terça-feira, agosto 13, 2013

Petrópolis entre as seis piores em conectividade

Foto: Alexandre Carius Um estudo realizado em 2011 pela empresa Pando Netwoks (especializada na distribuição de jogos, vídeos e softwares em ambiente de nuvem) coloca o Brasil apenas na 163ª posição no ranking de downloads. A taxa de transferência de dados no país alcança média de 105kbps, enquanto a média global é de 508kbps. Para piorar, das dez cidades com a conexão mais lenta do mundo, seis são brasileiras. Entre elas está Petrópolis, que na avaliação da pesquisa apresentou taxas de apenas 65kbps. Com uma internet tão ruim, a pergunta que fica é como a cidade pretende avançar em áreas como turismo e na atração de empresas, que cada vez mais dependem de uma internet de qualidade? O estudante Juliano Souza, que mora no distrito de Cascatinha, conta com o serviço de internet banda larga oferecido pela empresa de telefonia Oi, a Velox, uma das poucas opções do serviço oferecidas na cidade. Há três anos, ele contratou o serviço e no mesmo período vem solicitando o aumento da velocidade, o que não vem sendo oferecido pela operadora. “Eu pagava cerca de R$ 100 em 1mb de internet, enquanto no Rio de janeiro empresas como a Net e a própria Oi já ofereciam uma velocidade dez vezes maior, por R$ 30. O preço caiu, felizmente, hoje pago R$ 30 pelo mesmo serviço. Mas, sempre que solicito aumento da velocidade, eles alegam que não tem disponibilidade para minha região. Há três anos a desculpa é a mesma”, cobra. Se consumidor comum é prejudicado com o serviço ruim oferecido pelas prestadoras de serviço de internet, a situação é mais grave nas pousadas e hotéis, que necessitam de bandas de internet maiores. A empresária Marina Maciel, proprietária da pousada Paraíso Açu, localizada no bairro Pinheiral, informa que uma das primeiras perguntas feitas pelas pessoas que desejam se hospedar no estabelecimento se refere à disponibilidade da conexão à internet e que já perdeu hóspedes por causa da falta de uma internet de qualidade. “Eu uso o serviço de internet a rádio. Já tentei a Velox diversas vezes e eles alegam que não há disponibilidade para cá, porque a rede é antiga. Já perdi hóspedes, grupos de empresários e famílias em que o pai precisava trabalhar durante o passeio e dependia da internet, pessoas que se hospedaram e foram embora por falta de internet”, relata. Para o presidente do Petrópolis Convention & Visitors Bureau (PCVB), Bruno Wanderlei, o crescimento da cidade como polo turístico hoje depende do oferecimento de uma internet de qualidade. “Hoje pagamos mais caro por um serviço muito ruim. Nos grandes centros, como o Rio de Janeiro, a internet é muito mais rápida e o preço muito mais baixo. Aqui, quanto mais afastado do Centro, maiores são os problemas. Além da internet ser ruim, muitas vezes, quando o serviço é interrompido, o restabelecimento do sinal demora demais. Um hotel hoje não pode deixar de oferecer um serviço de internet gratuito, porque as pessoas estão cada vez mais conectadas, com seus celulares, tablets e computadores. Do empresário à criança.Além disso, serviços de geração de nota fiscal eletrônica e Assist hospedagem on-line dependem de uma internet rápida”, afirma. Segundo o secretário de Ciência e Tecnologia, Airton Coelho, dois motivos principais justificam a cidade ainda possuir uma das piores serviços de internet do país: a falta de concorrência entre empresas que prestam o serviço e a infraestrutura de cabeamento telefônico ultrapassada. “Hoje, temos o esforço das prestadoras de serviço focado no primeiro distrito, onde a população é maior. Quando você se distancia do Centro Histórico, a situação fica muito ruim. Isso acontece porque não há praticamente concorrência e pouquíssimo investimento por parte das empresas no desenvolvimento da rede, que é muito antiga”, afirma o secretário, que aponta ainda o terreno acidentado e as tempestades elétricas como fatores agravantes do problema. “As tempestades danificam aparelhos freqüentemente e o relevo da cidade dificulta difusão de internet a rádio, por exemplo”. A solução para o grave problema deve vir em breve, afirma o secretário, que adianta que já está em andamento a concessão de serviço a mais empresas de internet banda larga. “Estamos negociando com mais duas empresas. É provável que até o fim do ano já tenhamos alguma novidade boa”, garante o secretário, que afirma que, aumentando a concorrência, a cidade terá pelo menos dois benefícios diretos: “melhor oferta de serviços e preços mais justos”. Praças voltarão a contar com wi fi gratuito em setembro Ainda de acordo com o secretário de Ciência e Tecnologia, em setembro, “de cinco a oito” praças da cidade voltarão a contar com o serviço de internet banda larga gratuita via wi fi. “As praças dos Expedicionários, Dom Pedro II e da Liberdade estão entre os pontos que receberão o serviço. Durante a Bauernfest e o evento ligado à Jornada Mundial da Juventude, que foi realizado no Parque Municipal em Itaipava, fizemos testes. Na Bauern, foram mais de três mil pessoas atendidas, enquanto em Itaipava cobrimos o parque todo ”, adianta. Rede de alta velocidade vai integrar universidades Segundo Coelho, as universidades, a prefeitura e os principais pontos turísticos da cidade devem ser integrados, em breve, em um link de internet com velocidade superior à 1gbps. “Uma rede de quase 20 quilômetros de cabo de fibra ótica foi instalada para integrar o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), o Centro Federal de Tecnologia (Cefet), a Fundação Fiocruz, o Museu Imperial e a Prefeitura. O serviço deve começar a funcionar em breve”, explica. Fonte:Tribuna de Petrópolis

Um comentário:

Anônimo disse...

Enquanto os usuários não fizerem uma mobilização, uma ação conjunta, uma queixa coletiva junto a anatel, alguma coisa, continuaremos sendo feitos de palhaços pela Oi Velox que cobra 10MB e oferece 1MB, e ainda por cima de maneira instável. É simplesmente uma afronta a nós consumidores honestos. Um roubo. Saimos as ruas com reinvindicações vagas contra o governo (que fique claro que apoio esses movimentos), mas não somos capazes de nos unirmos para melhorar nossa qualidade de vida e a capacidade de crescimento econômico da cidade de forma concreta e madura. Devemos nos unir e exigir uma internet de qualidade para Petrópolis. Concorrência, Fibra Óptica, Atendimento de Qualidade. É o mínimo que podemos exigir de uma empresa que cobra de nós tamanha fortuna mensalmente. Se comparada à internet na capital, a nossa é diversas vezes mais cara, e mais lenta. Nem sequer existe a velocidade de 1MB na cidade do Rio de Janeiro. A velocidade mínima é 4MB. E o preço é coisa de um terço do que pagamos aqui. Convoquemos uma mobilização, nós, petropolitanos, temos que agir, porque ninguém vai agir em nosso lugar. Não são os vereadores ou o prefeito que vão se importar, os políticos, como sabemos, desconhecem o povo que governam, como os monarcas franceses decapitados na revolução. Que surja um líder popular, e nós o seguiremos.