Radares instalados na BR-040 desaparecem

Instalados no início do ano, radares colocados na BR040 foram retirados sem que tenham sequer funcionado. O controle de velocidade poderia evitar acidentes e mortes como a de dois funcionários de uma transportadora registrada na madrugada de sexta-feira (07.6), quando o caminhão em que eles seguiam, desgovernado, tombou no Km-81 sentido Rio. O acidente elevou para sete o número de vítimas fatais nos últimos 38 dias, apenas no trecho de Petrópolis da estrada. Os radares, que nunca chegaram a operar, agora não tem mais previsão de quando irão ser recolocados para a segurança dos motoristas, como está previsto no programa Rodovia Inteligente, do governo federal, que a Concer, concessionária que administra a via, deveria ter implantado em 2003. – Os usuários que pagam uma tarifa de R$ 8 sequer são informados do que acontece na estrada. Passamos meses vendo as lonas cobrindo os equipamentos e agora eles sumiram sem qualquer explicação. Mais uma vez estamos cobrando que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) obrigue a Concer a cumprir o contrato, a oferecer segurança aos usuários”, afirma o deputado estadual Bernardo Rossi, líder do PMDB na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Pelo menos 12 equipamentos haviam sido instalados nas pistas de subida e descida da serra no início do ano. Na ocasião da instalação, a Concer alegou que aguardava aferição dos equipamentos para colocá-los em funcionamento. Nesta semana, sobram apenas as hastes metálicas de sustentação dos aparelhos. – Entre os dias 1º de maio e 07 de junho, foram sete mortes apenas nas pista de subida e descida da serra, pouco mais de quarenta quilômetros. Cabe aos órgãos policiais apurar as causas dos acidentes, mas todas as pesquisas feitas, até em âmbito internacional, mostram que os radares e o controle da velocidade reduzem índices, principalmente de mortes”, aponta Bernardo Rossi acrescentando ainda que os equipamentos trazem segurança também aos motoristas que não abusam da velocidade. “Quem anda dentro das normas de segurança ainda corre o risco de ser ‘atropelado’ por um motorista inconsequente. A punição na forma de uma multa coíbe os excessos e significa segurança para todos”. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) chegou a divulgar que os equipamentos iriam coletar velocidade dos trechos onde foram colocados para um levantamento que confirmasse a necessidade dos radares. “Essas declarações foram colhidas pela imprensa de Juiz de Fora, onde termina a concessão da BR-040. É estranho porque esse tipo de estudo pode ser feito com radares móveis”, comenta Bernardo Rossi. A Agência informou ainda que o processo de multas, caso os equipamentos entrassem em operação, ficariam a cargo da Polícia Rodoviária Federal. A retirada dos equipamentos não se deu apenas no trecho da serra. Eles foram suprimidos ao longo dos 180 quilômetros da concessão privada. Os acidentes graves, no entanto, continuam a acontecer. A média de cada semestre é de 500 ocorrências apenas com veículos de carga. Em três anos, 58 das 164 mortes registradas nos 180 quilômetros da Rio-Petrópolis-Juiz de Fora ocorreram na serra da Cidade Imperial e a projeção é de 96% no aumento de mortes até 2020, segundo estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Fonte:Tribuna de Petrópolis