sexta-feira, janeiro 22, 2016

Chuvas: Defesa Civil contabiliza quatro deslizamentos nesta madrugada


Até agora, 473 pessoas estão desalojadas em decorrência das chuvas que começaram em Petrópolis no último fim de semana. Apesar de o número ser alto, ninguém ficou desabrigado e a interdição das moradias foi feita pela Defesa Civil como uma precaução por se tratar de residências em áreas de riscos de deslizamentos. Os dados da Defesa Civil apontam que das 750 ocorrências registradas até a manhã de ontem, a maioria delas são a respeito de grandes e pequenos deslizamentos. Todos os desalojados estão abrigadas em casas de parentes. 

Na madrugada de hoje, o primeiro distrito registrou quatro deslizamentos, entre pequenos e grandes, sendo uma queda de árvore na Rua do Imperador, um rolamento de pedras na UPA Centro, e dois deslizamentos de terra nos bairros Sargento Boening e Provisória.

Todos os laudos emitidos pela Defesa Civil alegam que essas áreas não oferecem riscos. Pela cidade a equipe da Tribuna encontrou também um pequeno deslizamento de pedras no início na rua Quissamã. 

Por volta da 1h30, uma grande quantidade de terra deslizou na rua Sargento Boening e o trânsito funcionou em meia pista até que a limpeza fosse realizada pela Secretaria de Obras. Apesar de uma passagem que dá acesso a casas de uma servidão ser bem próxima do deslizamento, o local não oferece riscos de acordo com a Defesa Civil. Segundo os moradores, ninguém ficou ferido. Já no bairro Provisória, o deslizamento que aconteceu pela manhã também deixou a via em mão única. De acordo com o comerciante da região, Marco Antônio Meira, na parte mais alta do bairro caíram duas barreiras que, inclusive, deixaram os moradores da localidade sem energia elétrica no fim de semana. Outros pequenos deslizamentos foram também identificados na rua principal.

Na manhã de hoje, o coordenador da Defesa Civil, tenente-coronel Rafael Simão, esteve na UPA Centro para avaliar os riscos do deslizamento que aconteceu durante a noite da última quarta-feira. Pedras e terra caíram sobre o teto da “capelaria” (local usado para colocarem os corpos) que teve as telhas quebradas. O local estava vazio e, segundo a Defesa, o deslizamento não oferece risco para nenhum paciente. Ainda assim foi feito o isolamento da área atingida. Todos os atendimentos da UPA funcionaram normalmente. 

No mesmo barranco da UPA Centro que aconteceu o deslizamento há uma obra de contenção do programa “Somando Forças” que não foi concluída. O programa é do Governo Estadual e previa, no ano de 2013, a contenção de 18 áreas de risco, porém apenas 15 ficaram prontas e o barranco ao lado da UPA Centro é uma das três obras sem conclusão. O local teve 70% das obras concluídas, o suficiente para a unidade funcionar e proteger os lugares de atendimentos, e foi nos 30% que não têm contenção onde ocorreu o deslizamento. As obras não tiveram conclusão devido ao corte de verbas feito pelo estado. 

A Defesa Civil destacou que neste momento é importante tomar cuidado com as postagens nas redes sociais. Devido a informações incorretas, uma equipe que estava em trabalho no distrito de Pedro do Rio precisou ser deslocada para o centro da cidade, pois a postagem dizia que havia pacientes em risco. No entanto, quando a equipe chegou ao local constatou que os atendimentos estavam sendo realizados normalmente. Simão falou sobre as postagens nas redes sociais e pediu que nelas não sejam misturadas fotos antigas que, além de preocuparem amigos e familiares, atrapalham o turismo na cidade. 

“Isso causa desespero nas famílias que moram longe e é uma preocupação desnecessária, por isso peço que não sejam postadas imagens dos desastres das vítimas de 2011. As linhas do 199 ficam congestionadas por uma coisa que não aconteceu e este ano não teve nenhuma vítima. Petrópolis é uma cidade histórica, que vive do turismo e pode ser que os visitantes escolham outro destino, como aconteceu em 2011”, afirma. 

Um alerta à população que mora perto de encostas foi feito por Simão que também disse que as residências já interditadas devem ser evacuadas, porém, segundo ele, há muitos casos de insistência. Quando acontece isso o conselho que Simão dá é deixar as moradias no momento da chuva e procurar abrigo em casas de parentes, amigos ou mesmo pontos de apoio oferecidos pela prefeitura. “A primeira dica é procurar um local seguro caso o morador tenha se sentido em risco. Para isso, não precisa esperar a vistoria da Defesa Civil, porque às vezes nesse período pode acontecer alguma coisa. O nosso objetivo neste momento é salvar vidas, então é preciso que todos procurem por segurança. É preciso ficar muito atento às previsões meteorológicas, pois vamos ter um verão com muita chuva e não pode ficar esperando a sirene tocar para sair de casa”, disse Simão, que ressaltou que as pessoas ainda estão construindo sem orientação técnica e lembrou que para construir é preciso a autorização da prefeitura. A Defesa Civil funciona 24h todos os dias por meio do telefone 199. 

Fonte: Tribuna de Petrópolis

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