quinta-feira, agosto 09, 2012

Grupo vai buscar os 17 desaparecidos da tragédia de Itaipava

Integrantes da força tarefa criada pelo governo federal retomam hoje as buscas para tentar localizar os 191 desaparecidos na tragédia que atingiu a Região Serrana em janeiro do ano passado. A catástrofe deixou um saldo de 905 mortos em sete cidades, mas o número pode ser maior. A força tarefa foi anunciada na sexta-feira pela ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário Nunes. O grupo terá a atuação de integrantes do Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH) de Petrópolis e tem o desafio de encontrar pistas sobre 17 pessoas levadas pela enxurrada em Itaipava. Listagem de desaparecidos cadastrados pelo Ministério Público Estadual mostra que dos 67 cadastros no Programa de Identificação de Vítimas referentes a Petrópolis, feitos dias após a chuvas, 37 pessoas foram localizadas com vida, 13 foram identificadas entre os corpos localizados e 17 permanecem desaparecidas. A força tarefa é formada por 10 profissionais, entre os quais advogados, assistentes sociais e psicólogos. A equipe chega à Região Serrana nesta semana e vai ouvir famílias e prestar consultoria jurídica. Um mapeamento das famílias atingidas pela tragédia já começou a ser feito pelo governo federal. Levantamento feito por um jornal da capital e divulgado em reportagem no fim de semana identificou a possibilidade do número de desaparecidos na tragédia ser maior do que o registrado em órgãos oficiais, principalmente no município de Teresópolis, onde toneladas de pedras atingiram as casas. O levantamento foi feito cruzando dados do IBGE e da Concessionária de Energia Ampla. Segundo a reportagem, o diretor de relações institucionais e comunicação da Ampla (que atende Teresópolis, Petrópolis e Sumidouro), André Moragas, teria informado que 8.844 medidores de energia desapareceramna noite de 12 de janeiro de 2011. Questionada sobre os dados de Petrópolis, a assessoria de Comunicação da Ampla informou que os dados estão equivocados. “Não passamos esses números para eles. Não temos esses números. A entrevista foi feita só pelas impressões no dia do sobrevoo do André, e não foi falado número nenhum”, assegura a assessoria da concessionária. O presidente da Associação de Moradores do Vale do Cuiabá, José Quintella, acredita que, diferente do que pode ter acontecido na vizinha Teresópolis, em Petrópolis o número de desaparecidos está correto. “Temos algumas pessoas desaparecidas aqui no Vale do Cuiabá, mas todos os nomes aparecem na listagem de desaparecidos. Não sabemos de nenhum caso que não tenha sido comunicado”, disse. Na Delegacia de Itaipava (106ªDP), onde foram emitidas as guias de remoção dos 73 corpos e ummembro, resgatados na tragédia, ninguém buscou informações ou tentou registrar novos desaparecimentos meses após a tragédia. “Na ocasião da enxurrada, os desaparecimentos foram registrados pelo Ministério Público Estadual e pela Secretaria de TrabalhoAssistência Social e Cidadania (Setrac). Eles ficaram responsáveis por esta listagem. Depois desse primeiro momento, nós fizemos vários tipos de atendimentos aqui na delegacia, mas não tivemos casos de pessoas querendo registrar novos desaparecimentos de parentes”, explicou o chefe do Grupo de Investigação Criminal (GIC) da 106ªDP, inspetor Celso Leal. Fonte: Tribuna de Petrópolis

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