quarta-feira, agosto 27, 2014

Incêndio destrói parte de área de proteção e quase atinge casas

O período de estiagem já começou a causar danos à vegetação de Petrópolis. Na tarde de ontem, um incêndio em Área de Proteção Ambiental (APA), na localidade de Araras, destruiu uma grande extensão de mata virgem equivalente a cinco campos de futebol. O trabalho no combate ao fogo mobilizou ontem, durante todo o dia, guarda-parques da Reserva Biológica de Araras (Rebio) e equipes dos quartéis do Corpo de Bombeiros, que ficam na Barão do Rio Branco e em Itaipava.
O trabalho dos militares teve início por volta das 14 horas quando a Rebio percebeu o incêndio através do patrulhamento e também de denúncias. A queimada teve início na vegetação de Bonsucesso e se espalhou rapidamente para a localidade de Araras. 
“Logo que demos início ao trabalho solicitamos ajuda dos bombeiros e também do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Os profissionais trabalharam para tentar evitar que o fogo se alastre para a reserva e, felizmente, depois de um trabalho cansativo, obtivemos sucesso. Hoje, voltaremos ao local apenas para o rescaldo (conjunto de operações necessárias para completar a extinção do fogo, impedir o recomeço e colocar o local em condições de segurança)”, explicou no fim da tarde de ontem Ricardo Ganem, responsável pela Rebio Araras.
Os guarda-parques retornam ao local logo pela manhã onde verificam pontos de calor e possíveis novos focos para extinguir risco de novo incêndio. 
O trabalho teve início, mas devido às altas temperaturas e o vento forte no local, o fogo se alastrou rapidamente e mais equipes do Corpo de Bombeiros foram chamadas para combater o fogo pelo outro lado. O efetivo utilizou além de 14 homens, material para o combate ao fogo: abafadores, mochilas costais, mc lead e pulaski (ferramentas específicas). Além disso, o Corpo de Bombeiros utilizou duas viaturas de água do tipo Auto Bomba e Auto Bomba Tanque.
Ainda não se sabe as causas do incêndio, mas a suspeita é de que tenha sido criminoso, já que a prática de limpeza de pastagem e queima de lixo são comuns na localidade.
“Também não descartamos a possibilidade de que tenha sido a queda de um balão. Hoje vamos fazer uma varredura completa para descobrir a causa do incêndio”, disse Ricardo.
O trabalho na reserva acontece há 37 anos, mas recentemente recebeu os guarda-parques para atuar na defesa e preservação da Reserva Biológica que abrange uma área de aproximadamente 2.131 hectares (mais de 21 mil metros quadrados) e está parcialmente incluída na Área de Proteção Ambiental de Petrópolis (APA), administrada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Esta é a época do ano em que o índice de queimadas em vegetação acontece com mais frequência devido à estiagem. Segundo um levantamento do Corpo de Bombeiros, no Rio de Janeiro a Região Serrana é campeã em incêndios florestais, sendo responsável por mais de mil incêndios por ano e causando uma perda ambiental de cerca de 15.000 hectares de área verde no mesmo período.
Os moradores podem denunciar quem comete este tipo de crime. A Lei de Crimes Ambientais prevê multa de R$ 1.000 por hectare ou fração para quem faz uso de fogo em áreas agropastoris sem autorização; prisão e multa para quem fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios; e prisão de até cinco anos e multa no valor de R$ 1.500 por hectare ou fração para quem provocar incêndio em mata ou floresta. 
A pessoa que queima o lixo em casa pode ser multada em um valor que varia de R$ 500 a R$ 50 milhões, dependendo da área e da quantidade de resíduos que estão sendo eliminados.
Fonte: Tribuna de Petrópolis

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