domingo, junho 23, 2013

Na hora de reclamar, petropolitanos mostraram criatividade e bom humor

A manifestação ocorrida em Petrópolis sexta ficou, sem dúvida, entre as mais pacíficas de todo o país. Com gritos de “sem violência” e em clima de paz, os participantes vaiaram todas as vezes em que bombas eram estouradas, reprimindo qualquer atitude mais exaltada. A ação da Polícia Militar – que tinha muitos agentes à paisana infiltrados no meio da multidão – foi aprovada pela população e nenhum registro de ocorrência foi feito durante as cinco horas, em média, de protesto, que contou com a presença de crianças, jovens, adultos e idosos. Apesar dos ônibus que chegaram trazendo pessoas de fora da cidade, os boatos sobre a promoção de vandalismo não se concretizaram e nenhum bem público foi depredado. “O povo unido, jamais será vencido”. O primeiro grito, dado por volta das 16h, se misturou às batidas do bloco Finin D’Tu, que participava do encerramento do Solstício do Som 6 – Inverno 2013. A multidão era formada por pessoas que tinham como principais reivindicações as melhorias na saúde, na educação, no transporte, no salário de médicos e professores e nas condições de moradia. Outros temas bastante citados foram a PEC 37 – que será votada nos próximos dias e retira a autonomia do Ministério Público para fazer investigações – e a corrupção, que para a estudante Evelyn Valle, 16 anos, é o que mais incomoda. Ela e algumas amigas estavam munidas. Os potinhos de tinta guache pintaram os rostos de centenas de pessoas nas cores verde e amarelo. “Precisamos de pouco para fazer muito”, afirmou ela. Os grupos que ocuparam diversas ruas do Centro da cidade fizeram barulho de forma ordeira. Cornetas, carro de som, megafone, algumas bombas (cabeça de nego) e cartazes traduziam a insatisfação da população. Dentre os dizeres estavam “sexo é amor, sacanagem é R$ 2,65 na passagem”, “eu também quero 45 dias de férias”, “hoje a enchente é de revolta”, “o povo é o poder”, “ou para a roubalheira, ou paramos o Brasil” e “direita ou esquerda? Eu quero é ir pra frente”. O Hino Nacional foi entoado diversas vezes. Alguns até utilizaram o bom humor, como o que trazia a frase “quero bolsa fashion” e o estudante Luiz Otávio da Silva, que foi vestido de palhaço. “É como me sinto diante de tanta corrupção e situações as quais temos que nos sujeitar. A passagem diminuiu, mas de que adianta se os ônibus estão sucateados, não são suficientes para a demanda e as ruas estão em péssimas condições?”, questionou. Para Isabella Rocha, 16 anos, estudante, o silêncio é o maior inimigo das reformas necessárias. Carregando um cartaz com os dizeres “afasta de mim esse cale-se”, ela está certa de que é hora de mudar. “É muita corrupção, não podemos aceitar”, protestou. Como quem canta um hino, os manifestantes chamavam quem assistia do alto dos prédios: “Vem pra rua”, repetiam. Fonte:Tribuna de Petrópolis

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