quinta-feira, junho 08, 2017

Petrobras muda cálculo e preço do gás de cozinha pode passar de R$ 105


A Petrobras divulgou ontem, no Rio de Janeiro, a nova política de preços para o Gás Liquefeito de Petróleo comercializado em botijões de 13 quilos (GLP-P13), conhecido como gás de cozinha. Era o único produto da empresa para o qual ainda não havia sido definida fórmula de cálculo. Com a mudança, a Associação Brasileira dos Revendedores de GLP alertou que, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço do botijão pode passar dos R$ 105.

Os preços serão reajustados no dia 5 de cada mês. E neste mês, o primeiro reajuste acontece hoje. A nova política de preços foi aprovada ontem pela diretoria executiva da estatal.

A norma vale para o preço do gás nas refinarias, que será calculado pela média mensal das cotações dos gases butano e do propano no mercado europeu, convertida em reais pela média diária das cotações da venda do dólar e somada a uma margem fixa de 5%.

De acordo com o presidente da Petrobras, Pedro Parente, a política segue a resolução 4/2005 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que determina a comercialização da embalagem destinada a uso doméstico a preços inferiores às demais apresentações. Parente explica que, com isso, a empresa garante a previsibilidade de preço.

A Petrobrás também alerta que o preço pode subir ou cair, dependendo do que acontecer no mercado europeu. “Em relação ao consumidor final, podemos dizer que, a exemplo do que está acontecendo com a gasolina e com o diesel, nós vamos seguir rigorosamente a referência utilizada, significando dizer que, assim como pode subir [o preço], também pode cair”, afirmou Parente.

O diretor de Refino e Gás Natural da Petrobras, Jorge Celestino, explica que o cálculo não terá como referência a paridade de preços internacionais e está alinhado com os parâmetros do Planejamento Estratégico para o período entre 2017 e 2021.

“A média para este mês é de 6,7% e a gente prevê que tenha um impacto de 2,2% no botijão e R$ 1,25 na média Brasil, conforme os dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo). A composição do preço do botijão hoje é em torno de 25% de realização Petrobras, 20% de impostos e 55% é a margem de distribuição e revenda; a nossa previsão é que ele passa a ser 26% para a Petrobras, mantendo os 20% dos impostos e uma pequena queda na margem de distribuição e revenda para 54%”, disse.

Distribuidoras aprovam

Em nota, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) fez uma avaliação positiva do anúncio da Petrobras em “adequar seus preços para o gás GLP embalado em botijões de até 13 kg e de uso residencial aos praticados no mercado internacional”.

O sindicato ressalta que a nova política de preços “ainda deixa o preço praticado aproximadamente 15% abaixo ao da paridade de importação” e ressalta que “é precipitado afirmar que esse percentual médio seja aplicado de forma linear”.
 

Revendedores reclamam
 

Já os revendedores, que são quem normalmente vende o gás ao consumidor final, não ficaram satisfeitos com a decisão da Petrobrás. Associação Brasileira dos Revendedores de GLP enviou ontem uma nota à imprensa que as companhias distribuidoras devem aplicar um percentual de 6,7% no preço de compra da revenda, elevando o preço do gás entre R$ 3 e R$ 5. A entidade alerta que os revendedores normalmente repassam o valor adicional ao consumidor final.

“As companhias distribuidoras atuam com a margem de varejo, e as revendas atuam no seu limite, quase que sem margem de lucro”, reclamou Alexandre Borjaili, presidente da associação. 

Fonte: Diário de Petrópolis

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