Os avisos de
rematrículas escolares já estão sendo enviados pelas escolas e os pais já devem
pensar nesses valores que, com certeza, terão impactos nas finanças das
famílias. Com a crise, muitos pais já pensam em mudar os filhos de escolas e
isso ocorre pelos altos custos dos estudos e pela necessidade do investimento
na educação ser melhor planejada, afinal de contas, é o futuro dosfilhos que
estará em jogo.
O planejamento na
hora de definir sobre a matrícula em uma escola deve levar em conta diversos
pontos, que vão além das questões geográficas e financeiras, sendo fundamental
que se tenha uma análise profunda da instituição que seu filho frequenta ou
frequentará, avaliando se essa está realmente preparando ele para a vida
adulta.
Um ponto primordial é
saber os diferenciais oferecidos pela escola. Cito, por exemplo, o fato de
centenas de escolas já oferecerem em suas grades curriculares conteúdos de
educação financeira, o que prepara os jovens para realizar mais sonhos e
consumir de forma consciente, o que deve ser priorizado pelos pais. Mas, além
desses diferenciais que devem ser questionados, também existem outros pontos
que devem ser levados em conta antes da matrícula.
Antes de qualquer
coisa, deve-se conversar com as crianças para saber como elas estão, se gostam
de onde estudam e se pretendem continuar lá. Também se deve levar em
consideração se consegue pagar a mensalidade e todas as outras despesas
envolvidas (uniforme, lanche, material escolar, passeios eventuais e
transporte).
Faça um diagnóstico da
vida financeira da família e veja qual é a real situação em que se encontram.
Se estiver em uma condição confortável, com dinheiro guardado e as contas
planejadas, tudo fica mais fácil. Agora, se estiver equilibrado
financeiramente, não se iluda pensando que está tudo bem, pois basta um passo
em falso para se tornar endividado, uma vez que não há reservas.
Se estiver nessa
situação de aperto financeiro, jogue aberto com a escola e veja a possibilidade
de parcelamento, para desafogar o orçamento e evitar dívidas, que podem levar
até à inadimplência. Mas, se a situação já for de endividamento, é preciso
rever todos os aspectos relacionados à permanência dos filhos no atual colégio.
Caso esteja difícil
conciliar os valores, marque uma reunião com o diretor e tente renegociar. Se
for importante continuar nessa instituição, tente uma bolsa, pois as
instituições costumam oferecer descontos e facilidades para quem precisa e
tenta negociar com antecedência.
Se ainda assim não
chegar a um valor razoável, é melhor considerar a saída do filho dessa escola e
procurar outra que se adeque à real situação financeira da família. Converse e
explique o fato, para que não fique não cause traumas ou aborrecimentos
desnecessários.
Mas, lembre-se: os
estudos não podem ser encarados como despesas, e sim como investimento. Ele
será a base para toda a vida dos pequenos e, por isso, deve ser priorizado.
Procure, na medida do possível, escolher uma instituição que tenha boa
estrutura, bom corpo docente e que ofereça ótimas experiências aos alunos.
Ainda que o jeito
seja apertar o orçamento e eliminar alguns gastos, vale a pena fazer isso para
garantir um bom futuro aos filhos. Mas, para isso, planejamento é fundamental.
Então, sugiro que, a partir de agora, a boa educação dos filhos passa a ser um
dos sonhos da família, associando isso à educação financeira.
Reinaldo Domingos,
educador financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira e Editora DSOP,
autor dos livros Terapia Financeira, Mesada não é só dinheiro, das coleções
infantis O Menino do Dinheiro e O Menino e o Dinheiro, além da coleção didática
de educação financeira para o Ensino Básico, adotada em diversas escolas do
país.
Fonte: Diário de Petrópolis
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