domingo, agosto 03, 2014

“Mais de 90% dos acidentes na BR-040 são causados por excesso de velocidade”, diz PRF

Viajar pela BR-040 pode ser uma aventura perigosa e, para muitos, fatal. A rodovia é repleta de curvas sinuosas e fica ainda mais perigosa em dias de neblina e chuva. Com mais de 80 anos de uso e com trechos mal conservados, ela ainda é um desafio para a perícia dos melhores motoristas. No entanto, mesmo o aumento do número de acidentes em 48% (entre 2011 e 2013) e com 74 mortes registradas apenas no ano passado, não são argumentos fortes o bastante para evitar a imprudência de quem trafega no trecho.
Nossa equipe de reportagem acompanhou, esta semana, o trabalho da 6ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal – DPRF, aferindo a velocidade em que os veículos passavam pelo trecho do km-82 (na altura do bairro Quitandinha) da pista de subida da rodovia. E, mesmo em um ponto de subida, onde a velocidade é limitada em 70km/h, em uma área populosa, que conta ainda com a travessia de pedestres, não foi necessário aguardar por muito tempo para registrar flagrantes da imprudência.
Nos primeiros dez minutos de aferição, com o radar portátil da PRF, equipamento capaz de calcular a velocidade de deslocamento do veículo mesmo a 500 metros de distância, foram dez veículos ultrapassando o limite imposto para o trecho. Em um dos casos quase 30% acima do limite permitido – a 90km/h. “Esse tipo de imprudência é a mais comum na rodovia e também a principal causadora de acidentes. Em quase sete anos trabalhando no trecho da 6ª DPRF, o excesso de velocidade foi o responsável por mais de 90% dos acidentes em que prestei atendimento. Outros problemas são os defeitos da pista e as condições climáticas, como chuva e neblina”, revela o chefe do núcleo de policiamento de fiscalização da 6ª DPRF, Victor Freitas.
Os casos registrados durante o período em que nossa equipe de reportagem acompanhou os agentes da DPRF não são tão graves quanto o caso registrado há um ano. Dois jovens petropolitanos seguiam em direção a Itaipava em um carro esportivo da marca japonesa Mitsubishi. Na altura do km-70, o motorista perdeu o controle da direção, colidindo com a base de um painel de publicidade, em frente ao posto Brazão. Os jovens morreram na hora e o carro ficou completamente destruído. Na ocasião, a estimativa dos agentes e peritos que atenderam a ocorrência era de que o veículo trafegava na velocidade de 220 km/h. Há algumas semanas, uma operação deflagrada pela PRF deteve motociclistas flagrados pelo radar em alta velocidade com motos esportivas de alta cilindrada.
A multa para quem trafega em alta velocidade pode ser pesada, dependendo da proporção da velocidade acima do limite. “Até 20% acima do limite a multa é de R$ 570 (40 UFRs). Acima disso, entre infrações de 20% a 50% acima do limite, a infração deixa de ser média e passa para grave. Acima dos 50%, a infração é gravíssima e a perda de pontos na carteira chega a sete (o limite para perder a habilitação é de 21 pontos)”, explica Freitas, que informa que nas operações de fiscalização semanais, feitas pela PRF, não é incomum flagrar veículos trafegando próximo aos 200 km/h em alguns trechos.
No entanto, a fiscalização é praticamente um trabalho isolado da PRF, que não pode cobrir todos os trechos da rodovia. Desde janeiro do ano passado, 18 radares deveriam estar operando na rodovia – nos trechos onde o índice de acidentes é maior. O equipamento, que é uma determinação da Agência Nacional de Transporte Terrestres – ANTT, ainda não está operando. Recentemente, o impasse levou os moradores do Vale do Sossego, em Araras, a se manifestar contra a concessionária que administra a BR-040, Concer, e a Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT, cobrando melhorias no trecho. Entre elas, o início da operação do radar, com objetivo de diminuir o número de acidentes e atropelamentos no trecho. 
Fonte:Tribuna de Petrópolis 

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