domingo, novembro 24, 2013

Obra em Nogueira é denunciada por moradores à polícia e ao MP

   
Foto: Alexandre Carius
Moradores de Nogueira registraram na 105º Delegacia de Polícia, crime ambiental cometido pela firma que está construindo um condomínio na Avenida Leopoldina, por ter jogado terra dentro do Rio Piabanha, promovendo o assoreamento. A denúncia foi apresentada esta semana, depois que moradores fotografaram e filmaram a ação de um trator empurrando terra para dentro do rio, o que pela legislação ambiental não pode ser feito, conforme informou o advogado dos moradores, Marco Aurélio Guido.
    O registro da denúncia foi apresentado na manhã de ontem, durante reunião promovida pela União Distrital das Associações de Moradores (Udam) com os moradores para discussão das medidas a serem tomadas contra o aterro feito no terreno onde se pretende construir o condomínio, que ficou quase dois metros acima da rua e alagava toda vez que o rio transbordava. Entre as medidas a serem tomadas está a apresentação de uma petição junto a Justiça e denúncia ao Ministério Público Estadual em nome da Udam, das associações de moradores e também individual de cada morador que se sente prejudicado com a obra.
    O laudo apresentado pelo técnico Helmo Figueira Rodrigues Jr. aponta diversos problemas que vão surgir por causa do aterro, como a falta de uma área de transbordamento do rio, como ocorria até a construção do aterro. O laudo ainda afirma que a área tinha uma cobertura vegetal de floresta Onbrófila, densa de árvores nativas da Mata Atlântica.
    O técnico aponta ainda a a necessidade de apresentação dos relatórios da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) e Avaliação de Impacto de Vizinhança (AIV), conforme determina o Estatuto das Cidades. O técnico  aponta ainda a necessidade da obra ter um parecer do Comitê do Rio Piabanha, que integra o Sistema Estadual de Recursos Hídricos.
     O encontro foi coordenador pelo presidente da Udam, Sergio Mattos que falou sobre as medidas que estão sendo realizadas até o momento para levantar dados e informações que farão parte da petição. O advogado, Marco Aurélio Guido disse que a ação judicial é importante, mais frisou que a união e mobilização dos moradores é fundamental para dar força as ações, frisando que além de 

decisão judicial, será necessário medidas administrativas por parte dos órgãos competentes. Por conta disto, moradores farão faixas e panfletos denunciando o que chamam de “tragédia anunciada”.
    A reunião teve a presença de vários moradores de Nogueira, alguns que não são atingidos pelas enchentes no bairro, mas que se sentem prejudicados com o aterro e construção do condomínio. Entre os moradores estava Dom Manuel de Orleans e Brangança e a esposa, Elia Paiva, Jorge Pavão, neto de José Luis Pavão, já falecido e considerado um dos moradores mais antigo da comunidade e proprietário de vários terrenos. O presidente do Conselho da Cidade e membro do Conselho de Meio Ambiente, Carlos Eduardo participou da reunião e vai levar a discussão para a reunião dos dois conselhos.
    Ailton Ferreira da Costa, morador vizinho ao terreno da obra do condomínio, disse que está preocupado com o que pode acontecer com a sua casa, já que o aterro feito pelo empreendimento está a quase dois metros de altura da rua e colodo ao muro da sua casa. Ele disse que está buscando ajuda técnica para saber os problemas que pode ter e está apoiando as ações encaminhadas pela Udam e pelo grupo de moradores de Nogueira preocupados com os danos que o aterro vai causa ao bairro.
    Uma das comunidades mais prejudicadas com o aterro é a comunidade Vila Epitácio, que fica alguns metros após o aterro, pois já sofre com constantes enchentes e agora passa a contar com um volume de água muito maior. João Alberto é um dos moradores preocupados com o que o aterro vai causar com o aumento do volume e pressão da água por causa da redução da largura do rio. “Até hoje alagava a parte baixa das casas, mais agora a nossa preocupação é com possíveis desabamentos em função da força da água”.
    O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, vereador Anderson Juliano convidado para participar da reunião por presidir a Comisão e sua relação com o secretário Estadual de Meio Ambiente, Carlos Minc, se comprometeu em ligar para ele e pedir o envio de técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). De acordo com uma moradora, o projeto de construção do condomío está aprovado pela Prefeitura e pelo Inea, mas segundo o vereador, uma nova avaliação pode ser feita por causa do aterro realizado e pelos danos que pode causar a comunidade.

Fonte:Tribuna de Petrópolis 

Nenhum comentário: