A morte do motociclista Rafael
Bessa, na madrugada do último domingo, faz lembrar um antigo problema que está
cada vez mais frequente na cidade. As tampas de bueiro, instaladas muitas vezes
no meio das vias, com desnível significativo em relação ao asfalto, têm
contribuído para o aumento no número de acidentes de moto, é o que dizem os
motociclistas. Embora não tenha sido provado que o acidente de domingo tenha
relação com esses bueiros, nossa equipe esteve no local, na rua Coronel Veiga,
e constatou um desnível no asfalto, onde há um vazamento de água.
Em um passeio pelo centro da
cidade e bairros próximos não é difícil encontrar motoristas e motociclistas
tendo que desviar das grades que, muitas vezes, estão bem no meio da rua, em
curvas e locais perigosos. No Valparaíso, as ruas Eugênio Barcellos e Visconde
de Uruguai somam mais de 20 bueiros. A maior parte deles faz parte da rede de
escoamento de águas pluviais. Na Visconde de Uruguai há uma grade na pista
sentido Centro que obriga até os motoristas de ônibus a fazer uma manobra
arriscada para desviar do bueiro, invadindo a contramão.
Na rua Monsenhor Bacelar há
três grelhas com cerca de um metro de largura que já derrubaram vários
motociclistas, segundo o universitário Marlon Santos, que mora na região. “Eu
moro aqui do lado e já vi pelo menos uns três acidentes com moto. Dois deles
perderam o controle ao passar pelo desnível e o terceiro, que foi no início do
ano, foi desviar do bueiro e acabou sendo atingido por um carro. Eu fico
imaginando numa via de mão dupla que a situação é mais preocupante”, contou.
O motociclista Marcelo Marques,
de 36 anos, que trabalha numa concessionária da rua Coronel Veiga, conta que
num trajeto de dois quilômetros, entre o Siméria e a rua Marquês de Paraná, são
vários bueiros que ele precisa desviar. “De casa até aqui eu tenho que vir
desviando de um monte de tampas como essas aqui da Coronel Veiga. Desde a rua
Olavo Bilac até essa rua que vai pro Valparaíso. Ando pouco de moto, porém tem
muitos obstáculos por aí”, explicou.
Um outro motociclista, que anda
por toda a cidade, contou à nossa equipe que quase sofreu um acidente nesta
semana na rua Hermogênio Silva, no Retiro. “Eu ia para Itaipava pelo Retiro, a
60 km/h. Quando passei por uma curva perto da barragem escorreguei na tampa que
estava molhada e fui bater na mureta. Se fosse um outro correndo ia cair dentro
do rio”, alertou.
Em dezembro passado, um
motociclista de 23 anos caiu dentro do rio Quitandinha depois de escorregar num
bueiro da rua Washington Luiz, no centro da cidade. Por sorte, ele foi
resgatado apenas com ferimentos leves e não teve sequelas.
Questionada sobre a situação, a
concessionária Águas do Imperador informou que os bueiros não são de
responsabilidade da empresa. “Bueiros escoam águas pluviais, portanto isso não
faz parte do escopo da concessionária”, diz a nota.
A Companhia Estadual de Gás
(CEG), da empresa Gás Natural Fenosa, informou que a rede da concessionária em
Petrópolis foi implantada recentemente e, por isso, todas as caixas têm
identificação. “Além disso, a maior parte das caixas está localizada na
calçada”, disse por meio de nota.
Fonte: Tribuna de Petrópolis
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