Início
de ano é sempre um período de muitos gastos, dentre esses dois dos que mais
preocupam são o IPVA e o IPTU. O grande erro é que, despesas como essas
deveriam ser programadas com antecedência – uma vez que são fixas –, para que
não se comprometa o orçamento. Como a maioria não faz isso, agora elas terão
que ser somadas a outros gastos, como matrícula e material escolar, seguros,
etc., começando 2016 com dificuldades financeiras.
Esse
planejamento é um dos princípios básicos da educação financeira, ou seja,
primeiro se poupa, depois se gasta, e não se gasta para então ver como fará
para honrar com o compromisso. Claro que, para quem não pensou nisso antes,
está um pouco em cima da hora, porém, antes tarde do que nunca, e esse também
pode ser um alerta para que, no ano que vem, não repita o erro. Esse é outro
aspecto da educação financeira: mudança comportamental, buscar resolver a causa
do problema e não a consequência.
Falando
então especificamente do IPTU e IPVA, uma dúvida muito comum é em relação à condição
de pagamento: à vista ou a prazo? Mas, antes de ter essa resposta, é preciso
saber em que situação financeira se encontra: endividado, equilibrado
financeiramente ou investidor. Se for a primeira ou segunda opção, já se sabe
que não conseguirá realizar o pagamento inteiro de uma vez, sobrando o caminho
do parcelamento.
Lembrando
que se deve evitar ao máximo recorrer a empréstimos, limites do cheque especial
ou qualquer outra maneira de crédito do mercado financeiro, pois isso apenas se
tornaria uma bola de neve, devido aos juros altíssimos cobrados.
Agora,
caso a situação financeira esteja mais confortável, sendo investidor,
recomendo, sem dúvida nenhuma, que o pagamento seja feito à vista, já que
obterá 3% de desconto no IPVA e 6%, em média, no IPTU. Mas é importante ficar
atento aos compromissos futuros; muitas pessoas se deixam levar pelo bom
desconto e acabam esquecendo que haverá outras contas a serem pagas naquele
mesmo mês ou nos próximos. De que adianta pagar à vista e conseguir desconto em
uma despesa e não ter dinheiro suficiente para quitar as outras?
Isso
nos leva a outro importante aspecto da educação financeira: ter reserva
financeira. Isso evita problemas como esse e nos deixa mais seguros, em caso de
imprevistos. Enfim, com planejamento, é possível terminar e começar o ano com
segurança de uma vida financeira saudável e muitas realizações.
Reinaldo
Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educação Financeira e autor de
diversos livros sobre o tema, dentre eles o best-seller Terapia Financeira.
Fonte: Diário de Petrópolis
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