sexta-feira, janeiro 25, 2013

Congestionamento na serra afasta turistas

Turistas e compradores têm deixado de vir a Petrópolis, "especialmente nos fins de semana, quando o tráfego é mais intenso na rodovia”. É o que alegam empresários e a Arte, que cobram providências da concessionária responsável pelo trecho - Concer, e afirmam ainda que os atrasos estão afastando turistas e clientes da cidade. Para se ter uma ideia da dimensão do problema, o volume de trânsito que passa anualmente pela praça do pedágio localizada em Xerém, em Duque de Caxias, aumentou nada menos que 306% entre 1996 e 2011, segundo dados da Concer. “Na última sexta-feira, eu fiquei mais de quatro horas preso em um congestionamento, logo após o pedágio. Na semana anterior, a mesma coisa. Há 23 anos eu subo e desço a serra de Petrópolis toda semana. Nunca vi a BR-040 em condição tão lastimável. Dá pena colocar o carro ali. O carro balança como se estivesse em uma estrada de terra. Se eles querem fazer a recuperação, ela deve ser feita na pista inteira e não apenas em alguns trechos, atrapalhando a vida do usuário, enquanto o problema persiste”, relata o empresário Geraldo Techara, se referindo às obras de recuperação de pavimento que a Concer vem realizando, especialmente na altura do quilômetro 100 da pista de subida, logo após o pedágio. Para a empresária Lúcia Medeiros, os prejuízos já podem ser sentidos no comércio local. “Eu tenho notado uma queda no número de turistas. Ainda mais com o polo de moda em Duque de Caxias, que retém os compradores na Baixada. Além disso, ouvi muitos relatos de clientes reclamando de ter de subir a serra e passar horas em uma viagem cansativa”, afirmou. As preocupações de Geraldo e Lúcia já foram identificadas pela Associação da Rua Teresa - Arte, que vem coletando assinaturas de turistas para cobrar melhorias da concessionária que administra o trecho Rio-Juiz de Fora, além da construção da nova pista. “Até o momento, temos 340 assinaturas, coletadas entre turistas e compradores. Os congestionamentos na serra chegaram em um nível intolerável. Outro dia, ouvi de um cliente que nunca mais subiria a Petrópolis no sábado, depois de ter passado mais de quatro horas preso no trânsito. Esse ainda resolveu passar a vir a cidade em outro dia da semana, mas e os que resolveram não voltar mais?”, questionou o diretor financeiro da Arte, Rafael Corrêa. Para o representante da Arte, não é apenas o empresário da Rua Teresa que vem perdendo, mas também os donos de pousadas, restaurantes, mercados e padarias. “Muitos clientes costumam vir na sexta, para jantar em Itaipava, dormir em um hotel da cidade, comprar na Rua Teresa durante o sábado, almoçar em algum restaurante do Centro Histórico, para só então ir embora. Mas é justamente nos dias de pico, quinta, sexta-feira e sábado, que os congestionamentos mais intensos têm ocorrido”, explica Corrêa. O empresário Geraldo Techara alerta ainda para outro problema: a falta de segurança. “O piso está horrível, isso já é um fator que oferece risco aos motoristas. Não bastasse isso, ainda tem a passagem de carretas. A serra é estreita e é comum vermos tombamentos. Já insistimos com eles (Concer) na retirada dessas carretas, na limitação dos horários de passagem, mas não conseguimos resolver nada até agora”, reclamou. Ele ainda reclama da falta de sinalização e de telefones de emergência. “Ainda bem que hoje você tem sinal e o celular pega na serra, porque se não fosse isso como ia chamar um socorro quando o carro quebra? Telefone não tem. Além disso, cadê os painéis luminosos de comunicação? Se tem congestionamento, eu tenho o direito de ser informado e sair dele buscando outra rota". Fonte: Tribuna de Petrópolis

Nenhum comentário: