no Brasil.
“É grande a
expectativa em ver funcionando. Agora todo o debate que aconteceu durante esses
anos será colocado em prática”, disse o diretor do Departamento Técnico,
Operacional e de Fiscalização da Defesa Civil, Ricardo Branco. “A metodologia
japonesa utiliza cálculos no monitoramento. A Defesa Civil, durante todo o
acordo de cooperação, fez o apanhado do comportamento do solo em várias partes
da cidade no período de chuvas. O método japonês entra nesta fase, da amostragem
de água no solo: com modelagem de cálculos, é possível prever se as chances de
acontecer o deslizamento existe”, explicou.
A etapa experimental
será executada ainda em Friburgo e Blumenau outras duas cidades selecionadas ao
lado de Petrópolis para receber o projeto-piloto no país. O sistema atual, que
conta apenas com pluviômetros, não será desativado: ele vai operar em conjunto.
“A Defesa Civil
trabalha com a prevenção, e assim como determinou o prefeito Bernardo
Rossi,toda equipe vai dar o suporte necessário para a parceria funcionar”,
disse o Secretário de Defesa Civil, Coronel Paulo Renato Vaz. “É um projeto
experimental, mas que vai trazer uma nova maneira de pensar o desastre aqui em
Petrópolis. A Defesa Civil ganha, e consequentemente, os petropolitanos”,
afirmou.
Especialista em
Gestão de Desastres de Sedimentos, Akinori Naruto, um dos consultores do Gides,
falou em nome da equipe japonesa: “A continuidade do projeto é importante neste
momento em que se iniciam testes práticos. Esperamos contribuir com essa
metodologia na prevenção de desastres aqui no Brasil”, disse.
O trabalho, que
recebeu aporte de US$ 11 milhões do governo japonês, vai resultar em manuais
para os quatro eixos principais que servirão de guia de orientação. Os manuais
serão finalizados a partir dos testes e as cidades-piloto, como Petrópolis,
terão fortalecidas a capacidade de avaliação e previsão dos desastres de
movimento de massa, aprimorarão o protocolo de alerta antecipado e terão
reforço nas diretrizes de planejamento e prevenção como a expansão urbana.
Iniciado em julho de
2013, o Projeto GIDES é executado pelo Ministério das Cidades, pelo Ministério
da Ciência, Tecnologia e Inovação - CEMADEN, pelo Ministério da Integração -
CENAD e pelo Serviço Geológico Brasileiro – CPRM, contando com a cooperação de
especialistas japoneses do Ministério da Terra, Transporte, Infraestrutura e
Turismo – MLIT, da Agência de Meteorologia do Japão e de outros órgãos de
expertise na área, através da Agência de Cooperação Internacional do Japão - JICA.
Fonte: Diário de Petrópolis
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