quinta-feira, maio 20, 2010

Carretas à espera da PRF atrapalham passagem de caminhões na BR-040

A necessidade de instalação de um ponto de apoio para caminhões pôde ser percebida mais uma vez ontem, na Rodovia BR-040. Três carretas de grande porte passaram a madrugada e todo o dia paradas num recuo nas margens da estrada. Sem banheiro e sem ter o que comer, a previsão era de que os motoristas só retomassem a viagem no início da madrugada. Caminhoneiros que passavam pelo local ficaram indignados e a situação também atrapalhou o acesso à oficina da Mercedes Benz, na altura de Itaipava. Esta não foi a primeira vez que o problema aconteceu.
Ontem, as três carretas, com 22 metros de comprimento cada, estavam carregadas com tanques de cerveja desmontados - uma carga que tem sete metros de largura e ocupa uma pista e meia de rolamento. Os veículos tentam seguir para o município de Sete Lagoas, em Minas Gerais, mas, até lá, será necessário o auxílio da Polícia Rodoviária Federal para que manobras, como para a passagem de outros veículos de menor porte, sejam realizadas.
De acordo com Fernando Giardine, gerente da área pós-venda da MB, diariamente o lugar recebe dezenas de caminhões para manutenção e, ontem, os próprios clientes tiveram que ajudar os motoristas das três carretas para que desobstruíssem a entrada do galpão. “Neste momento, os veículos estão acessando o local com dificuldades e, para voltar à estrada, têm pouca visibilidade. Na, vi clientes saindo pela contramão”, explicou, completando que, no fim de semana, novas carretas pararam no mesmo local e o vigia teve que deixar o carro na estrada porque não conseguiu espaço para passar.
Os motoristas das três carretas evitaram falar sobre o assunto, mas um deles garantiu que, em 10 anos, nunca passou por situação parecida. Para o caminhoneiro Jorge Lisboa, representante da Associação Brasileira dos Caminhoneiros, o problema é de responsabilidade da Concer, porque para continuar a viagem a operação dependia do apoio da Polícia Rodoviária Federal, a qual também é responsável pela segurança da estrada. “Por isso, a empresa já deveria ter disponibilizado um espaço para o abrigo desses veículos, enquanto ficam aguardando o retorno da PRF”, explica Lisboa.
Segundo o caminhoneiro, o lugar é escolhido com frequência porque é o único em que cabem comboios do tipo. “Também é um descaso porque os veículos saíram do Rio de Janeiro às 22h30 e estão parados no local desde às 3h. Ali próximo não existe nenhum comércio”, completa Jorge Lisboa. “Em todo o trecho, falta um local apropriado para esse tipo de atendimento. A concessionária deve estar preparada”.
Para a subida das três carretas, a Concer preparou uma operação especial e teve que reverter a mão da pista de descida da serra. O trabalho começou à meia-noite de ontem, para que os veículos pudessem percorrer um trecho de 24 quilômetros, entre os Km 104 e 80. Durante a passagem das carretas, o tráfego ficou fechado no trecho aos demais usuários.
Fonte: Tribuna de Petrópolis

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