O aumento da energia elétrica,
autorizado ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para
empresários da cidade, vai causar um grande impacto na produção industrial e na
prestação de serviço, atingindo o consumidor final, que passa a pagar mais por
produtos e serviços. O reajuste para alta tensão foi de 56,15% e para baixa
tensão 36,41%, o que para os clientes da Ampla será um impacto grande nas
contas de luz, pois muitos já pagam mais por estarem na bandeira
vermelha.
Rosenilda de Souza, proprietária
de um salão de beleza no centro, disse que o aumento da energia elétrica vai
causar um grande impacto nos serviços, pois utiliza muitos equipamentos que
dependem da energia. “Vamos ter que estudar medidas para economizar energia, ao
mesmo tempo evitar ao máximo passar este custo para o cliente. Mais uma vez
vamos ter que ser criativos para superar esta crise, pois já estou pagamento
uma conta de quinhentos reais por conta dos últimos aumentos sem aumentar o meu
consumo”, frisou.
Considerado um item fundamental
para o funcionamento das lojas e demais estabelecimentos comerciais, o
presidente do Sicomércio, Marcelo Fiorini, lamentou mais esta atitude do
Governo Federal. “O impacto de mais este reajuste tarifário de energia elétrica
é prejudicial para a indústria e para o comércio da cidade, por ser um item
fundamental para as lojas, durante todo o horário de funcionamento. Vamos ter
que arcar com um aumento significativo na carga tributária. É lamentável que,
em uma situação de dificuldade por causa da retração da economia, o governo
aumente os impostos desta forma”, afirmou o presidente do Sicomércio, Marcelo
Fiorini.
O gerente de uma panificação na
rua Montecaseros, Cleber Bispo disse que o aumento da energia elétrica terá um
impacto direto na produção de seus produtos. Atualmente paga por mês de R$ 7
mil de conta de luz e com este novo aumento, acredita que a situação vai ficar
complicado e difícil. A comerciante Clea Soares de Faria, proprietária de uma
lanchonete e padaria, disse que já recebeu a conta de luz com aumento, por
conta da bandeira vermelha e agora vai sofrer novo reajuste. “Sofremos com
aumento do trigo e outros produtos necessários para o meu estabelecimento e
infelizmente alguma coisa teremos que repassar para o consumidor final”.
A presidente do Conselho
Empresarial da Representação da Firjam na Região Serrana, Waltraud Kemper
Rodrigues Pereira chamou atenção para falta de uma solução para o problema
estrutural do país e lamentou que mais uma vez, o governo federal queira passar
esta conta para as indústrias. “Não somos nós que temos que resolver os
problemas estruturais do país. Mais uma vez, é o setor privado que é chamado
pelo governo para pagar as contas”.
Ela não tem dúvida que este
aumento vai causar mais uma quebra na produção das indústrias e na sua
avaliação, fica difícil prever o que vai ocorrer, mais acredita que o setor
continuará não empregando. A presidente do Conselho disse que no momento fica
complicado afirmar se haverá demissões, frisando que isto dependerá do desempenho
de cada segmento industrial. “Estamos vivendo um momento muito difícil e é
lamentável o que vem ocorrendo com o setor por conta do aumento de impostos e
tarifas”, frisou Waltraud Kemper.
O cabeleireiro André Luis disse
que o aumento da energia elétrica vem causar mais um momento difícil para os
prestadores de serviço. Ele contou que nos últimos meses os produtos de
cosméticos sofreram um aumento de 30% e que não repassou para os seus clientes.
“Agora, mais uma vez, vamos ter que estudar o que fazer e que medidas tomar
para não causar prejuízos aos nossos clientes”.
Entre os comerciantes da
cidade, há aqueles que prevendo aumento de impostos e taxas, como da energia,
tomou medidas para economizar. Marcio Fernandes, proprietário de uma padaria no
centro, disse que uma das medidas tomadas foi trocar todos os equipamentos de
energia para gás, além de substituir lâmpadas, e com isso conseguiu uma
economia de 50%.
O economista e vereador, Thiago
Damaceno disse que o aumento da energia elétrica e de outros impostos é
resultado de uma “política equivocada do governo, ao congelar os preços ano
passado por conta do ano eleitoral”. De acordo com ele, todo mundo que
acompanha o mercado sabe que os ajustes deveriam acontecer, seja para
acompanhar o mercado ou por causa da crise hídrica do país.
O aumento, para Damaceno é ruim
para todo mundo, pois o governo, como não tem como bancar o custo de energia
elétrica no país, acaba repassando para sociedade. O aumento, segundo Thiago
Damaceno vai causar um impacto direto na produção das indústrias, que vão
reduzir a produtividade. “O que me espanta é que a Ampla é a empresa com o
maior número de reclamações junto a Aneel e mesmo assim consegue o reajuste da
tarifa. Isto somente acontece, porque a Agência não tem uma política de
fiscalização”, frisou o econimista.
Fonte: Tribuna de Petrópolis
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