quinta-feira, dezembro 10, 2015

Comutran discute reajuste de passagens


Na próxima sexta-feira (11) o Conselho Municipal de Trânsito (Comutran) vai discutir a proposta de reajuste de R$ 0,55, que foi apresentada em uma reunião na sede da Companhia Municipal de Trânsito e Transportes (CPTrans), na noite da última terça-feira. Segundo propõe o Sindicato das Empresas de Transporte de Petrópolis (Setranspetro), a passagem deveria aumentar para R$ 3,75. 

O Setranspetro apresentou um estudo técnico, considerando o que chamou de razões variáveis, como o custo com a mão de obra dos rodoviários, como a retroatividade do salário dos funcionários desde março desse ano, além do reajuste acumulado do óleo diesel e a soma de todos os insumos que tiveram aumento ao longo do ano. Segundo o Setranspetro, esses insumos consistem em itens utilizados para a manutenção e conservação dos carros. Pneus, peças, acessórios, recapagem, carroceria, chassi, além de outras peças que também sofreram reajuste devido à crise econômica que assola o país. “Só a retroatividade do salário dos rodoviários equivale ao impacto de 15 centavos a a partir de 3,20. Ao todo são dez meses que as empresas estão absorvendo esse custo. São 15 centavos em cada tarifa computada. Fora isso, temos outros custos. A folha de pagamento é o primeiro deles. Somente a folha equivale a 50% do custo total de uma empresa de transporte. Além disso, a contratação dos 200 funcionários, que tiveram de ser admitidos depois da lei municipal que obriga os coletivos a ter cobradores, obriga as empresas a reajustar mais R$ 0,15”, disse a Gerente de Planejamento do Sindicato, Carla Rivetti.

De acordo com a nota enviada pelo Setranspetro, o estudo técnico apresentado pelo sindicato chegou a R$ 3,75 “em razão desses elementos, o que corresponde a uma tarifa técnica que deveria ser praticada para cobrir todos os custos do sistema de transporte urbano municipal”

Para o presidente da Comissão de Transporte da Câmara Municipal, o  vereador Mauro Henrique Ribeiro de Oliveira, o Maurinho Branco (PTC/SDD), o reajuste é inviável para a população. “Na reunião de terça eles apresentaram uma planilha, e nós pedimos para o nosso departamento jurídico analisar com calma. O Setranspetro alegou a volta dos cobradores como um dos principais motivos para o reajuste. O que a meu ver não faz o menor sentido, uma vez que a empresa já tinha cobradores antes, eles só retornaram com os profissionais. Nós vimos a proposta e vamos apresentar uma contra-proposta na próxima reunião. O cidadão petropolitano não tem condições financeiras para pagar esse valor de R$ 3,75 de passagem. Isso mexe com todo o sistema financeiro e econômico, atingindo também os comércios, indústrias e todos os setores. Já que os empresários vão ter que desembolsar esse dinheiro para pagar a passagem do trabalhador.”, completou Maurinho.

Durante a reunião de terça-feira, os membros da União da Juventude Socialista (UJS) de Petrópolis, ficaram constrangidos porque foram impedidos de entrar no debate do conselho. “Nós chegamos lá e ficamos do lado de fora. Demos de cara com cerca de 15 guardas, que alegaram não ter espaço lá na sala. Sempre que acontece uma discussão dessas, importante para a nossa cidade e nossa população, eles fazem isso. Eu e cerca de dez pessoas ficamos lá fora por mais de uma hora debaixo de chuva até que conseguimos entrar”, disse Wesley Diniz, presidente da UJS-Petrópolis. Segundo a UJS, a entrada de jovens e outras pessoas que queriam assistir à reunião do conselho só conseguiram entrar mediante à negociação feita após acionamento da força policial. “Nosso incômodo foi pelo gesto deles de nos impedir de participar. Fomos lá para tentar entender essas propostas, mas saímos muito assustados. Depois de muita briga que conseguimos entrar” concluiu.

Para Rafaela Elisiario, de 21 anos, secretária de organização da UJS, os jovens não deveriam ter sido barrados por se tratar de uma reunião aberta. “Eles nos barraram e só conseguimos entrar depois de muita negociação. Qual o motivo? Se a reunião é aberta? Eles alegam falta de espaço. Mas por que então não realizaram a reunião em um lugar maior, como a Casa dos Conselhos Augusto Zanatta, na Prefeitura, já que sabiam que esse assunto interessa muita gente?” questionou a jovem.

Fonte: Tribuna de Petrópolis

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