A Petrobras divulgou
ontem, no Rio de Janeiro, a nova política de preços para o Gás Liquefeito de
Petróleo comercializado em botijões de 13 quilos (GLP-P13), conhecido como gás
de cozinha. Era o único produto da empresa para o qual ainda não havia sido definida
fórmula de cálculo. Com a mudança, a Associação Brasileira dos Revendedores de
GLP alertou que, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o
preço do botijão pode passar dos R$ 105.
Os preços serão
reajustados no dia 5 de cada mês. E neste mês, o primeiro reajuste acontece
hoje. A nova política de preços foi aprovada ontem pela diretoria executiva da
estatal.
A norma vale para o
preço do gás nas refinarias, que será calculado pela média mensal das cotações
dos gases butano e do propano no mercado europeu, convertida em reais pela
média diária das cotações da venda do dólar e somada a uma margem fixa de 5%.
De acordo com o
presidente da Petrobras, Pedro Parente, a política segue a resolução 4/2005 do
Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que determina a
comercialização da embalagem destinada a uso doméstico a preços inferiores às
demais apresentações. Parente explica que, com isso, a empresa garante a
previsibilidade de preço.
A Petrobrás também
alerta que o preço pode subir ou cair, dependendo do que acontecer no mercado
europeu. “Em relação ao consumidor final, podemos dizer que, a exemplo do que
está acontecendo com a gasolina e com o diesel, nós vamos seguir rigorosamente
a referência utilizada, significando dizer que, assim como pode subir [o
preço], também pode cair”, afirmou Parente.
O diretor de Refino e
Gás Natural da Petrobras, Jorge Celestino, explica que o cálculo não terá como
referência a paridade de preços internacionais e está alinhado com os
parâmetros do Planejamento Estratégico para o período entre 2017 e 2021.
“A média para este
mês é de 6,7% e a gente prevê que tenha um impacto de 2,2% no botijão e R$ 1,25
na média Brasil, conforme os dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo). A
composição do preço do botijão hoje é em torno de 25% de realização Petrobras,
20% de impostos e 55% é a margem de distribuição e revenda; a nossa previsão é
que ele passa a ser 26% para a Petrobras, mantendo os 20% dos impostos e uma
pequena queda na margem de distribuição e revenda para 54%”, disse.
Distribuidoras
aprovam
Em nota, o Sindicato
Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás)
fez uma avaliação positiva do anúncio da Petrobras em “adequar seus preços para
o gás GLP embalado em botijões de até 13 kg e de uso residencial aos praticados
no mercado internacional”.
O sindicato ressalta
que a nova política de preços “ainda deixa o preço praticado aproximadamente
15% abaixo ao da paridade de importação” e ressalta que “é precipitado afirmar
que esse percentual médio seja aplicado de forma linear”.
Revendedores reclamam
Já os revendedores,
que são quem normalmente vende o gás ao consumidor final, não ficaram
satisfeitos com a decisão da Petrobrás. Associação Brasileira dos Revendedores
de GLP enviou ontem uma nota à imprensa que as companhias distribuidoras devem
aplicar um percentual de 6,7% no preço de compra da revenda, elevando o preço
do gás entre R$ 3 e R$ 5. A entidade alerta que os revendedores normalmente
repassam o valor adicional ao consumidor final.
“As companhias
distribuidoras atuam com a margem de varejo, e as revendas atuam no seu limite,
quase que sem margem de lucro”, reclamou Alexandre Borjaili, presidente da
associação.
Fonte: Diário de Petrópolis
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