segunda-feira, dezembro 07, 2015

Cresce busca por repelentes

A suspeita do aumento do número de casos de microcefalia provocada pelo Zika Vírus alarmou as mulheres grávidas, que temem contrair a doença. Para isso, repelentes para evitar a picada do aedes aegypti, transmissor da dengue e também do Zika, estão sendo muito procurados nas farmácias da cidade, que já apresentam a falta de uma marca. Porém, especialistas falam sobre o uso do produto e alertam as gestantes sobre os cuidados. 
De acordo com o diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis, pediatra infectologista e membro do Comitê de Infectologia da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro, professor Paulo Cesar Guimarães, as gestantes devem evitar locais com a presença de muitos insetos voadores, em especial o aedes aegypti. “Tomar todos os cuidados para não propiciar a proliferação do aedes (água parada), como: objetos sólidos de plástico (copos, garrafas), pneus ao relento, cisternas ou caixas de água sem proteção, vasos de planta e etc. 
Para o médico, o combate total aos criadouros de mosquitos nas residências e na vizinhança é essencial para evitar a contração. Ele ainda indicou “não viajar, se possível, para o Nordeste, em especial Pernambuco”. 
Esta semana, o Ministério da Saúde fez um alerta para que as mulheres que têm o plano de engravidar aguardarem durante um tempo. Segundo Paulo Cesar, o alarde é uma correlação entre a infecção pelo Zika vírus e a microcefalia – quando o bebê apresenta menos de 32 cm na cabeça. Questionado sobre as dúvidas das gestantes, o infectologista disse que o medo, maior, é da grávida que esteve recentemente em um local com grande incidência de Zika vírus e exemplifica o nordeste brasileiro. “Aconselho a procurar o seu obstetra ou um serviço de Saúde e relatar o fato”, alerta.
O médico esclareceu ainda que uma mulher que já apresentou dengue não está imune em relação ao Zika vírus. “A dengue tem quatro sorotipos distintos (Den1; Den2; Den3 e Den4) e a imunidade é específica, inclusive, para cada um dos sorotipos citados”, explica.
Sobre o uso de repelentes na gravidez, ele disse que o ideal para grávidas e crianças abaixo de 2 anos de idade é não usarem repelentes e indicou uma composição. “Existe o repelente com o IR3535, que pode ser usado em último caso. É extremamente importante olhar a composição do repelente. Deve fazer uma proteção física com tecidos grossos, principalmente, para braços e pernas”, declara.
Nas farmácias de Petrópolis nenhum produto com esta substância foi encontrado para venda. Segundo a representante do setor de perfumaria de uma das redes de farmácia da cidade, Lidiane Barbosa, a procura pela marca Exposis está sendo constante pelas grávidas e o produto esgotou no estoque. “Ele tem uma composição eficaz contra o mosquito, mas na embalagem não especifica se as grávidas podem utilizá-lo. A procura está sendo constante e hoje não temos o produto para venda”, falou Lidiane, que ainda contou que geralmente as gestantes levam receitas médicas para a compra. 
Em outra farmácia da cidade, farmacêuticos e vendedores disseram que para esse tipo de paciente há composições naturais à base de andiroba.
Fonte:Tribuna de Petrópolis 

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