quinta-feira, março 03, 2016

Gás de cozinha é mais caro em Petrópolis

O preço do gás de cozinha em Petrópolis é um dos mais caros dentre os municípios próximos. Uma pesquisa feita pelo Diário mostrou que a média do preço do GLP (gás liquefeito de petróleo) é R$ 61,60 por botijão de 13kg. Esse valor é superior ao praticado em cinco dos sete municípios pesquisados, e fica abaixo apenas de Teresópolis, também na Microrregião Serrana, onde o preço médio do botijão sai por R$ 63,30. O terceiro município da região, São José do Vale do Rio Preto, tem preços significativamente mais baixos, com uma média de R$ 54. Esse valor é 12% mais barato que o de Petrópolis.
Também foram pesquisados os preços das revendedoras de gás em Duque de Caxias (R$ 60), Três Rios (R$ 57,50), Nova Friburgo (R$ 55) e Niterói (R$ 53,30), todos inferiores aos praticados em Petrópolis e em Teresópolis. O menor valor pesquisado – de Niterói – é 14% mais baixo que o preço de Petrópolis.
A diferença é significativa. Uma família que tenha renda de um salário mínimo e gaste um botijão de GLP por mês em São José do Vale do Rio Preto economizaria no período de um ano R$ 91,20 (quase o preço de dois botijões) em relação a uma família petropolitana na mesma situação. A família de Petrópolis vai ter gasto, ao fim de 12 meses, R$ 739,20. Ou seja, quase um salário mínimo inteiro iria para o gás de cozinha.
Nas ruas da cidade, não faltam reclamações sobre o preço do produto: “Tenho que comprar, é a única coisa que se não tiver em casa, eu estou ferrada”, disse Daniela da Silva (21 anos), moradora do Quarteirão Brasileiro. Ela diz que, naquele bairro, o preço do produto chegou a ficar R$ 70 no ano passado, e recentemente voltou à marca dos R$ 50. Daniela nunca deixou de comprar o GLP, mas diz que já ficou diversas vezes sem comprar outros itens por causa do custo adicional. “Deixei de comprar outras coisas, roupas por exemplo”, disse a moradora.
O barbeiro João Carlos Gomes ficou indignado com o preço, e disse que culpa as ações do governo pela alta. “Acho que é uma falta de compromisso do governo. Não entendo como podemos ser autossuficientes em petróleo e termos esses preços altos em gás, gasolina. Está tudo alto”.

Distribuição e venda é 59% do preço
Segundo a Petrobras, o preço final do GLP refinado pela estatal é influenciado principalmente pelas distribuidoras e revendedoras. A petrolífera brasileira estima que 59% do valor final do botijão seja acrescentado por esses setores. O ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços), que é estadual, tem impacto de 13%, impostos federais (PIS/Pasep e Cofins) têm impacto de 0,4% e a produção da Petrobras impacta o preço em 24%.
Mas a Petrobras não é a única empresa que produz esse gás para o mercado brasileiro. O monopólio da estatal sobre esse setor foi quebrado em 1997, e hoje empresas refinadoras particulares também podem produzir o GLP, que pode também ser importado de fabricantes estrangeiros.
Mas qualquer que seja a fonte do produto, ele tem de passar por uma companhia distribuidora antes de chegar ao consumidor final. Essas distribuidoras recebem o produto a granel, e abastecem o mercado comercial ou residencial. A forma mais comum de consumir o gás de cozinha é com empresas revendedoras:  são aqueles comerciantes que transportam o botijão para as casas e empresas, a forma mais comum de comércio varejista de GLP.
O Sindigás (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito) disse ao Diário que não comenta os preços, pois “o mercado é livre para que as empresas formem seus preços” e acrescentou que as revendedoras não relatam os valores praticados para as associações. No entanto, a assessoria de imprensa do sindicato disse ao Diário que vários fatores podem influenciar o preço, principalmente o ICMS cobrado em cada estado (o que não é o caso, uma vez que a pesquisa foi realizada em municípios do Rio) e a logística das operações de cada revendedora e distribuidora.
A Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes), que representa as revendedoras, disse que também não se pronuncia sobre preços, e a assessoria da entidade afirmou que a federação é voltada para a defesa do segmento.



Preço do gás de cozinha
Microrregião
Município
Média
Serrana
Teresópolis
R$ 63,30
Serrana
Petrópolis
R$ 61,60
Metropolitana
Duque de Caxias
R$ 60,00
Centro-sul Fluminense
Três Rios
R$ 57,50
Centro Fluminense
Nova Friburgo
R$ 55,00
Serrana
São José do Vale do Rio Preto
R$ 54,00
Metropolitana
Niterói
R$ 53,30

Fonte: Diário de Petrópolis

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