sexta-feira, abril 12, 2013

Diferente do Rio, quem joga lixo na rua não é punido em Petrópolis

O comerciantes Antonio Alves foi flagrado pela Tribuna quando recolhia um papel do chão para jogar na lixeira./Foto: Alexandre Carius Quem for pego jogando lixo na rua, na cidade do Rio de Janeiro, poderá ser multado. A medida, que já existe em alguns países e municípios brasileiros, entra em vigor em julho. A punição aos sujões é recebida com elogios e há quem defenda que leis parecidas deveriam ser criadas em todas as cidades do país. Em Petrópolis, o Código de Posturas não prevê punição para quem joga lixo nas ruas, mas a prática é comum em vários pontos da cidade. Nos arredores do Centro Histórico, é possível encontrar lixo espalhado pelas calçadas, bueiros e canteiros. Em pontos de ônibus e nas vias próximas a bares e padarias, a sujeira nas ruas é mais comum. “Jogar lixo na lixeira é o certo. Infelizmente, muita gente não faz isso. Tenho uma banca de jornal e vejo como é comum as pessoas jogarem papel no chão”, comentou a jornaleira, Andréa Saldanha. Ela contou que sempre anda como lixo no bolso ou na bolsa até encontrar uma lixeira. O cinegrafista Caio Garin também acondiciona o lixo nos bolsos e mochila até achar uma coletora. “Não suporto ver lixo no chão. É uma questão de educação”, ressaltou Caio. Ele contou que recolhe os resíduos até quando está fazendo trilha. “A mochila fica lotada de sacolas plásticas cheios de lixo que recolho pela mata. Não dá para ver sujeira espalhada e não fazer nada”, disse. Segundo o presidente da Comdep, Hélio Dias, desde o dia 16 de Março estão sendo instaladas novas coletoras nas ruas do Centro Histórico e arredores. Ao todo, serão 300 lixeiras. Na 16 de Março já foram colocadas 22. Mesmo assim, é possível encontrar quem descarte o lixo de forma irregular. Papéis de bala, guimbas de cigarros e chicletes são geralmente jogados no chão, apesar das lixeiras contaram com espaço para apagar os cigarros. “Todas aquelas manchas na rua são de chicletes que as pessoas jogam no chão. Ainda temos muito problema com isso”, disse o presidente da Comdep, Hélio Dias. Segundo ele, a varrição das ruas do Centro Histórico e arredores é feita três vezes ao dia (manhã, tarde e noite). Cerca de 80 pessoas realizam o serviço. “De uma forma geral, o petropolitano é educado. Não vemos muitas latinhas, por exemplo, sendo descartadas de forma irregular”, destacou o presidente. Segundo ele, não existem dados sobre a quantidade de lixo recolhido das ruas. Hélio Dias explicou que o material coletado durante a varrição acaba sendo misturado a outros resíduos, o que dificulta a contagem separada. De acordo com a lei carioca, o descarte de objetos com o tamanho de até uma latinha de alumínio será punido com multa de R$ 157. Objetos maiores que uma lata e que ocupem área de até um metro cúbico terão multa de R$ 392. Detritos que ocupem mais de um metro cúbico terão multa de R$ 980. As multas serão aplicadas por um trio formado por um fiscal da Comlurb, um guarda municipal e um policial militar. Os agentes utilizarão palmtops para aplicar as multas e precisarão apenas do CPF do infrator. A pessoa que se recusar a fornecer o número do CPF após ser flagrada jogando lixo será conduzida para a delegacia. E, no caso de não pagamento da infração, a pessoa poderá ter o nome inscrito em cadastros de inadimplência, como o da Serasa. O comerciante Antônio Alves acredita que a lei vai demorar a “pegar”, mas acrescenta que toda iniciativa e ação para deixar a cidade mais limpa deve ser festejada. “Educar as pessoas é o principal e o mais importante, mas, se isto não bastar, acho louvável aplicar as multas”, disse o comerciante, após recolher um papel do chão e colocar na lixeira. “Lixo é no lixo”, concluiu. Fonte:Tribuna de Petrópolis

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