Sem o repasse do
governo federal, vacina só é encontrada em clínicas particulares
Ao contrário do que
esperava a Secretaria Municipal de Saúde, Petrópolis não recebeu uma nova dose
da vacina BCG no último dia 17, data prevista para a retirada do lote mensal na
Secretaria de Estado de Saúde (SES), no Rio de Janeiro. O governo federal havia
se comprometido em enviar aos estados uma remessa de, pelo menos, 40% das doses
da rotina mensal no dia 02 de março. No entanto, prorrogou o prazo para o
próximo dia 20.
Apesar de a BCG ser
tradicionalmente encontrada apenas na rede pública, segundo informações da
coordenadora do Centro de Epidemiologia do Município, Elizabeth Cavalcanti,
pelo menos uma clínica particular especializada no Centro Histórico já
disponibiliza o imunobiológico. O valor da dose é R$ 60. Surpresa, a
prefeitura não soube esclarecer como isso tem ocorrido, informou apenas que vai
cobrar do governo federal e do governo do estado o envio do lote.
Estoque zerou antes
do Carnaval
O estoque da vacina
está zerado desde o dia nove de fevereiro. O último lote chegou à cidade em
meados de janeiro, mas em quantidade reduzida, insuficiente para atender a
média de 700 aplicações mensais. O governo federal prometeu a liberação de 50%
de uma segunda remessa em 3 de fevereiro, mas não houve repasse para o
município.
Em nota, a
Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental informa que, diante
do cenário atual, a Secretaria de Estado de Saúde e o Conselho de Secretarias
Municipais de Saúde do Estado do Rio de Janeiro irão encaminhar documento ao
Ministério da Saúde documento relatando o desabastecimento dos imunobiológicos
no estado e questionando os indicadores do Programa de Qualificação das Ações
de Vigilância em Saúde.
A BCG protege contra
a tuberculose na infância e deve ser ministrada nos primeiros meses de vida.
Por isso, as mães de recém-nascidos são recomendadas a evitar levar os bebês
para a rua ou ambientes muito cheios a fim de evitar o contágio. Elas devem
aguardar até a aplicação da dose.
De acordo com o
Ministério da Saúde, a Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunização
(CGPNI) tem enfrentado dificuldades para atender a distribuição das vacinas com
regularidade. Os lotes recebidos pelo governo federal ainda passam pela
avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Instituto
Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), que demoram 60 dias, em
média. Só depois são enviados para os estados, que os repassa para os
municípios.
O atraso nas remessas
também reduziu o estoque das vacinas tríplice viral (contra sarampo, rubéola e
caxumba), tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela, ou catapora) e
dupla adulto (difteria e tétano). No entanto, as imunizações continuam sendo
feitas no Centro de Saúde, na Rua Santos Dumont, Centro. O Ministério da Saúde
promete normalizar a situação até maio.
Fonte: Diário de Petrópolis
Nenhum comentário:
Postar um comentário