sábado, março 02, 2013

Audiência para discutir restrição a carretas é palco de críticas à Concer

A construção de um túnel de 60 quilômetros na nova pista de subida da serra de Petrópolis foi considerada pelo engenheiro técnico das empresas Única e Fácil, Luiz Antônio Vinhais, como a preparação de “assassinato das futuras gerações”, frisando que a pista atual de subida tem condições de ser alargada. Ele fez esta declaração ontem, durante a audiência pública promovida pela Câmara Municipal para discutir a restrição na pista de subida para caminhões com mais de três eixos. Ao falar do risco de se construir um túnel, Luiz Antônio citou como exemplo o acidente ocorrido em 1999, no túnel Mont Blanc, que liga Itália e França, que foi tomado pelo fogo e matou 39 pessoas, por causa de um caminhão belga que carregava margarina e pegou fogo. Na sua avaliação, não há necessidade de se construir túnel na serra, frisando que atual pista de subida tem condições de ser alargada, lembrando que “a maioria dos acidentes acontece antes de Belvedere” e frisando que o trecho da subida da Serra até o Belvedere tem condições de receber outra pista. Luiz Antônio se posicionou contrário à restrição para os caminhões, afirmando que medidas corretas são o controle da velocidade e o impedimento de que dois ou mais caminhões subam a serra ao mesmo tempo. Na sua opinião, a Concer tem como realizar este serviço de orientação e controle para que os caminhões possam ter uma distância entre eles de minutos, o que evitaria ultrapassagens de risco na estrada. De acordo com ele, não existe registro de acidentes da Única/Fácil por causa do controle de velocidade dos ônibus, frisando que é de 60Km/h para descer e 50Km/h para subir. Para Vinhais, um dos grandes problemas é a falta de conhecimento dos caminhoneiros que nunca transitaram pela serra e com isso não conhecem a ‘curva da morte’, onde acontece a maioria dos acidentes. “O mais importante é que haja uma regulamentação de como os caminhões devem subir”, frisou. A ausência da Concer e da Agência Nacional de Transportes Terrestres -ANTT na audiência de ontem, promovida pela Câmara Municipal, foi considerada um descaso total, pois, segundo os participantes da reunião, são eles responsáveis pelo trânsito e manutenção da estrada. “Os dois grandes vilões não estão presentes”, afirmou o presidente do Sindicato do Comércio, o empresário Marcelo Fiorini, que defendeu a restrição dos caminhões como uma medida paliativa para salvar o comércio e a rede hoteleira de Petrópolis. De acordo com ele, o mais importante é que todos se juntassem para cobrar da Concer e da ANTT a construção da nova pista de subida. Ele frisou que a restrição é uma medida paliativa, “mas fundamental para a sobrevivência da cidade, que vem sofrendo nos últimos anos com as pessoas que deixaram de subir a serra, pois pagam um pedágio caro e ainda correm o risco de ficar por horas parados na serra”. Fiorini disse que ninguém é contra ou quer prejudicar os caminhoneiros, mas deixou claro que no momento a restrição na sexta-feira e no sábado é a medida correta a ser tomada para atender ao interesse da cidade, que vem perdendo postos de trabalho nas áreas que dependem diretamente da presença de turistas na cidade. O presidente do sindicato lembrou ainda que este tipo de restrição existe em outros locais e os caminhoneiros se adaptaram, e acredita que o mesmo pode acontecer na serra de Petrópolis. O representante dos caminhoneiros, Jorge Lisboa, disse que a sua categoria não vai pagar pela má administração do poder público e cobrou a construção da nova pista de subida. Para ele, Petrópolis vem perdendo economicamente por causa do pedágio caro e pela falta de estrutura para atender ao turista, e não por causa dos caminhoneiros. Ele cobrou ainda a instalação de uma estrutura mínima para atender os motoristas que estão sendo obrigados a parar os caminhões na margem da estrada. Fonte:Tribuna de Petrópolis

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