quinta-feira, janeiro 23, 2014

Petrópolis ganha complexo hoteleiro, esportivo e residencial

Um espaço equivalente a 1.100 campos de futebol, fruto da junção de seis fazendas, na Estrada Dr. José Neves Netto, em Secretário, vai dar lugar a um complexo hoteleiro, esportivo e residencial nos próximos anos. O investimento, avaliado em R$ 500 milhões, vai empregar, inicialmente, mais de 5.500 pessoas de forma direta e indireta. O início da construção está previsto para acontecer ainda este ano. Um dos objetivos é que o espaço se torne referência internacional na realização de campeonatos de golfe. 
O projeto pertence a empresa Plarcon Engenharia, responsável por importantes construções na Barra da Tijuca, como o Via Parque Shopping, o condomínio Nova Ipanema e o Riserva Uno Residencial. No próximo dia 5, uma audiência pública, no Esporte Clube Secretário, vai discutir os impactos ambientais que serão causados pela instalação deste empreendimento.
O planejamento prevê a construção de hotéis 5 estrelas, campos de golfe, atividades de lazer, área residencial de grupamentos verticais e horizontais multifamiliares, lotes unifamiliares e unidades comerciais. De acordo com o cronograma, a construção deveria ter sido iniciada em 2013, mas o presidente da Plarcon, Cláudio Neves, que trabalha no ramo da construção há 40 anos, explicou que houve um atraso na licença ambiental, que precisa ser autorizada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). A previsão é que a obra tenha início no segundo semestre deste ano. Cláudio Neves contou que o terreno pertence a empresa há mais de 10 anos. Já a ideia para a instalação do complexo industrial está sendo estudada há seis. “Este é um projeto absolutamente diferenciado e consideramos que será um marco para o estado.  No Brasil, não temos nenhuma construção igual a esta que estamos desenvolvendo. Vamos inaugurar junto a ela, a primeira academia de golfe da América Latina. Já fizemos todos os estudos e comprovamos que Petrópolis tem capacidade de sediar campeonatos deste esporte a nível internacional, porque se enquadra nas regras, uma delas é que a distância da cidade até o aeroporto seja de no máximo 1h30”, disse.  Ele afirmou ainda que a International Golf Resort Management, da Grã Betanha, é sócia do empreendimento, o que vai agregar qualidade, já que ela possui um Know-how com relação a hotelaria e turismo e a João Fortes Engenharia vai ser a responsável pela construção. Já os recursos, ele afirmou que serão resgatados por investidores.
O próximo passo após a liberação do Inea é, segundo Cláudio, a oficialização do empreendimento junto a estes investidores. “Neste momento estamos focados em conseguir o licenciamento do órgão estadual. O lugar é lindo e queremos fazer uma construção que integre o imobiliário à natureza. Não vamos mexer na área florestal. Um projeto deste porte para andar, tem que estar com tudo certo e precisa ser muito estudado”, afirmou.
Sobre a área residencial, ele destacou que vai corresponder a menos de 10% da área total do terreno.   “Queremos construir um destino turístico promovendo campeonatos internacionais de golfe e também vamos contribuir para qualificar a mão de obra da região. A intenção é procurar parcerias junto a prefeitura para que tenha um centro de treinamento no local. A obra não vai impactar os moradores porque será feita a longo prazo, por etapas”, garantiu ele, destacando que a previsão para que ela fique pronta é em 2050.

Participação da população é fundamental na audiência pública 
O Inea destacou que a presença da população na audiência pública, que vai acontecer no dia 5, às 19h, é fundamental. Ela será presidida por Maurício Couto César Junior, que foi indicado pela Comissão Estadual de Controle Ambiental, que é vinculada à Secretaria Estadual do Ambiente.
A assessoria de imprensa do Inea explicou que a audiência, vai acontecer na Estrada do Secretário, Km 7,5, e  tem como objetivo recolher sugestões, críticas e comentários da população que serão registrados e analisados no processo de licenciamento ambiental do empreendimento complexo imobiliário, hoteleiro e esportivo. “A audiência começará com a explanação do Inea sobre o processo de licenciamento do empreendimento, depois a empresa apresenta o projeto e a consultoria falará sobre o Relatório de Impacto Ambiental – Rima, onde serão apresentados o diagnóstico ambiental da área do projeto e de sua influência, os principais impactos identificados e os planos e programas propostos para a sua mitigação. Na segunda fase, serão respondidas as perguntas do público”, relatou a assessoria.

Instalação do empreendimento tem pontos positivos e negativos
Um relatório ambiental, datado de 16 de junho de 2013, previa como ponto negativo na instalação deste complexo, o aumento do tráfego de veículos, a geração de resíduos sólidos e efluentes. Já como pontos positivos, cita a recuperação de áreas degradadas, localizadas em áreas de preservação permanente e de reserva legal.
Para o presidente do Petrópolis Convention & Visitors Bureau (PCVB), Bruno Wanderley, a implantação deste empreendimento é positiva, desde que sejam respeitados os parâmetros no que diz respeito ao meio ambiente. “Será uma novidade para o público e tende a montar uma estrutura de captação de eventos e hóspedes, gerando emprego e trazendo desenvolvimento para aquela região. A instalação de um complexo deste porte traz melhorias em diversas áreas, como no fortalecimento das concessionárias de energia elétrica e telefonia”, comentou.
Em contrapartida, ao saber que haverá moradias no local, o presidente ficou receoso, com a questão da infraestrutura oferecida pelo distrito de Pedro do Rio e a localidade de Secretário. “Um condomínio residencial gera mais impactos que uma rede hoteleira porque vai gerar um grande fluxo diário. Mas, desde que o projeto contemple um plano de mobilidade urbana para que exista um deslocamento populacional sem impactos para os moradores da região e, a cidade como um todo, pode ser um projeto pioneiro que vai trazer desenvolvimento”, finalizou.
Fonte: Tribuna de Petrópolis

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