domingo, dezembro 08, 2013

Apesar das críticas, Concer dá continuidade à construção da nova pista de subida da Serra de Petrópolis

Em meio a críticas, a Concer dá continuidade à construção da nova pista de subida da serra de Petrópolis, que contará com um túnel de cinco quilômetros de extensão, iniciando logo após o Belvedere e terminando na Duarte da Silveira. A previsão de conclusão da obra, com um custo previsto hoje de R$ 1 bilhão, é de três anos, e a preocupação do diretor-presidente da concessionária, Pedro Jonsson, é iniciar o funcionamento do túnel com toda a infraestrutura para atender ao usuário, principalmente nas questões de segurança. Paralelo à obra, a concessionária mantém 22 planos de proteção ambiental, além de conversas com órgãos ambientais para preservação de toda a região de mata da atual pista de subida.
Este é o tema central de várias reuniões e encontros com consultores estrangeiros que vem à Concer para prestar assessoria na construção e medidas que precisam ser tomadas para garantir a funcionalidade e gerenciamento do túnel. Com este objetivo, uma equipe de funcionários será treinada a partir do próximo ano, para que possam atuar diretamente com o túnel. “Não adianta ter os melhores equipamentos se não tiver uma equipe treinada e capaz de usá-los nas mais variadas situações”, afirmou.
O diretor-presidente da Concer acredita que serão necessários 30 funcionários para operar diariamente o túnel, por isso está construindo uma central de operações somente para esta via. Um dos projetos da Concer é levar estes funcionários para ser treinados em países onde há túnel, principalmente nos Estados Unidos. “Não há no país nenhuma obra deste porte e nem um túnel com esta dimensão, por isso precisamos de uma equipe bem preparada”.
Ainda na questão de segurança, a concessionária está discutindo a melhor forma de garantir a segurança dos usuários, e uma proposta é a construção de uma galeria subterrânea, permitindo a saída das pessoas protegidas do fogo e da fumaça. “A primeira proposta apresentada faria com que cumpríssemos a norma técnica, mas não atende ao nosso projeto de segurança e por isso estamos discutindo, sendo que a construção de uma galeria se tornou o mais viável”.
    
Quatro frentes de trabalho na construção do túnel

Em março de 1996, a Concer assumiu o gerenciamento da BR-040, trecho do Rio de Janeiro a Juiz de Fora, e desde então, entre as várias obras a ser realizadas, como a manutenção das pistas de subida e descida, uma delas foi sempre cobrada pelos usuários, principalmente por petropolitanos – a nova pista de subida da serra. Iniciada em junho deste ano e com prazo de três anos para ser concluída, o 



objetivo da concessionária, segundo Pedro Jonsson, é abrir mais duas frentes de trabalho na construção do túnel.
De acordo com Pedro Jonsson, atualmente trabalham com duas frentes, uma partindo de Petrópolis e outra partindo de um trecho da pista de descida, antes de chegar ao Belvedere. “Agora estamos procurando uma janela para que possamos abrir mais duas frentes, uma vai descer e outra subir, com isso teremos com quatro frentes e teremos agilidade para construção do túnel”, afirmou Pedro Jonsson.
Ele explicou que a utilização do equipamento chamado de Tatu, usado na construção do metrô no Rio, seria uma boa solução, mas até que o equipamento estivesse preparado para ser usado na serra levaria um ano e meio. Para evitar esta espera, a concessionária optou pelo equipamento Jumbo, que é o sistema de detonação. De acordo com o diretor da concessionária, este sistema é totalmente computadorizado e utiliza laser.
Além da construção das frentes para construção do túnel, a concessionária tem outras, como a construção do pedágio, que muda de lugar, ficando mais perto da subida para Petrópolis. Segundo Pedro Jonsson, estão em andamento obras dos lotes um a quatro, que são:
Lote 1: Obras situadas em Duque de Caxias, entre os km 103 e 97, compreendendo a implantação de uma nova praça de pedágio no km 102 (em substituição à atual praça localizada no km 104). Neste lote também está prevista a duplicação de trecho da atual pista de descida da serra.
Lote 2: Obras situadas entre os km 97 e 87,5, em trecho compreendendo Duque de Caxias e Petrópolis, prevendo a duplicação do atual trecho da pista de descida da serra.
Lote 3: Situado entre os km 87,5 e 80, em Petrópolis, é constituído pela construção do túnel rodoviário com 4.640 metros de extensão.
Lote 4: Neste lote está prevista a construção do trecho final da nova subida da serra e de sua ligação com a entrada de Petrópolis pela atual pista de subida no km 82, além de construção e alargamento de obras de artes especiais.
O último lote (5) é a construção da ligação dos bairros Bingen e Quitandinha, apesar das 

manifestações e pedidos para que fosse realizado agora. Pedro Jonsson voltou a afirmar que a 
concessionária fará esta ligação, lembrando que “não é nossa obrigação fazer esta obra, mas vamos contribuir com o município”.

Pista velha de subida, aquífero, fauna e flora protegidos

O diretor-presidente da Concer, Pedro Jonsson, disse que a construção da nova pista de subida da serra de Petrópolis, além da obra, tem outras ações necessárias, como a proteção da fauna e flora e pesquisas constante sobre os aquíferos existentes e sua preservação. “As pessoas podem ficar tranquilas, pois não vamos causar nenhum problema nos aquíferos. Estamos realizando estudos constantes e mapeando a existência deles. Com isto, vamos evitar um problema ambiental”.
Outro trabalho que vem sendo realizado pela concessionária há muitos anos e agora se intensificou foi a proteção da fauna e da flora. De acordo com o diretor da Concer, foram desenvolvidos 22 programas de proteção ambiental, sendo que um deles é o viveiro de mudas de árvores nativas, construído no posto da concessionária localizado próximo ao primeiro túnel na pista de descida.
A atual pista de subida da serra de Petrópolis está nos planos da Concer para ser uma região protegida pelos órgãos ambientais, principalmente por ser ainda Mata Atlântica nativa. Segundo Pedro Jonsson há interesse do Parque Nacional Serra dos  Órgãos e da Reserva Biológica do Tinguá em criar o mosaico da Mata Atlântica nesta região, criando assim um corredor ecológico de grande importância para o estado e para o país.
“A minha obrigação contratual é cuidar da estrada e isto faremos, mas, é preciso a participação dos órgãos ambientais para evitar a degradação ambiental das áreas ainda preservadas”, afirmou Pedro Jonsson. Ele lembrou que há trechos urbanos, como Duques, que na sua avaliação precisam ser atendidos, mas controlados para que não cresça a ocupação para as áreas ambientais. Na sua opinião, a participação dos órgãos ambientais pode permitir a criação de trilhas e ações de pesquisas e estudos realizados por interessados na Mata Atlântica e preservação ambiental. 

Fonte:Tribuna de Petrópolis 

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