quinta-feira, janeiro 09, 2014

Impasse sobre detectores de metais nas rodoviárias continua

Em 2013, pelo menos três assaltos foram registrados em ônibus de linhas intermunicipais da Viação Única. No caso mais recente, em dezembro, a dupla de assaltantes foi presa e identificada graças às câmeras de segurança dos ônibus. No entanto, a questão de como evitar que o embarque de pessoas armadas aconteça ainda é um impasse. A empresa de ônibus se baseia em um decreto estadual de 1997, que diz que a responsabilidade é dos terminais de embarque. Já o principal terminal rodoviário do estado, o Novo Rio, no entanto, se baseia em um decreto sete anos mais velho, para afirmar que é da Polícia Militar a responsabilidade da utilização do equipamento (o que não vem acontecendo porque não há mais equipes da PM nos terminais) e ainda culpa as empresas de ônibus pelo embarque fora dos terminais. O caso segue sob investigação do Ministério Público Estadual.
No início de outubro, 15 passageiros da linha Barra da Tijuca x Petrópolis, que embarcaram no Terminal Alvorada, na Zona Oeste da capital do estado, foram feitos reféns por dois homens armados, que teriam embarcado no no ônibus no terminal. As câmeras de segurança do coletivo flagraram o momento em que um dos suspeitos rende o motorista, assim que entra no veículo. Dois meses depois, o crime se repetiu, desta vez com o embarque no terminal da Zona Oeste. Mais uma vez na manhã de domingo. 
No que diz respeito à prevenção, o impasse continua entre empresas de ônibus e administradoras dos terminais. Em outubro, o gerente operacional da Única, informou à reportagem da Tribuna que protocolou uma denúncia no Ministério Público Estadual, por causa do descumprimento da lei estadual 2.672/97, que obriga os terminais de ônibus a instalarem os detectores de metais, evitando assim que alguém embarque armado. Nem o terminal da Alvorada, na Barra, nem terminais como o Novo Rio ou a Rodoviária do Bingen utilizam o equipamento. 
Questionada pela equipe de reportagem da Tribuna de Petrópolis, a administração do Consórcio Novo Rio, defendeu que uma lei estadual de 1990, contradiz o decreto sitado pela empresa de ônibus. 
Em nota, a administração do Consórcio Novo Rio esclareceu: “Já havia sido instalado nos setores de embarque da Rodoviária Novo Rio portais detectores de metais como forma de propiciar à Polícia Militar (BPtur, 4º e 5º Batalhões), na qualidade de corporação detentora do chamado “poder de polícia”, condições de efetuar as revistas dos passageiros que fossem ocasionalmente detidos por estarem portando armas e outros artefatos. Os equipamentos funcionaram inicialmente, porém, gradativamente e ao longo dos anos seguintes passaram a não ser mais utilizados, visto que já não existia mais nenhum efetivo da Polícia Militar destinado a esta tarefa. Cabe ressaltar que o terminal rodoviário de Petrópolis (operado por Consórcio formado pela Sinart e a Empresa Única Fácil) possui detectores mas que, não funcionam devido a ausência da autoridade policial para devida revista.”
Ainda sobre os roubos nas linhas da Única, a administração da Novo Rio responsabilizou a empresa pelos assaltos, alegando que a mesma permite o embarque de passageiros fora dos terminais. “A ocorrência de roubos durante o percurso de viagem está intimamente ligada a postura de cada empresa de ônibus. “O decreto também proíbe que as empresas de ônibus embarquem passageiros fora dos terminais rodoviários, prática esta que, lamentavelmente, tem sido regular pela Única Fácil”, afirma a nota.
O gerente operacional da Única disse estar acompanhando o andamento do caso junto ao MP e ainda defendeu a empresa das críticas da Novo Rio. “Os assaltos acontecem nas linhas que tem como destino os terminais. E, em todos os casos do ano passado, os assaltantes embarcaram dentro do terminal", explicou.
Fonte:Tribuna de Petrópolis 

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