terça-feira, junho 04, 2013

Homem troca casa em Itaipava por contêiner instalado em área a 5 minutos do trabalho

Criatividade e inovação são palavras que traduzem bem a ideia que o administrador hospitalar Bruno Marzullo, 39 anos, teve para solucionar seu problema de moradia. Há um ano ele trocou a casa em Itaipava por um contêiner no Valparaíso. A “quitinete” adaptada fica a cinco minutos do trabalho e, caso seja preciso, pode ser transportada (inteira) para outro local. O investimento total no projeto foi de aproximadamente R$ 25 mil e o valor antes gasto com combustível – Bruno percorria 70 Km todos os dias do trabalho para casa e vice versa – agora é aplicado no aluguel do terreno, que sai a R$ 500 por mês. Quem procura uma casa para alugar sabe das dificuldades encontradas para adequar as expectativas com relação ao imóvel à própria realidade financeira. “Eu nunca gostei da ideia de dividir casa ou apartamento com outra pessoa. Sempre morei em casa com quintal, por isso, também não me adaptaria bem a um apartamento, onde, além de não ter área externa, você não tem privacidade. Ao mesmo tempo, não existem quitinetes ou casas pequenas em bairros bons e eu não tenho condições de bancar um aluguel muito alto”, contou Bruno, lembrando dos motivos que o fizeram pesquisar uma saída para seu problema, que era morar muito longe e ter que enfrentar diariamente o longo caminho – muitas vezes com congestionamento – de ida e volta para casa. Com a alternativa que coube no bolso, o administrador ganhou horas e qualidade de vida no dia a dia. Ele lembra que dificilmente encontraria uma casa para morar no bairro onde trabalha, já que o Valparaíso não tem perfil de imóveis pequenos e os aluguéis são altos. O contêiner onde mora mede 14m² e inclui sala/quarto, cozinha e um banheiro confortável. O administrador ainda desfruta de um quintal com 60 m², onde cultiva uma horta. “Se eu fosse construir, não gastaria menos de R$ 40 mil só com a estrutura de alvenaria, sem contar o preço e o preparo do terreno”, afirmou Bruno, que já tinha a mobília e gastou, em média, R$ 25 mil com a compra do contêiner e as adaptações da estrutura de aço, sem contar as adequações do terreno. De caixa de transporte a residência ideal Para se tornar um lar, a estrutura de aço precisa passar por adaptações. Janelas, portas, piso e divisórias, além da instalação elétrica e hidráulica, e da adaptação do terreno, precisam ser providenciadas. Na casa de Bruno foram colocadas duas janelas e uma porta de alumínio, basculante no banheiro, piso e forração no teto – lembrando que não se pode utilizar material inflamável. A fiação é embutida e o terreno foi preparado com instalação sanitária e entrada de água. Somente em adequações, Bruno calcula um gasto médio de R$ 15 mil. “O terreno tem que ser bem preparado, bem posicionado e permitir o acesso do caminhão munck, que transporta o contêiner. O trajeto também deve possibilitar a passagem do veículo, portanto, a fiação elétrica não pode ser baixa”, ressaltou o morador, revelando que sua casa levou apenas 15 minutos para ser colocada pelo caminhão no terreno, já pronta para ser habitada. Bruno destacou que, além de confortável e viável – financeiramente e em termos de infraestrutura –, o contêiner é uma opção sustentável que contribui com o meio ambiente. “Eles já foram usados por 10 anos e não servem mais para carga, ou seja, é uma forma de reutilizar estas estruturas que hoje ocupam um grande espaço nos armazéns e portos enquanto se deterioram”, pontuou ele, lembrando que as enormes caixas de aço também vêm sendo usadas como banheiro público (alguns funcionam na cidade do Rio de Janeiro) e ponto comercial. A escolha só trouxe benefícios para a vida de Bruno. “Hoje gasto melhor o tempo que passava no trânsito, me estresso menos e tenho uma casa sem luxo, porém, extremamente aconchegante”, explica o administrador hospitalar, que tem prazer em cuidar do quintal e precisa de apenas cinco minutos de caminhada para chegar ao trabalho. Ele acrescenta que adora o local onde vive e os amigos ficam fascinados ao conhecer a residência. “Ainda tenho outra grande vantagem: levo minha casa para onde eu quiser”, brincou. Fonte:Tribuna de Petrópolis

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