terça-feira, julho 31, 2012

Moradores protestam contra descaso e falta de investimentos

Moradores das áreas atingidas pelas chuvas no ano passado, se reuniram em uma manifestação em Itaipava na tarde de sábado protestando contra o corte de mais de 10 árvores feito pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Durante o protesto, 636 assinaturas foram recolhidas. Segundo os organizadores domovimento, o objetivo é chamar atenção para as ações que o órgão estadual vem realizando na região e que, na visão dos moradores, não deverão resolver o problema dos alagamentos. O abaixo-assinado será anexado a uma denúncia de crime ambiental que será protocolada no Ministério Público Federal ainda nesta semana. “O que fizeram ali foi um crime ambiental e vamos levar isso ao MPF. Tivemos uma adesão muito grande não só dos moradores e comerciantes aqui da região, mas também de veranistas que estavam em Itaipava e que fizeram questão de assinar o documento. Somente naquela tarde conseguimos recolher mais de 600 assinaturas. Acreditamos, no entanto, que o número vai passar de 800, pois ainda temos algumas folhas que foram levadas por líderes nas comunidades e que não foram contabilizadas”, contou o morador da Estrada do Gentio, Cláudio Campos, que participou da mobilização. As árvores de grande porte, plantadas há décadas no local, começaram a ser cortadas no dia 18 por uma empresa que presta serviços para o Inea. O corte foi feito por conta das obras de implantação e controle de inundações e recuperação ambiental dos rios Santo Antônio, Cuiabá e Carvão. Em dois dias, pelo menos 13 árvores foram cortadas. De acordo com o Inea, o corte das árvores foi necessário devido à alteração na calha do rio, que poderia provocar instabilidade e queda das árvores. A assessoria do Inea informou, naquele dia, que a supressão de vegetação foi autorizada pelo órgão e todo o processo foi acompanhado por um biólogo. O instituto informou ainda que no caso de árvores nativas, quando possível, seria feito o replantio em outro local. Em relação a árvores cortadas, o órgão informou que foi determinada uma compensação ambiental com o plantio de 230 árvores ao longo do Rio Santo Antonio. Durante o protesto, moradores de áreas atingidas – onde as intervenções do estado pouco avançaram – exibiram faixa criticando o fato das obras, que vão custar mais de R$ 28 milhões aos cofres públicas – estarem concentradas apenas no centro de Itaipava. “Estamos organizando outros protestos, pois o que estão fazendo ali é uma absurdo. O centro está ficando muito bonito, mas quem conhece Itaipava sabe que nas áreas atingidas está tudo abandonado. Estão fazendo uma obra apenas para os gringos verem. Nas áreas em que as famílias mais sofreram nada foi feito ainda”, criticou o morador Fernando Carius. Sobre a localização das obras, o Instituto Estadual do Ambiente explicou que o trecho do Rio Santo Antonio onde estão acontecendo as obras foi priorizado para uma obra em caráter emergencial. E afirmou que o restante das obras está em processo de licitação. Fonte: Tribuna de Petrópolis

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