domingo, maio 21, 2017

Planos preparam município para desastres

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Planos preparam município para desastres
Gestão atual vai enfrentar pela primeira vez as queimadas de inverno e chuvas de verão
Eric Andriolo
 
Com a chegada do inverno, época de secas e incêndios florestais o governo municipal se prepara para a primeira rodada de potenciais desastres da atual gestão. A segunda virá logo em seguida, com a chegada do verão, as chuvas e enchentes. Para impedir que os problemas já comuns virem catástrofes, a prefeitura faz planejamentos que a população precisa conhecer e entender: o plano de risco e o plano inverno.
O Plano Inverno é para o combate aos incêndios florestais que atingem a cidade no período que vai de junho até setembro. A elaboração é do secretário de Defesa Civil e Ações Voluntárias, Paulo Renato Vaz, que afirma ter trabalhado junto com Ministério Público, Polícia, Corpo de Bombeiros, Exército, Aeronáutica, Cruz Vermelha, Samu e órgãos ambientais para preparar o plano. Ele será apresentado definitivamente em 20 de junho, mas equipes já estão em treinamento.
 
Será o primeiro plano de inverno no município, que sofre anualmente com queimadas. Dados da Área de Proteção Ambiental de Petrópolis (APA-Petrópolis) mostram que, em 12 anos, os incêndios florestais consumiram mais de 16 mil hectares de vegetação nativa na cidade. Somente em 2014, ano com seca mais acentuada, o fogo se espalhou pelos distritos durante 12 dias e consumiu 5.150 hectares de vegetação nativa.
Especialistas da área sempre avisam: Em Petrópolis, não existe possibilidade de incêndio espontâneo nas matas. Ou seja, todo esse fogo foi causado por ação do Homem, o que é crime. Queima de lixo, queimadas em pastos ou terrenos e, principalmente, balões são as causas mais comuns de fogo em 
vegetação, ocorrência que mobiliza bombeiros, Defesa Civil e outros órgãos sempre que acontece.
Petrópolis está cercada de áreas florestais. Além da APA, existe o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso), a Reserva Biológica de Araras (Rebio Araras) e a Reserva Biológica do Tinguá (Rebio Tinguá). Em 2014, todas essas, juntas registraram cerca de 4,600 hectares queimados.

Desabamentos

Com o fim da estação de queimadas, vem a época de chuvas, e a segunda rodada de problemas para o município. Nas últimas semanas, a prefeitura apresentou o Plano Municipal de Redução de Risco. Os números do estudo são alarmantes. A cidade tem déficit de 12 mil casas, mas boa parte dos que têm um teto para morar vivem em áreas perigosas: são 47 mil pessoas em áreas de risco, o que equivale a 15% da população petropolitana.
Essas são áreas vulneráveis em caso de chuvas fortes, que causam enchentes e deslizamentos de terra e pedras. Para levantar os dados, foi preciso um esforço considerável, com mais de 700 visitas a campo e mais de 1,5 mil imagens aéreas e de satélites. O resultado foi o mapeamento de 250 áreas de risco considerado “alto” e “muito alto” pela prefeitura.
Felizmente, há mais interessados em resolver o problema. Professores da Universidade Federal Fluminense (UFF) apresentaram, no início deste mês, um projeto para evitar a expansão de áreas de risco em Petrópolis. Eles propõem uma ação em três áreas: prevenção, gestão de operações e educação ambiental. O projeto está orçado em R$ 3,7 milhões.
 A prefeitura apoiou a medida.  “Para a cidade o projeto é muito importante. São professores e alunos muito interessados em ajudar. O projeto prevê uma série de melhorias”, disse o prefeito Bernardo Rossi, que afirmou que vai solicitar a verba necessária ao Ministério da Integração Nacional ainda neste mês.
Fonte:Diário de Petrópolis 

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