Centro Alceu Amoroso Lima
No Centro Alceu Amoroso Lima, o público
se restringe a estudiosos e frequentadores. O centro foi criado pela
Sociedade Brasileira de Instrução e tem como objetivo principal
preservar o legado do crítico literário Alceu Amoroso Lima. Em 1913, o
escritor se formou em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade Livre
de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro, atual faculdade de
direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). No ano de
1919, ele adotou o pseudônimo Tristão de Ataíde ao se tornar crítico n'O
Jornal. Aderiu ainda ao modernismo em 1922, e foi responsável por
importantes estudos sobre os principais poetas do movimento.
O educador morreu em Petrópolis no dia
14 de agosto de 1983. Apesar da representatividade de Alceu Amoroso
Lima, o centro que mantém viva até hoje características do escritor,
contendo peças, livros e acervos importantíssimos da história
brasileira, não recebe mais que 4 visitas mensais. "Para que a memória
dele não seja esquecida, realizamos cursos, colóquios, e debates que
difundam a visão universalista dele sobre os problemas do nosso tempo.
Também organizamos e editamos os seus escritos inéditos e obras. Temos
um acervo de 18 mil volumes, ricos nas áreas da filosofia, teologia,
ciências sociais entre outros. O arquivo abriga cerca de 27 mil
documentos do período de 1908 à 1983.", explicou a assessoria da casa.
Entre obras que pertenciam à biblioteca
de Alceu Amoroso Lima, estão escritos pessoais. "A parte mais preciosa
dos documentos que nós temos, são as correspondências familiares,
literárias e religiosas trocadas com personalidades como Jackson de
Figueiredo, importante advogado da década de 20, Oswald e Mário de
Andrade, grandes nomes do modernismo literário brasileiro, e Franklin
Roosevelt 32° presidente dos Estados Unidos. Esses documentos oferecem
um extenso material para o estudo da história do nosso país.", explicou a
assessoria.
A casa tem entrada gratuita e funciona
de segunda à sexta-feira, das 9h30 às 19h, não abrindo nos feriados e
fica localizada à Rua Mosela, 289.
Casa de Stefan Zweig
O mesmo não se repete em espaços como a
Casa de Stefan Zweig, que recebe de 10 a 15 pessoas por dia. O local foi
inaugurado em julho do ano passado, para eternizar o escritor austríaco
que dá nome ao museu. Na ocasião, 150 visitantes compareceram ao evento
e, desde então, mais de 2 mil pessoas já passou pela casa.
A história do museu remete a vida e
morte de autor. Foi lá a última morada – como também é conhecida a casa -
de Stefan e Lotte, a mulher que esteve com o austríaco até o fim. Era
descrita pelo escritor como "[...] uma casa minúscula, mas com um amplo
terraço coberto e uma bela vista". Na época em que Stefan viveu o espaço
era constituído por uma sala de estar, dois quartos, cozinha, banheiro e
dependências de empregos.
Um dos escritores mais respeitados do
período entre guerras, a casa abriga diversos volumes de suas obras
traduzidas em vários idiomas, diários, fotografias, manuscritos
inéditos, cartas, desenhos, móveis, objetos pessoais, entre uma
infinidade de artigos. Fugido da ascensão nazista em 1941, em sua última
versão de Despedida, carta que Stefan deixou em cima da cômoda antes do
suicídio, agradece ao país:
"Antes de deixar a vida, de livre
vontade e juízo perfeito, uma última obrigação se me impõe: agradecer do
mais íntimo a este maravilhoso país, o Brasil, que propiciou a mim e à
minha obra tão boa e hospitaleira guarida. [...] A cada dia fui
aprendendo a amar mais e mais este país, e em nenhum outro lugar eu
poderia ter reconstruído por completo a minha vida [...]", começava na
carta. O texto pode ser lido, na integra, no quarto em que o casal
suicidou-se.
Após a morte do escritor, o jornalista
Raul Azevedo propôs, por meio da imprensa, que a casa fosse transformada
em museu. O que não aconteceu na época. Já em abril de 1942, o irmão de
Lotte, Manfred Altmann, ofereceu às autoridades brasileiras a herança
do casal. Mesmo assim, a residência, que era alugada pelo escritor,
passou por diversas mãos. Foi tombada pelo Patrimônio Histórico apenas
no início dos anos 80, e somente depois de 60 anos a ideia de Azevedo
começou a tomar forma, com a aquisição do imóvel por um grupo de
admiradores que a denominou Casa Stefaz Zweig (CSZ).
A partir daí R$ 1,2 milhão foi gasto com
a reforma do espaço, feita em cima da planta original, que se
encontrava na Biblioteca Municipal Gabriela Mistral. Desde que foi
inaugurada, a casa tem realizado mostras, filmes, concertos e palestras.
"Fazemos duas exposições por ano. No momento está em cartaz Stefan
Zweig em o caso Germani, que fala sobre da história do médico italiano,
que Zweig salvou do cárcere do fascismo, após escrever uma carta para
Mussolini. Já para o ano que vem estamos preparando uma exposição de
obras que até hoje nunca foram vistas, do exilado alemão Wilhelm Wöller,
grande pintor expressionista.", ressaltou a assessora de imprensa
Kristina Michahelles.
No local também funciona Memorial do
Exílio, em homenagem a centenas de exilados que vieram para o Brasil
entre 1933 e 1945 e deixaram suas marcas em vários campos do
conhecimento. Uma nova ferramenta interativa com os nomes de 200
exilados será emprestada em dezembro à Biblioteca Nacional para a mostra
Exílio no Brasil e subirá a serra em seguida, podendo ser acessada
pelos visitantes da CSZ a partir do mês de março.
Casa Claudio de Souza
Outro estabelecimento que chama atenção é
Casa de Claudio de Souza, que é uma subunidade do Museu Imperial. A
média mensal de visitação é de 200 pessoas por mês. O local pertencia ao
médico, escritor e dramaturgo Cláudio de Souza. Foi doada a União com
todos os móveis e objetos em 1956, pela viúva Luíza Leite de Souza. Era a
casa de veraneio do casal que tinha residência fixa na cidade do Rio de
Janeiro. Em seu testamento, deixou registrado que gostaria que o espaço
se tornasse um Centro de Cultura e que levasse o seu nome. A mobília
não remanescente da casa é composta por duas estantes com obras do
acervo do Cláudio de Souza e 13 obras de sua autoria. São 660 obras dos
assuntos de filosofia, história, geografia, medicina e literatura
francesa, italiana, espanhola, portuguesa e brasileira. São obras
datadas do final do século XIX até meados do século XX.
"Há cerca de dois anos, em julho de
2011, depois de passar por uma restauração, o museu foi aberto à
visitação e promoção de eventos. Hoje o espaço é usufruído por turistas e
petropolitanos. No segundo andar existe uma exposição de móveis e peças
da casa, incluindo escritório, quarto e banheiro do dramaturgo e da
esposa. O local tem o objetivo de ser um espaço de cultura e turismo.
Nossos eventos são todos gratuitos, e muito diversificados, por isso
recebemos um público bem eclético, reunindo pessoas de todas as idades e
classes sociais.", contou a assessora Rosane Freitas.
No ano passado, foi lançado um filme com
depoimentos de Clarisse Fonseca, que viveu com o escritor. "Ela
conviveu com ele quando era criança por que a mãe dela era caseira
daqui. No ano passado, por ocasião da comemoração do aniversário do
escritor, lançamos um vídeo com a Clarisse intitulado "Cláudio de Souza
que eu conheci". O filme consiste em depoimentos dela retratando as suas
recordações e falando do importante papel que o escritor teve em sua
educação e na sua personalidade, permitindo ao público conhecer o lado
humano do escritor. Quando o casal estava na casa ela ficava o tempo
todo com eles. Inclusive dormia aqui.", contou Rosane.
A Casa Claudio de Souza está aberta à
visitação de terça a sexta-feira, das 11h às 18h. O local não funciona
nos feriados, nem nos fins de semana. No mês de julho desse ano, o museu
teve recorde de público, recebendo 502 visitantes.
Fonte: Tribuna de Petrópolis
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