Em todo país, serão
imunizados 3,6 milhões de meninos em 2017. A vacinação vai reduzir a propagação
do vírus. Economia gerada pela gestão permitiu a inclusão desse público
Postos de vacinação
do Sistema Único de Saúde (SUS) do Rio de Janeiro já podem vacinar meninos
contra HPV. Em todo o estado, 275,5 mil meninos na faixa etária de 12 a 13 anos
além de 10,6 mil jovens que vivem com HIV/aids estão aptos a receber a vacina. Até
o ano passado, esta imunização era feita apenas em meninas. O Brasil é o
primeiro país da América do Sul e o sétimo do mundo a oferecer a vacina contra
o HPV para meninos em programas nacionais de imunizações. A faixa-etária será
ampliada, gradativamente, até 2020, quando serão incluídos os meninos com 9
anos até 13 anos.
A expectativa é
imunizar em todo país mais de 3,6 milhões de meninos em 2017, além de 99,5 mil
crianças e jovens de 9 a 26 anos vivendo com HIV/aids, que também passarão a
receber as doses. Para isso, o Ministério da Saúde adquiriu seis milhões de
doses, ao custo de R$ 288,4 milhões. Não haverá custos extras para a pasta, já
que no ano passado, com a redução de três para duas doses no esquema vacinal
das meninas, o quantitativo previsto foi mantido, possibilitando a vacinação
dos meninos. Assim, o Ministério continua com a mesma determinação, que é de
fazer mais com os mesmos recursos financeiros.
O ministro da Saúde,
Ricardo Barros, destaca a importância da vacinação nos meninos. “A inclusão dos
adolescentes faz parte de um conjunto de ações integradas que o Ministério da
Saúde tem realizado com o objetivo de conseguir mais resultados com os recursos
financeiros já disponíveis. É muito importante a inclusão dessa faixa-etária.
Precisamos estimular esta faixa a participar das mobilizações para vacinação”,
afirma o ministro Ricardo Barros.
Outra novidade é a
inclusão das meninas que chegaram aos 14 anos sem tomar a vacina ou que não
completaram as duas doses indicadas. A estimativa é de que 500 mil adolescentes
estejam nessa situação. Até o ano passado, a faixa etária para o público
feminino era de 9 a 13 anos. Desde a incorporação da vacina no Calendário
Nacional, em 2014, já foram imunizadas 5,7 milhões de meninas com a segunda
dose, completando o esquema vacinal. Este quantitativo corresponde a 46% do
total de brasileiras nesta faixa etária.
“É muito importante
que os pais tenham a consciência de que a vacinação começa na infância, mas
deve continuada na adolescência. Pais e responsáveis devem ter, com os
adolescentes, a mesma preocupação que têm com as crianças. A proteção vai ser
muito maior se nós ampliarmos, cada vez mais, o calendário de vacinação da
nossa população”, ressaltou a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações,
do Ministério da Saúde, Carla Domingues.
HPV PARA MENINOS - O
esquema vacinal para os meninos contra HPV é de duas doses, com seis meses de
intervalo entre elas. Para os que vivem com HIV, a faixa etária é mais ampla (9
a 26 anos) e o esquema vacinal é de três doses (intervalo de 0, 2 e 6 meses).
No caso dos portadores de HIV, é necessário apresentar prescrição médica.
Atualmente, a vacina
HPV para meninos é utilizada como estratégia de saúde pública em seis países
(Estados Unidos, Austrália, Áustria, Israel, Porto Rico e Panamá). Portanto, o
Brasil assegura a sétima posição e a vanguarda na América Latina. A vacina é
totalmente segura e aprovada pelo Conselho Consultivo Global sobre Segurança de
Vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A decisão de ampliar
a vacinação para o sexo masculino está de acordo com as recomendações das
Sociedades Brasileiras de Pediatria, Imunologia, Obstetrícia e Ginecologia,
além de DST/AIDS e do mais importante órgão consultivo de imunização dos
Estados Unidos (Advisory Committee on Imunization Practices). A estratégia tem
como objetivo proteger contra os cânceres de pênis, garganta e ânus, doenças
que estão diretamente relacionadas ao HPV. A definição da faixa-etária para a
vacinação visa proteger as crianças antes do início da vida sexual e, portanto,
antes do contato com o vírus.
A vacina
disponibilizada para os meninos é a quadrivalente, que já é oferecida desde
2014 pelo SUS para as meninas. Confere proteção contra quatro subtipos do vírus
HPV (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficácia para quem segue corretamente o
esquema vacinal. Vale ressaltar que os cânceres de garganta e de boca são o 6º
tipo de câncer no mundo, com 400 mil casos ao ano e 230 mil mortes. Além disso,
mais de 90% dos casos de câncer anal são atribuíveis à infecção pelo HPV.
Confira abaixo como
será a oferta de vacinas para meninos por ano:
Ano
População-alvo
2017
Meninos de 12 e 13
anos
2018
Meninos de 11 e 12
anos
2019
Meninos de 10 e 11
anos
2020
Meninos de 9 e 10
anos
HPV PARA MENINAS –
Nas meninas, o principal foco da vacinação é proteger contra o câncer de colo
do útero, vulva, vaginal e anal; lesões pré-cancerosas; verrugas genitais e
infecções causadas pelo vírus. O HPV é transmitido pelo contato direto com pele
ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido
da mãe para filho no momento do parto. Estimativas da OMS indicam que 290
milhões de mulheres no mundo são portadoras do vírus, sendo 32% infectadas
pelos tipos 16 e 18. Em relação ao câncer do colo do útero, estudos apontam que
265 mil mulheres morrem devido à doença em todo o mundo, anualmente. No Brasil,
o Instituto Nacional do Câncer estima 16 mil novos casos.
Para a produção da
vacina contra o HPV, o Ministério da Saúde promoveu Parceria para o
Desenvolvimento Produtivo (PDP) com o Butantan. A transferência está sendo
feita de forma gradual e tem reduzido o preço ano a ano. Até 2018, a produção
da vacina HPV deverá ser 100% nacional.
Fonte: Diário de Petrópolis
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