Até agora, 473 pessoas estão
desalojadas em decorrência das chuvas que começaram em Petrópolis no último fim
de semana. Apesar de o número ser alto, ninguém ficou desabrigado e a
interdição das moradias foi feita pela Defesa Civil como uma precaução por se
tratar de residências em áreas de riscos de deslizamentos. Os dados da Defesa
Civil apontam que das 750 ocorrências registradas até a manhã de ontem, a
maioria delas são a respeito de grandes e pequenos deslizamentos. Todos os
desalojados estão abrigadas em casas de parentes.
Na madrugada de hoje, o
primeiro distrito registrou quatro deslizamentos, entre pequenos e grandes,
sendo uma queda de árvore na Rua do Imperador, um rolamento de pedras na UPA
Centro, e dois deslizamentos de terra nos bairros Sargento Boening e
Provisória.
Todos os laudos emitidos pela
Defesa Civil alegam que essas áreas não oferecem riscos. Pela cidade a equipe
da Tribuna encontrou também um pequeno deslizamento de pedras no início na rua
Quissamã.
Por volta da 1h30, uma grande
quantidade de terra deslizou na rua Sargento Boening e o trânsito funcionou em
meia pista até que a limpeza fosse realizada pela Secretaria de Obras. Apesar
de uma passagem que dá acesso a casas de uma servidão ser bem próxima do
deslizamento, o local não oferece riscos de acordo com a Defesa Civil. Segundo
os moradores, ninguém ficou ferido. Já no bairro Provisória, o deslizamento que
aconteceu pela manhã também deixou a via em mão única. De acordo com o
comerciante da região, Marco Antônio Meira, na parte mais alta do bairro caíram
duas barreiras que, inclusive, deixaram os moradores da localidade sem energia
elétrica no fim de semana. Outros pequenos deslizamentos foram também
identificados na rua principal.
Na manhã de hoje, o coordenador
da Defesa Civil, tenente-coronel Rafael Simão, esteve na UPA Centro para
avaliar os riscos do deslizamento que aconteceu durante a noite da última
quarta-feira. Pedras e terra caíram sobre o teto da “capelaria” (local usado
para colocarem os corpos) que teve as telhas quebradas. O local estava vazio e,
segundo a Defesa, o deslizamento não oferece risco para nenhum paciente. Ainda
assim foi feito o isolamento da área atingida. Todos os atendimentos da UPA
funcionaram normalmente.
No mesmo barranco da UPA Centro
que aconteceu o deslizamento há uma obra de contenção do programa “Somando
Forças” que não foi concluída. O programa é do Governo Estadual e previa, no
ano de 2013, a contenção de 18 áreas de risco, porém apenas 15 ficaram prontas
e o barranco ao lado da UPA Centro é uma das três obras sem conclusão. O local
teve 70% das obras concluídas, o suficiente para a unidade funcionar e proteger
os lugares de atendimentos, e foi nos 30% que não têm contenção onde ocorreu o
deslizamento. As obras não tiveram conclusão devido ao corte de verbas feito
pelo estado.
A Defesa Civil destacou que
neste momento é importante tomar cuidado com as postagens nas redes sociais.
Devido a informações incorretas, uma equipe que estava em trabalho no distrito
de Pedro do Rio precisou ser deslocada para o centro da cidade, pois a postagem
dizia que havia pacientes em risco. No entanto, quando a equipe chegou ao local
constatou que os atendimentos estavam sendo realizados normalmente. Simão falou
sobre as postagens nas redes sociais e pediu que nelas não sejam misturadas
fotos antigas que, além de preocuparem amigos e familiares, atrapalham o
turismo na cidade.
“Isso causa desespero nas
famílias que moram longe e é uma preocupação desnecessária, por isso peço que
não sejam postadas imagens dos desastres das vítimas de 2011. As linhas do 199
ficam congestionadas por uma coisa que não aconteceu e este ano não teve
nenhuma vítima. Petrópolis é uma cidade histórica, que vive do turismo e pode
ser que os visitantes escolham outro destino, como aconteceu em 2011”,
afirma.
Um alerta à população que mora
perto de encostas foi feito por Simão que também disse que as residências já
interditadas devem ser evacuadas, porém, segundo ele, há muitos casos de
insistência. Quando acontece isso o conselho que Simão dá é deixar as moradias
no momento da chuva e procurar abrigo em casas de parentes, amigos ou mesmo
pontos de apoio oferecidos pela prefeitura. “A primeira dica é procurar um
local seguro caso o morador tenha se sentido em risco. Para isso, não precisa
esperar a vistoria da Defesa Civil, porque às vezes nesse período pode
acontecer alguma coisa. O nosso objetivo neste momento é salvar vidas, então é
preciso que todos procurem por segurança. É preciso ficar muito atento às
previsões meteorológicas, pois vamos ter um verão com muita chuva e não pode
ficar esperando a sirene tocar para sair de casa”, disse Simão, que ressaltou
que as pessoas ainda estão construindo sem orientação técnica e lembrou que
para construir é preciso a autorização da prefeitura. A Defesa Civil funciona
24h todos os dias por meio do telefone 199.
Fonte: Tribuna de Petrópolis
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