O estudo também será anexado ao trabalho
que a Comissão Especial instituída pela Assembleia Legislativa do Rio
(Alerj) executa. A Comissão abriu duas frentes de trabalho: para
fiscalizar a construção da nova pista da subida da serra e cobrar
melhorias paras as pistas atuais que ligam Petrópolis à capital.
"Evidente que se inclui neste rol de
acidentes a negligência e imperícia dos motoristas, mas é notório para
todos nós que usamos a estrada que a falta de sinalização e uma
pavimentação completamente esburacada coloca vidas em risco.
Investimentos obrigatórios previstos em contrato não são cumpridos",
afirma o deputado petropolitano Bernardo Rossi (PMDB), presidente da
Comissão.
Só no trecho entre os quilômetros 90 e
100 na pista de subida de descida da serra foram 320 acidentes, 75
feridos e quatro mortes de acordo com o estudo feito pela PRF. "Os dados
são do próprio governo federal que concedeu a operação da rodovia a uma
empresa particular e vamos cobrar da Agência Nacional de Transportes
Terrestres (ANTT), a quem cabe a fiscalização, obras emergenciais de
segurança não só nestes trechos como em toda a extensão das pistas da
Serra", anuncia Bernardo Rossi. O parlamentar lembra que na primeira
audiência pública realizada pela comissão nesta terça-feira (17.12) a
própria Concer admitiu falhas na sinalização enquanto a ANTT não soube
precisar em que itens a concessionária deixou de realizar obras e
investimentos e qual as punições que aplicou sobre a empresa.
Nos trechos entre os quilômetros 100 e
110 e ainda entre o 110 e o 120, já no município de Caxias, foram
registradas mais 25 mortes e 262 feridos em 745 acidentes em menos de 12
meses. Os 30 quilômetros pesquisados na BR-040 correspondem a apenas
15% de toda a extensão da estrada.
Dos 100 trechos avaliados, 45 estão sob a
administração da iniciativa privada. "Significa dizer também que a
privatização, no âmbito da segurança do usuário, não é bem sucedida e
por falta de fiscalização do poder público. Não basta privatizar, a
fiscalização precisa ser constante e a empresa tem de ser pressionada a
perder a concessão se não executar as melhorias", afirma Bernardo Rossi.
A ANTT é responsável pela fiscalização de 5,2 mil quilômetros de
estradas federais que estão sob 15 contratos de concessão. E em panorama
traçado pelo próprio Tribunal de Contas da União (TCU) a agência é
considerada "frágil, com problemas de gestão". "Isso resulta em
fiscalização frouxa que significa estradas ruins, muitos acidentes e
mortes que poderiam ser evitadas", completa.
Fonte: Tribuna de Petrópolis
Nenhum comentário:
Postar um comentário