Todos os dias, na TV
ou na internet, não é raro encontrarmos vídeos e relatos de maus-tratos e
abandono de animais. É impressionante a frequência com que esses casos
acontecem, isso porque só temos acesso a algumas ocorrências, imaginem a
quantidade de bichinhos que tem sofrido sem que ninguém saiba ou tome uma
atitude. Para evitar que essa situação continue se repetindo, todos precisam
fazer a sua parte.
Resolvi escrever
sobre o assunto porque, recentemente, vivenciei um dos casos mais marcantes da
minha vida profissional. Estava em São Miguel Paulista a trabalho, quando vi do
carro dois vira latas muito bem cuidados andando com um pit bull todo queimado
no rosto e em estado de desnutrição avançada.
Ao presenciar essa
cena, parei, abri a porta e chamei-os. Por um instante o pit bull, que estava
com coleira, olhou pra mim, com muita dificuldade deu duas abanadas no rabo e
veio ao meu encontro. Nesse momento, perguntei para uma moça e um senhor que
estavam me observando se o animal tinha dono e eles responderam que não, que
estava ali por dias. Na mesma hora, não tive dúvidas, agora ele tinha dono.
Abri a porta do carro e o ajudei a subir.
Quando cheguei ao meu
local de trabalho, as pessoas se apavoraram. “Como assim você pegou um pit
bull? Como teve coragem?”, perguntaram. Respondi que em 12 anos de profissão
lidando com muitas raças de cães e gatos nunca fui mordida por um pit bull,
Resolvi chama-lo de El Toro, como o animal forte e lindo, que um dia ele havia
sido. Desde então, estou tratando para deixa-lo saudável novamente. Já fizemos
duas cirurgias, uma de castração e outra para a ruptura de ligamento no joelho.
Em 40 dias, o El Toro já ganhou 10 quilos, mas ainda está magro e em
tratamento.
Parando para analisar
o problema é perceptível que nem todo mundo tem coragem ou condições de fazer
isso e, por não saberem como lidar com a situação, acabam deixando pra lá.
Assim, para evitar que mais casos como esse aconteçam e fiquem impunes,
preparei três passos que você pode seguir para ajudar no combate ao abandono e
maus-tratos contra animais.
1º Passo: saiba
quais atitudes caracterizam maus-tratos
Antes de qualquer
coisa, para melhor identificar o caso, você precisa saber quais situações podem
ser consideradas como maus-tratos. Veja alguns exemplos:
·
· abandono;
períodos acima de 48 horas já caracterizam abandono, ou seja , mesmo que seja
por um final de semana.
·
· agressões
físicas (espancamento, mutilação, envenenamento);
·
· manutenção
do animal preso a correntes ou cordas, em locais sem ventilação ou entrada de
luz, em locais pequenos e sem cuidados com a higiene ou desprotegido contra o
sol, chuva ou frio;
·
· privação
do animal a alimentação adequada e diária ou ao atendimento veterinário, caso
esteja doente ou ferido;
·
· submissão
do animal a tarefas exaustivas de trabalho mesmo que sejam exercícios de
competição, ou além de suas forças;
·
· utilização
de animais em espetáculos que possam submetê-los a pânico, estresse, agressões,
e
·
· captura
de animais silvestres, seja lá em que condições forem.
Agora, caso presencie
a ocorrência de qualquer uma dessas situações, você já pode partir para o
próximo passo.
2º Passo: tenha
certeza e reúna evidências
Todas as situações
descritas acima caracterizam crimes contra os animais, portanto, os
responsáveis por cometê-los devem ser punidos. Como sua intenção não é
prejudicar ninguém injustamente, o ideal é que você tenha certeza quanto a
denúncia que está prestes a fazer. Para isso, procure evidências e testemunhos
que comprovem suas suspeitas, fotografe ou filme os animais que estão sofrendo
maus-tratos e procure o maior número de informações possíveis para identificar
o agressor. Feito isso, é hora de partir para ação.
3º Passo: denuncie
Bom, para de fato
conseguirmos mudar, mesmo que pouco a pouco, essa realidade, sempre que
presenciarmos algum desses casos devemos denunciar. Esses atos, tanto de abuso
como de crueldade, são considerados crimes ambientais e devem ser apresentados
à polícia, que formalizará a ocorrência e instaurará um inquérito.
Com essa atitude você
poderá contribuir para mudar a realidade e a qualidade de vida de muitos
animais que estão em situação de risco ou abandono por aí. Trata-se de um ato
de amor e consciência, não hesite em fazê-lo!
Fonte: Diário de Petrópolis
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