domingo, maio 28, 2017

Empresário unidos em prol da segurança de Petrópolis

O esforço de um grupo de empresários e da sociedade civil organizada para manter o trabalho das forças de segurança de Petrópolis não se restringe à Polícia Civil e à Polícia Militar. Nesta semana, o 15º Grupamento de Bombeiro Militar também solicitou o suporte dos empresários para a manutenção de veículos e material de escritório.

Em ofício, os bombeiros solicitam o apoio ao Conselho Comunitário de Segurança (CCS), que organizou a campanha, na última terça-feira (23). Eles pedem doações para a revisão de 19 veículos da corporação, entre troca de óleo, filtro de óleo e filtro de ar de motor das viaturas. Além disso, pneus, resmas de papel e toner para impressora foram solicitados.

No documento, os bombeiros destacam que o Estado do Rio passa por um período econômico crítico. Em 2016, a estatística de socorros prestados pelo 15º GBM passaram da marca de sete mil atendimentos. Os 22 veículos rodaram, em todo o ano passado, uma área de 150 mil quilômetros.

O Comitê Gestor da campanha já fez o orçamento e, nesta semana, irá iniciar a arrecadação dos produtos.
- O nosso objetivo é fornecer suporte para todas as forças de segurança, e isso inclui também o Corpo de Bombeiros e a polícia técnica, como o IML, por exemplo. Não adianta ajudar só uma parte, pois cada parte é uma engrenagem que precisa funcionar. Como o Governo do Estado não está fornecendo os materiais básicos para o trabalho das polícias, estamos auxiliando, até que a situação fiscal melhore – disse o presidente do CCS, Sérgio Mattos.
 
Mais de 1,4 mil itens doados
A campanha completa dois meses nesta segunda-feira (29). Os números impressionam. A iniciativa já conseguiu arrecadar, desde o começo de abril, 1.125 itens de material de escritório (como canetas, blocos de papel, clips, envelopes, fitas adesivas e resmas) e de higiene (como papel toalha, copos descartáveis e papel higiênico). O grupo também fez a doação de 270 itens de limpeza das unidades policiais, com itens como água sanitária, detergente, sabonete, pano de chão e desinfetante. Outros 82 itens, como lâmpadas fluorescentes, reatores e toner para impressora também foram cedidos. Além disso, houve a doação de 64 pneus para viaturas das duas polícias e a manutenção dos veículos também está sendo feita gratuitamente.
A campanha “Todos por Petrópolis – Linda e Segura” nasceu de uma ideia do Conselho. A necessidade mais urgente debatida nas reuniões foi mobilizar a sociedade civil organizada para garantir o funcionamento das forças de segurança, que tiveram o seu trabalho prejudicado pela grave crise do Governo do Estado – para se ter uma ideia, não há recursos para o básico, como a limpeza das delegacias, e as viaturas estavam rodando sem qualquer tipo de manutenção.

O Conselho Comunitário de Segurança montou, então, um comitê gestor, formado por representantes de diversas entidades. Além do Conselho, há integrantes da Associação Comercial e Empresarial de Petrópolis (Acep), do Petrópolis Convention & Visitors Bureau (PCVB), União Distrital das Associações de Moradores (Udam), além de empresários dos setores de comércio, hotelaria, turismo e hospitalidade, advogado e um coordenador pastoral.
Próximos passos
O grupo considera que a etapa da doação de material e a manutenção de veículos foi concluída com sucesso. A empresária Alvanei Abi-Daoud, que integra o grupo, afirmou que, apesar do aumento da sensação de insegurança, as ações do “Todos por Petrópolis – Linda e Segura” amenizaram a situação.

- Já estamos vendo que a cidade está mais monitorada, com maior policiamento. A nossa ação, felizmente, está garantindo o trabalho das polícias. Para se ter uma ideia, não havia nem papel nem impressora nas delegacias, e os registros de ocorrências não estavam sendo realizados por causa disso. A população precisa continuar unindo esforços – disse a empresária.

De acordo com o Comitê Gestor, esse trabalho não vai parar, mas o foco vai para outras atividades. O grupo aponta como prioridade a retomada da ordem urbana, com a revisão do Código de Posturas. A lei atual é de 2005, e, de acordo com eles, precisa ser revisada.

- A participação da população foi extremamente positiva, as pessoas entenderam a importância da campanha e colaboraram muito. Petrópolis foi um dos poucos municípios em que o povo se engajou realmente para dar suporte às polícias. Agora, estamos fomentando o debate para revisar o Código de Posturas da cidade, que tem doze anos e precisa de uma atualização – disse o presidente do Conselho Comunitário de Segurança, Sérgio Mattos.

Outro desdobramento é uma comissão organizada para apoiar o trabalho do canil municipal, permitindo a ampliação do patrulhamento preventivo e o apoio na prevenção contra armas e drogas.
Monitoramento
Um dos principais destaques do trabalho do Comitê Gestor até agora foi a busca de uma solução para melhorar e integrar o sistema de monitoramento da cidade por câmeras de vigilância. O atual sistema tem 28 câmeras utilizadas por duas centrais, localizadas na Guarda Civil Municipal e na Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans).

No entanto, o grupo identificou como pontos negativos do atual sistema o fato de as câmeras estarem ligadas via rádio, que tem um sistema mais instável; a falta de integração dos dois polos de monitoramento; a falta de aporte financeiro para a manutenção e o funcionamento adequado do que já existe; e o tamanho dos monitores, pequenos.

Entre as propostas para medidas imediatas estão a unificação das centrais via internet, a troca dos 
aparelhos de rádio por equipamentos de maior qualidade, a compra de monitores maiores, e a integração das forças de segurança. O grupo também identificou 52 pontos, do Quitandinha até a Posse, onde seria necessária a instalação das câmeras.

Outra proposta é a busca de parcerias público-privadas para colocar as centrais em funcionamento em um prazo de 30 dias. E uma empresa, a Venses, já se colocou à disposição para fazer esse trabalho. As licenças de software, além de equipamentos como câmeras e monitores, seriam doadas ao município, a custo zero. A empresa ganharia ao oferecer o mesmo serviço, pago, para qualquer empresa ou pessoa que quiser ter o sistema na sua casa. A câmera é linkada à central e passa a fazer parte do sistema de monitoramento da Prefeitura e da PM. Com isso, o número de câmeras poderia ser ampliado para até 500 pontos em toda a cidade, dependendo da demanda.
Fonte:Diário de Petrópolis 

Nenhum comentário: