terça-feira, junho 02, 2015

Alta na energia complica situação de comerciantes


Os petropolitanos estão desde janeiro sentindo no bolso o aumento na conta de luz. Na maior parte das residências e empreendimentos o reajuste mais que dobrou. Esse é o caso do comerciante Damião Ferreira, que calcula um acréscimo de 70,7% em apenas cinco meses. A conta do estabelecimento que antes era de R$ 1.193 no primeiro mês do ano, veio R$ 2.036 com vencimento no dia 2 de junho. De acordo com ele, atualmente o espaço só está com as portas abertas em consideração aos trabalhadores, pois comercialmente já não rende quase lucro. Damião vive da aposentadoria e conta que seus funcionários estão na casa há muitos anos, alguns ele viu crescer, têm família e assim como todos contas à pagar. Por isso, a decisão de manter o local funcionando, mesmo apenas recebendo o necessário para pagar as despesas do próprio empreendimento. Ele afirma ainda que em 40 anos, quando abriu o negócio, nunca presenciou uma situação tão dramática no cenário econômico do país. Para tentar atenuar o problema, desde o anúncio do aumento Damião trocou 90% das lâmpadas da mercearia, que eram fluorescentes, por de LED. Apesar do gasto de R$ 1.000, o comerciante afirma que elas são mais econômicas e impediram um prejuízo ainda maior na conta de luz. “Se fosse olhar apenas pelo lado comercial já teria fechado. Mas tenho muito carinho por todos, renda fixa e também me considero um prestador de serviço aos moradores. Não posso simplesmente fechar as portas”, disse resignado. Devido à sua linha de pensamento, o bairro também não corre o risco de ficar sem sorvete. “Parece bobagem, mas apenas eu vendo sorvete no Quarteirão Brasileiro, mesmo sabendo que o freezer utilizado para mantê-los gelados consome uma energia absurda. Mas imagina todos terem que sair do bairro para comprar o produto no centro da cidade?”, questionou Damião. Nas residências, o aumento também foi enorme. Na casa do vendedor Marcelo Mendelsohn, por exemplo, a conta de luz saltou de R$ 65 para R$ 130. No local vivem cinco pessoas. “É um gasto muito grande, se comparado ao que pagávamos. Devido a isso, hoje passeio em família nem pensar! No máximo tomar uma cerveja em algum bar próximo de casa. Os gastos com lazer estão terminantemente proibidos lá em casa. Pelo menos até a situação melhorar”.

Fonte: Tribuna de Petrópolis

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