Um espaço equivalente a 1.100 campos de futebol, fruto da junção de
seis fazendas, na Estrada Dr. José Neves Netto, em Secretário, vai dar
lugar a um complexo hoteleiro, esportivo e residencial nos próximos
anos. O investimento, avaliado em R$ 500 milhões, vai empregar,
inicialmente, mais de 5.500 pessoas de forma direta e indireta. O início
da construção está previsto para acontecer ainda este ano. Um dos
objetivos é que o espaço se torne referência internacional na realização
de campeonatos de golfe.
O projeto pertence a empresa Plarcon Engenharia, responsável por
importantes construções na Barra da Tijuca, como o Via Parque Shopping, o
condomínio Nova Ipanema e o Riserva Uno Residencial. No próximo dia 5,
uma audiência pública, no Esporte Clube Secretário, vai discutir os
impactos ambientais que serão causados pela instalação deste
empreendimento.
O planejamento prevê a construção de hotéis 5 estrelas, campos de
golfe, atividades de lazer, área residencial de grupamentos verticais e
horizontais multifamiliares, lotes unifamiliares e unidades comerciais.
De acordo com o cronograma, a construção deveria ter sido iniciada em
2013, mas o presidente da Plarcon, Cláudio Neves, que trabalha no ramo
da construção há 40 anos, explicou que houve um atraso na licença
ambiental, que precisa ser autorizada pelo Instituto Estadual do
Ambiente (Inea). A previsão é que a obra tenha início no segundo
semestre deste ano. Cláudio Neves contou que o terreno pertence a
empresa há mais de 10 anos. Já a ideia para a instalação do complexo
industrial está sendo estudada há seis. “Este é um projeto absolutamente
diferenciado e consideramos que será um marco para o estado. No
Brasil, não temos nenhuma construção igual a esta que estamos
desenvolvendo. Vamos inaugurar junto a ela, a primeira academia de golfe
da América Latina. Já fizemos todos os estudos e comprovamos que
Petrópolis tem capacidade de sediar campeonatos deste esporte a nível
internacional, porque se enquadra nas regras, uma delas é que a
distância da cidade até o aeroporto seja de no máximo 1h30”, disse. Ele
afirmou ainda que a International Golf Resort Management, da Grã
Betanha, é sócia do empreendimento, o que vai agregar qualidade, já que
ela possui um Know-how com relação a hotelaria e turismo e a João Fortes
Engenharia vai ser a responsável pela construção. Já os recursos, ele
afirmou que serão resgatados por investidores.
O próximo passo após a liberação do Inea é, segundo Cláudio, a
oficialização do empreendimento junto a estes investidores. “Neste
momento estamos focados em conseguir o licenciamento do órgão estadual. O
lugar é lindo e queremos fazer uma construção que integre o imobiliário
à natureza. Não vamos mexer na área florestal. Um projeto deste porte
para andar, tem que estar com tudo certo e precisa ser muito estudado”,
afirmou.
Sobre a área residencial, ele destacou que vai corresponder a menos
de 10% da área total do terreno. “Queremos construir um destino
turístico promovendo campeonatos internacionais de golfe e também vamos
contribuir para qualificar a mão de obra da região. A intenção é
procurar parcerias junto a prefeitura para que tenha um centro de
treinamento no local. A obra não vai impactar os moradores porque será
feita a longo prazo, por etapas”, garantiu ele, destacando que a
previsão para que ela fique pronta é em 2050.
Participação da população é fundamental na audiência pública
O Inea destacou que a presença da população na audiência pública, que
vai acontecer no dia 5, às 19h, é fundamental. Ela será presidida por
Maurício Couto César Junior, que foi indicado pela Comissão Estadual de
Controle Ambiental, que é vinculada à Secretaria Estadual do Ambiente.
A assessoria de imprensa do Inea explicou que a audiência, vai
acontecer na Estrada do Secretário, Km 7,5, e tem como objetivo
recolher sugestões, críticas e comentários da população que serão
registrados e analisados no processo de licenciamento ambiental do
empreendimento complexo imobiliário, hoteleiro e esportivo. “A audiência
começará com a explanação do Inea sobre o processo de licenciamento do
empreendimento, depois a empresa apresenta o projeto e a consultoria
falará sobre o Relatório de Impacto Ambiental – Rima, onde serão
apresentados o diagnóstico ambiental da área do projeto e de sua
influência, os principais impactos identificados e os planos e programas
propostos para a sua mitigação. Na segunda fase, serão respondidas as
perguntas do público”, relatou a assessoria.
Instalação do empreendimento tem pontos positivos e negativos
Um relatório ambiental, datado de 16 de junho de 2013, previa como
ponto negativo na instalação deste complexo, o aumento do tráfego de
veículos, a geração de resíduos sólidos e efluentes. Já como pontos
positivos, cita a recuperação de áreas degradadas, localizadas em áreas
de preservação permanente e de reserva legal.
Para o presidente do Petrópolis Convention & Visitors Bureau
(PCVB), Bruno Wanderley, a implantação deste empreendimento é positiva,
desde que sejam respeitados os parâmetros no que diz respeito ao meio
ambiente. “Será uma novidade para o público e tende a montar uma
estrutura de captação de eventos e hóspedes, gerando emprego e trazendo
desenvolvimento para aquela região. A instalação de um complexo deste
porte traz melhorias em diversas áreas, como no fortalecimento das
concessionárias de energia elétrica e telefonia”, comentou.
Em contrapartida, ao saber que haverá moradias no local, o presidente
ficou receoso, com a questão da infraestrutura oferecida pelo distrito
de Pedro do Rio e a localidade de Secretário. “Um condomínio residencial
gera mais impactos que uma rede hoteleira porque vai gerar um grande
fluxo diário. Mas, desde que o projeto contemple um plano de mobilidade
urbana para que exista um deslocamento populacional sem impactos para os
moradores da região e, a cidade como um todo, pode ser um projeto
pioneiro que vai trazer desenvolvimento”, finalizou.
Fonte: Tribuna de Petrópolis
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