terça-feira, novembro 04, 2014

Saúde: filas enormes e falta de vagas em hospitais

Novamente a falta de estrutura na saúde pública de Petrópolis voltou a prejudicar quem precisa de atendimento. Na manhã de hoje, a fila no Pronto Socorro Dr. Nelson de Sá Earp, em busca de um agendamento com algum ortopedista teve tempo de espera de mais de uma hora. Pessoas de muleta e idosos esperaram em pé durante horas para conseguir uma consulta ainda este ano. Já os casos mais graves estão relacionados a falta de vagas no Hospital Alcides Carneiro, para receber os pacientes que precisam ser transferidos. 
Paulo de Almeida de 58 anos, está internado no P.S desde a última sexta-feira e de acordo com os familiares, precisa ser levado para a U.T.I o mais rápido possível. Desde que foi atendido, o homem sofreu um ataque cardíaco, duas paradas respiratórias, pegou uma infecção e perdeu o funcionamento de um dos rins.
“Ele está com febre alta devido a infecção, já tem o pulmão comprometido e está muito aflito pois o local é muito barulhento. Todas as vezes meu pai acorda chorando com expressão de desespero por estar aqui. Os médicos afirmam que a transferência é necessária, mas a funcionária só nos disse que só terá vaga quando alguém que está internado no Hospital Alcides Carneiro morrer. Imagina se isso é coisa que se diga ou jeito de tratar familiares aflitos”, reclamou indignada a filha Renata da Silva de Almeida.
A balconista que veio para Petrópolis apenas para acompanhar o pai mora em Juiz de Fora, e disse estar impressionada com a falta de educação na hora de tratar os pacientes e seus parentes. “Estamos atordoados por causa do estado do meu pai e ainda precisamos ouvir um absurdo desses? Além de não conseguirmos vagas somos obrigados a ser desrespeitados”, disse.
Segundo Iracema de Almeida um rapaz vítima de um acidente de moto foi colocado em uma cadeira no corredor para ser atendido. “Não tem maca! O paciente estava todo ralado, cheio de dor, sentado em um banco. Estou muito preocupada com o meu irmão devido a infecção e os outros problemas e ainda flagro uma cena dessas, é de partir o coração e deixar a gente ainda mais apavorado”, ressaltou.
Já Sonia Regina do Carmo se mostrou revoltada com o tempo de espera para conseguir marcar uma consulta com um ortopedista. “Só tem vaga para dezembro e mesmo assim não sei se vou conseguir. Estou na fila há mais de uma hora em pé e até agora não fui chamada. Estou afastada do emprego devido ao meu problema de saúde e preciso dessa consulta para ter um laudo comprovando a minha situação e não consigo agendar”, disse.
O mesmo se repetiu com a aposentada de 77 anos, Albertina Ferreira que estava há duas horas na fila. “Como tenho mais idade o corpo começa a doer depois de tanto tempo em pé. O calor de hoje também não está ajudando e não sei se aguento esperar mais, o problema é que preciso marcar com um ortopedista. Sinceramente não sei o que fazer, até porque os funcionários não nos dão nenhuma previsão”, contou desolada.
Para Luis Antônio Alves, que estava com a senha de número 200, a espera prometia ser ainda pior. “Cheguei logo pela manhã e até agora nada. Não veio ninguém perguntar se estávamos bem, se precisávamos de cadeira ou água por exemplo. Muitos assim como eu são idosos e não tem condições de passar por isso, mesmo assim não recebemos nenhuma ajuda por aqui. O jeito é esperar e rezar para que apesar de tudo eu consiga marcar a consulta”, relatou.
 Fonte: Tribuna de Petrópolis

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