quarta-feira, novembro 02, 2016

Firjan: atraso em obras da Serra pode custar R$ 1,5 bi

No pior cenário possível, em que a conclusão da obra ficaria para 2031, o custo do atraso da entrega da Nova Subida da Serra pode chegar a R$ 1,5 bilhão. O estudo é da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), que levou em consideração para o cálculo o impacto logístico para as empresas e dos acidentes na rodovia até lá. Porém, o prazo extenso e uma possível prorrogação do contrato da Concer para o término da construção geraram críticas do deputado federal Hugo Leal, do prefeito eleito de Petrópolis Bernardo Rossi, do presidente da Câmara de Vereadores Paulo Igor e do presidente do Sicomércio Marcelo Fiorini.

No estudo “Impactos socioeconômicos da postergação de obras nas rodovias federais concedidas no Rio de Janeiro”, que levantou dados de outras estradas do estado, a Firjan buscou dados desde 2008 – o que significa quase uma década e reduz a possibilidade dos números serem pontuais, acabam retratando mais a realidade. Com isso, a entidade chegou a números em duas áreas diferentes.
Logística
A Nova Subida da Serra vai melhorar a geometria e alargar a pista. Com isso, a velocidade média vai aumentar, mantendo a segurança da viagem. De acordo com a Firjan, um caminhão pesado, que atualmente desce a rodovia com média de 40 km/h, vai poder passar para 65 km/h a 80 km/h – ou diminuir a viagem em cinco minutos. Para um carro ou caminhão leve, o tempo na estrada pode cair até 10 minutos.

Sem a Nova Subida da Serra, o impacto dessa pequena demora será imensa até 2031: a perda financeira em logística pode chegar a R$ 673,92 milhões. Com a viagem maior, o gasto extra com combustível (além do impacto ambiental) pode alcançar R$ 465,15 milhões. E, com isso, o gasto extra com frete pode ser de R$ 22,27 milhões.
Acidentes
Se a questão financeira é assustadora, com acidentes é ainda maior. De acordo com a Firjan, há estudos internacionais que comprovam que melhorias em estradas reduzem acidentes em até 75% – durante a obra, com os motoristas mais atentos por causa dos canteiros, esse índice alcança 90%. E isso estava acontecendo.

Dados da PRF (Polícia Rodoviária Federal) mostram que, em 2014, primeiro ano da obra em pleno vapor, o número de acidentes foi de 625; no ano passado, caiu para 326; já para esse ano, a projeção é fechar em 188 ocorrências. Se a obra fosse entregue dentro do cronograma estabelecido, os números poderiam estabilizar em torno de 200, pela projeção da Firjan.

Mas, sem a obra, a possibilidade é que os acidentes com feridos possam ficar próximos de 1,8 mil até 2031, a um custo de R$ 290,57 milhões – incluindo a mobilização de socorro, hospital, tratamento, afastamento do trabalho, etc. Aquele sem vítimas seriam em torno de 1,7 mil, com custo de R$ 20,51 – por causa das perdas materiais, seja com carro danificado, conserto da pista, etc. Já os com morte são projetadas em quase 100, com custo de R$ 71,98 milhões.

Por isso, a Firjan defende a imediata retomada das obras.

– A posição da Firjan é que a obra tem que ser retomada agora, o governo escolhe a forma para isso deve acontecer. O que não pode é paralisar e postergar a obra, causando esse impacto econômico e social. O TCU está discutindo se pode haver a extensão do contrato, mas, enquanto isso, a obra está parada. A retomada significa também salvar vidas. Quem é que vai se responsabilizar por isso? Ninguém vai suportar esperar até 2031 – comentou o gerente de infraestrutura da Firjan e um dos coordenadores do estudo, Riley Rodrigues.
Fonte:Diario de Petrópolis 

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