O trabalho dos militares teve início por
volta das 14 horas quando a Rebio percebeu o incêndio através do
patrulhamento e também de denúncias. A queimada teve início na vegetação
de Bonsucesso e se espalhou rapidamente para a localidade de Araras.
“Logo que demos início ao trabalho
solicitamos ajuda dos bombeiros e também do Parque Nacional da Serra dos
Órgãos. Os profissionais trabalharam para tentar evitar que o fogo se
alastre para a reserva e, felizmente, depois de um trabalho cansativo,
obtivemos sucesso. Hoje, voltaremos ao local apenas para o rescaldo
(conjunto de operações necessárias para completar a extinção do fogo,
impedir o recomeço e colocar o local em condições de segurança)”,
explicou no fim da tarde de ontem Ricardo Ganem, responsável pela Rebio
Araras.
Os guarda-parques retornam ao local logo
pela manhã onde verificam pontos de calor e possíveis novos focos para
extinguir risco de novo incêndio.
O trabalho teve início, mas devido às
altas temperaturas e o vento forte no local, o fogo se alastrou
rapidamente e mais equipes do Corpo de Bombeiros foram chamadas para
combater o fogo pelo outro lado. O efetivo utilizou além de 14 homens,
material para o combate ao fogo: abafadores, mochilas costais, mc lead e
pulaski (ferramentas específicas). Além disso, o Corpo de Bombeiros
utilizou duas viaturas de água do tipo Auto Bomba e Auto Bomba Tanque.
Ainda não se sabe as causas do incêndio,
mas a suspeita é de que tenha sido criminoso, já que a prática de
limpeza de pastagem e queima de lixo são comuns na localidade.
“Também não descartamos a possibilidade
de que tenha sido a queda de um balão. Hoje vamos fazer uma varredura
completa para descobrir a causa do incêndio”, disse Ricardo.
O trabalho na reserva acontece há 37
anos, mas recentemente recebeu os guarda-parques para atuar na defesa e
preservação da Reserva Biológica que abrange uma área de aproximadamente
2.131 hectares (mais de 21 mil metros quadrados) e está parcialmente
incluída na Área de Proteção Ambiental de Petrópolis (APA), administrada
pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama).
Esta é a época do ano em que o índice de
queimadas em vegetação acontece com mais frequência devido à estiagem.
Segundo um levantamento do Corpo de Bombeiros, no Rio de Janeiro a
Região Serrana é campeã em incêndios florestais, sendo responsável por
mais de mil incêndios por ano e causando uma perda ambiental de cerca de
15.000 hectares de área verde no mesmo período.
Os moradores podem denunciar quem comete
este tipo de crime. A Lei de Crimes Ambientais prevê multa de R$ 1.000
por hectare ou fração para quem faz uso de fogo em áreas agropastoris
sem autorização; prisão e multa para quem fabricar, vender, transportar
ou soltar balões que possam provocar incêndios; e prisão de até cinco
anos e multa no valor de R$ 1.500 por hectare ou fração para quem
provocar incêndio em mata ou floresta.
A pessoa que queima o lixo em casa pode
ser multada em um valor que varia de R$ 500 a R$ 50 milhões, dependendo
da área e da quantidade de resíduos que estão sendo eliminados.
Fonte: Tribuna de Petrópolis
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