quinta-feira, janeiro 16, 2014

Frequentadores de cachoeiras também pedem fiscalização

A procura por cachoeiras petropolitanas nos dias de calor intenso tem causado transtornos para moradores e comerciantes de localidades como em Secretário e no Rocio. No Poço da Rocinha, em Secretário, a população pede que haja fiscalização da prefeitura com urgência para controlar o fluxo de carros e  o despejo de lixos próximos ao local. Já no Rocio, o problema é gerado pelo comércio irregular de vendas de alimentos e bebidas, criticado por donos de bares licenciados e que pagam imposto anualmente. No município existem ainda mais cinco quedas de água que atraem visitantes e não contam com nenhum tipo de fiscalização e segurança, o que faz com que as pessoas joguem lixos ao redor e faça, no local, as necessidades fisiológicas. 
De acordo com o diretor de patrimônio do Centro Excursionista Petropolitano (CEP), Julian Kronenberger, além dos poços do Rocio e de Secretário existem ainda algumas cachoeiras no Caxambu, uma no Véu da Noiva, que fica dentro do Parque Nacional Serra dos Órgãos; a Cachoeira da Macumba ou do Açuzinho, na estrada Petrópolis-Teresópolis; o poço do Vale das Videiras e mais uma que fica dentro de um condomínio no Vale da Boa Esperança. Segundo ele, a diferença entre poço e cachoeira é que o primeiro é como se fosse uma piscina natural. “O que caracteriza uma cachoeira é uma queda d'água com mais de 15 metros de altura”, explicou. 
Na semana passada, o jornal noticiou a reclamação de comerciantes e moradores do Alto Secretário, que estão indignados com a desordem que tem se instalado no local, principalmente, nos fins de semana.  Dono de um restaurante que fica depois da cachoeira, também na Estrada da Rocinha, Paulo Felipe, mais conhecido como Bebeto, chegou a fazer uma postagem na página do Facebook do prefeito Rubens Bomtempo, implorando uma solução. No texto, ele diz que já chamou a  polícia, a imprensa, secretarias e a Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans). Ele relata o problema que estão vivenciando com o excesso de lixo que está se acumulando no local e os transtornos com estacionamento irregular.  “Não podemos subir ou descer, a estrada fica totalmente fechada e ficamos reféns da desordem e do turismo predatório. Acho que todos têm direito de ir e vir e fazer o que quiserem e bem entendem onde quiserem, desde que o direito de todos os outros ao redor, também sejam respeitados, o que não está acontecendo”.
Os moradores também criaram um grupo na rede social, chamado Salvem o Poço da Rocinha, que contava ontem com 333 pessoas. Todos acreditam que deve ser tomada alguma medida com urgência. A cantora Ana Zinger, de 50 anos, mora no Jardim Botânico, no Rio e há um ano alugou uma casa em Secretário para fugir da cidade grande. “Gosto da tranquilidade da Serra e por isso procurei um lugar sossegado, sem estresse e é assim quando não acontecem os tumultos durante o verão. No domingo fiquei mais de meia hora para conseguir passar em um trecho onde os carros estavam estacionados de qualquer maneira. A quantidade de pessoas, automóveis, motos e lixo no local é absurda. O poço não comporta tanta gente”, destacou ela, enfatizando que a área precisa de uma organização porque tá “um caos”.
Já no Rocio, a comerciante Solange Dias Antunes, de 43 anos, está revoltada com um carro particular que tem vendido bebidas e lanches próximo ao poço. “Eu tenho licença para trabalhar, pago R$ 400,00 de imposto por ano. Já solicitei a fiscalização da prefeitura para ver se ela toma uma providência. Não é justo eu pagar minhas contas em dia o ano inteiro e no verão aparecerem esses oportunistas”, desabafou ela, que tem um bar em frente ao poço há 40 anos. O local tem atraído diversos moradores da cidade, até nos dias de semana. Ontem o vigilante Eduardo Fecher, de 32 anos, levou a esposa e a filha de oito anos para se refrescar. “Sempre venho aqui, porque é o lugar mais próximo de casa. Fim de semana não é tão bom porque fica muito lotado”, disse ele, acrescentando que o poço é muito frequentado por crianças e não existe nenhum salva-vidas no local. Eduardo afirmou também que, como não tem lixeira próxima, ele guarda o lixo em uma saca e leva no carro para casa. A área também não conta com banheiro químico. 
A CPTrans informou, por meio da assessoria de imprensa, que atua na fiscalização por toda a cidade, inclusive nos fins de semana. A Companhia destacou que também conta com o apoio da Guarda Civil para coibir irregularidades. 
Fonte: Tribuna de Petrópolis

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