sexta-feira, fevereiro 12, 2016

Combate ao Aedes aegypti terá 400 militares no sábado



Serão 400 os militares do Exército e da Aeronáutica que vão atuar em Petrópolis no combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, a febre chikungunya e o vírus zika, que pode causar microcefalia em bebês. A força-tarefa nacional está marcada para o sábado (13) em todo o território brasileiro. Mas as ações vão continuar na cidade nas próximas semanas, coordenadas conjuntamente pelas Forças Armadas e a Secretaria Municipal de Saúde. Serão 360 homens e mulheres do 32º Batalhão de Infantaria Leve (Exército), sob comando do tenente coronel Jonas, e 40 do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo do Pico do Couto (Aeronáutica), sob o tenente Mazzoni.
Em todo o Brasil, cerca de 220 mil militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica vão atuar no sábado. A meta é visitar 3 milhões de residências. A mobilização vai abranger 356 municípios, incluindo todas as cidades consideradas endêmicas, de acordo com indicação do Ministério da Saúde, e as capitais do país.
Em Petrópolis, os militares atuarão em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde na distribuição de material impresso com orientações para combater o Aedes. Isso ocorrerá em todo o município. A expectativa é chegar a 40 mil de residências. A ação começa às 8h e vai até 12h30. Os detalhes sobre os locais que receberão cada equipe só vão ser definidos em uma reunião com a prefeitura hoje às 7h30.
A campanha representa um esforço conjunto entre o Governo Federal, Governos Estaduais e Municipais para combater o Aedes em todo o território nacional.
De 15 a 18 de fevereiro (de segunda a quinta-feira da próxima semana), as equipes farão visitas domiciliares para inspecionar os focos de proliferação do mosquito, orientar moradores e, se for necessário, aplicar larvicida em criadouros.
Nas semanas seguintes, será a última fase da ação dos militares, que vão visitar escolas para reforçar o trabalho de conscientização.
Segundo o Comandante da unidade da Aeronáutica em Petrópolis, primeiro-tenente Mazzoni, o trabalho em conjunto é importante para usar os recursos “materiais e humanos” de forma mais eficiente: “Esta é uma oportunidade de somar esforços e apoiar a Secretaria Municipal de Saúde, a qual já faz um trabalho muito importante nesse sentido”, afirmou.
Vacina contra zika pode vir em um ano, mas vai demorar a ser distribuída
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse ontem que uma parceria firmada entre o Instituto Evandro Chagas, no Pará, e a Universidade do Texas, nos Estados Unidos, tornará possível desenvolver a vacina contra o vírus Zika em até 12 meses, metade do que era previsto no cronograma oficial de trabalho. No entanto, ela ainda precisará passar por uma série de testes clínicos antes de ser produzida e disponibilizada à população. Essa fase deve durar mais dois anos. Com isso, estima-se que dentro de três anos a vacina esteja disponível.
A declaração foi feita durante uma entrevista coletiva. Segundo o ministro, a experiência das instituições brasileira e americana com doenças causadas por vírus semelhantes ao zika, como dengue, chikungunya e febre amarela (chamadas arboviroses) é o que vai ajudar a reduzir o prazo para a formulação da vacina.
O investimento brasileiro na parceria com os Estados Unidos é de US$ 1,9 milhão para os próximos cinco anos. “Há um grande otimismo de que poderemos desenvolver essa vacina em um tempo menor do que o que estava previsto”, disse Castro.
Terceira morte por zika
O Ministério da Saúde confirmou ontem a terceira morte provocada pelo vírus Zika em adultos no Brasil. O caso ocorreu em abril de 2015, mas os resultados dos exames saíram só agora. A paciente tinha 20 anos e morava no município de Serrinha, no Rio Grande do Norte. Ela não tinha histórico de doenças crônicas anteriores. A internação ocorreu em 11 de abril de 2015 em seu município com um quadro de tosse seca e contínua. O quadro evoluiu para tosse com sangramento, e a paciente foi transferida para o Hospital Giselda Trigueiro, em Natal, no dia seguinte. Ela morreu no dia 23 de abril de 2015.
Inicialmente a causa base da morte foi tida como pneumonia devido ao quadro de infecção aguda. O caso foi investigado pelo Instituto Evandro Chagas, que constatou a infecção aguda pelo vírus Zika. O Ministério da Saúde já notificou a Organização Mundial da Saúde sobre o tema.
Segundo a pasta, este caso apresenta manifestações diferentes, como infecção pulmonar, que não é habitual dos flavivírus (dengue, chikungunya e Zika). O ministério está reforçando o contato e orientações com os estados e municípios para que fiquem alertas a casos parecidos.
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse ontem durante a coletiva de imprensa que a pasta estuda esse caso "com maior profundidade". Na mesma ocasião, o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, disse que o caso foi identificado porque os médicos estranharam que a paciente houvesse morrido tão rapidamente de pneumonia e pediram outros exames, que deram resultado positivo para Zika.
“Mortes pelo Zika nunca haviam sido descritas”, disse Maierovitch. “Não é possível afirmar que o Zika foi a causa exclusiva da morte”. “Quando há uma epidemia muito grande, as pessoas podem morrer por outras causas e também ter o vírus”, acrescentou o diretor.
Fonte: Diário de Petrópolis

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